Acabo de passar a meia-noite do meu aniversário com amigos e foi incrível. Algumas pessoas têm me oferecido uma amizade e carinho tão desinteressados que só posso agradecer. Sempre fui da opinião que família não é exatamente um laço de sangue, mas sim de coração. Por isso, essa carta é dedicada à minha família cubana de Santa Fé.
Vou compartilhar algumas coisas que, estando ou não nos guias turísticos, me agradam muito em Havana. A primeiríssima delas é, sem dúvida, o Malecón. A avenida beira-mar que atravessa metade da cidade e que é palco de namorados apaixonados, adolescentes nadadores barulhentos e turistas com suas câmeras simplesmente me fascina.
Quando chove, o mar bate forte nos muros e causa uma impressão tremenda. É um dos meus momentos favoritos. Vale a pena levar uma garrafa de rum e sentar-se lá à noite ou, para os madrugadores, ver o amanhecer chegando.
A segunda e não menos importante é a sensação de se estar num filme dos anos 50. Praças, edifícios, carros, fortes, tudo colabora com esse sentimento. A vontade que tenho é colocar um daqueles vestidos pomposos que usavam as mulheres nessa época, entrar num carro conversível e deixar a echarpe voar ao sabor do vento, enquanto o galã sorridente dirige.
Entre no saguão do Hotel Nacional, por exemplo, ou do Ambos Mundos, sente-se e tome um drinque. A sensação de se estar em um musical vai aparecer prontamente.
Por falar em drinque, o meu favorito aqui não é o Mojito, nem a Cuba Libre. É a Canchánchara. Em Havana não são todos os lugares que o vendem, mas vale tentar. É feito com aguardente cubana (às vezes substituem por rum), mel e limão. Fica uma delícia.
Para refrescar-se do sol escaldante, entre numa das muitas sorveterias espalhadas pela cidade. Peça a "3 Gracias" e prove os sabores tradicionais: coco, chocolate e morango. Pode não ser um sorvete suíço, mas aposto que você vai gostar.
Sobretudo, entenda Havana. Ela é uma cidade de cores, cheiros, sons. Preste atenção em como se comportam e, se entende espanhol, no que dizem os cubanos pelas ruas. Olhe o cotidiano ao seu redor, as roupas coloridas penduradas nas fachadas dos prédios, em como todos sempre andam carregando sacolas ou mochilas, falando alto.
Sinta Havana. Faça os passeios turísticos, mas olhe além deles. A contradição do velho e do novo, do turista e do cubano, da ilha e do mundo ao seu redor. Então, você talvez se sinta como eu nessa cidade, levada por um turbilhão de emoções, boas e ruins, fortes e diversas. Mas uma coisa é certa: nunca se fica indiferente à Havana…
El Malecón
uma residência em Havana
Ana Carolina é jornalista, couchsurfer e autora do blog "Eu moro onde você tira férias"
Havana é uma boa cidade .... para turistas estrangeiros.
ResponderExcluirO Cubano nato não pode frequentar os mesmos hoteis dos turistas, não pode frequentar os mesmos restaurantes, não pode comprar nas lojas exclusivas para turistas, não pode frequentar as mesmas praias.
Que país é este que trata seus cidadãos como cidadãos de segunda classe e dá o melhor para os turistas?
Os cubanos assim como os demais cidadãos do mundo frequentam apenas os lugares onde seu dinheiro lhe permita consumir. Esta é a verdade, o mais é conversa para boi dormir.
ResponderExcluirComo os cubanos vivem na miséria não frequentam lugar nenhum.
ResponderExcluirBlatcher se engana. Com ou sem dinheiro os cubanos não podem frequentar as lojas, restaurantes e hoteis reservados a turistas.
Não podem frequentar nem como convidados de algum turista.
Esta é a realidade do socialismo.