Google

[...]  errando em direção ao sucesso
Num artigo de autoria da professora Rita McGrath, recentemente publicado pela revista Harvard Business Review, ela apresenta o argumento de que as falhas podem ser úteis na medida em que nos ensinam que nossos pressupostos estão errados, ajudam à expor becos sem saída e, geralmente, podem nos dar uma espécie de lição a respeito do mercado e de seus consumidores. Em ambientes altamente incertos, as falhas são úteis e inevitáveis. Foi interessante, pois, ter lido um artigo mostrando uma análise dos projetos fracassados da Google nos últimos anos, juntamente com uma citação emitida pela empresa em relação a cada projeto que falhou.
O que é interessante é a filosofia da Google de lançar novos produtos de uma forma muito rápida, bem como o encerramento demasiado rápido de alguns produtos recém- lançados no mercado. Também é interessante perceber que os fundadores de várias empresas “start-up” famosas (como a FourSquare e a Twitter) trabalharam na Google e obtiveram uma exposição técnica e gerencial antes de lançarem a sua própria empresa.
Muitas vezes, as pessoas me perguntam quantos experimentos são necessários para alcançar uma "taxa de sucesso" significativa no lançamento de novos produtos. Se o Google for utilizado como referência, a quantidade de experimentos requerida é bastante elevada. Dito isto, qual empresa não estaria satisfeita por ter mantido uma posição dominante na área de busca na internet, por ter derrubado a Blackberry e conquistado o mercado de celulares inteligentes (smartphones), por receber milhões de e-mail de usuários do Gmail, e por ajudar milhões de pessoas a encontrar o seu caminho com o Google Maps?
Abaixo segue a lista de alguns dos experimentos fracassados do Google. Muitos ainda nos surpreendem pela sua inovação:
  • Google Wave (Maio de 2009 a agosto de 2010) 

O produto foi anunciado com um grande show de imprensa e expectativas muito elevadas em meio à convicção de que iria revolucionar e-mail e outras formas de comunicação. Ele não conseguiu revolucionar muito.

  • Google SearchWiki (novembro 2008 a março de 2010) 

Este produto permitia às pessoas obterem resultados de busca em Wikis sob medida para seu bel-prazer - o mais lamentável é que, uma vez selecionado este serviço, não havia maneira de “sair” ou desconectar este serviço. Além disso, as pessoas acharam muito confuso o resultado da busca solicitada.

  • Google Audio Ads (Janeiro de 2006 a fevereiro de 2009) 

Este empreendimento extremamente caro tentou importar a tecnologia da Google para o mundo da publicidade na rádio e fazer o dinheiro da mesma forma que a empresa faz na internet. Problema? Modelo de negócios radicalmente diferentes, com pressupostos que não se aplicam.

  • Google Video (janeiro 2005 a janeiro de 2009) 

Este produto acabou por não ser competitivo com o YouTube, que a Google mais tarde acabou comprando por mais de US $ 1 bilhão.

  • Dodgeball (Maio de 2005 a janeiro de 2009) 

Este era um serviço baseado em localização geografica do usuário que antecipou o serviço atualmente prestado pela FourSquare. Um de seus fundadores, citando inacreditável frustração depois que o Google comprou a sua empresa, deixou a Google para trás e fundou a FourSquare, a qual tomou a liderança no espaço de redes sociais móveis.

  • Jaiku (Outubro de 2007 a janeiro de 2009) 

Este era um site de microblogs (tipo Twitter) que o Google comprou e depois pouco fez para promover seus beneficios. Ironicamente, um dos co-fundadores era Ev Williams, que já havia vendido para o Google o Pyra Labs, que se tornou a base para o exito de sua plataforma Blogger.com.

  • Google Notebook (Maio de 2006 - Janeiro de 2009) 

Este produto permitia às pessoas armazenar clips de informações da web em digital "notebooks". Aparentemente, muitas pessoas sentiram que o serviço não era tão útil assim e, também, foi fechado.

  • Google Catalogs (Dezembro de 2001 a janeiro de 2009) 

Esta foi uma maneira de buscar informação em catálogos eletrônicos, que perdurou por muitos anos antes do Google desligá-lo.

  • Anúncios do Google Print (novembro 2006 a janeiro de 2009) 

Da mesma forma que ocorreu com a idéia da Google Audio Ads anteriormente citado, o Google pensou que poderia trazer seu modelo de negócios para o mundo da publicidade em jornais. Isso não funcionou tão bem.

  • - Google Page Creator (Abril de 2006 a agosto de 2008) 

Outra forma de construir sites. Foi descontinuado para favorecer a um outro serviço do Google chamado Google Sites.

  • - Google Answers (Abril de 2002 a novembro de 2006) 

Este é um serviço que utilizou investigadores pagos para responder às perguntas. Ironicamente, no mesmo ano em que o Google descontinuou este serviço, outros produtos baseados em “pergunta e resposta” foram crescendo em popularidade em sites como o Yahoo.

O que nos leva de volta ao ponto básico: se você deseja encontrar o grande sucesso, o fracasso vai ser parte de sua jornada.

Alexis Gonçalves

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