Parece que interessa mais ao eleitorado os líderes de popularidade do que as próprias estruturas partidárias. É uma tendência mundial, do final do século XX, que está ligada à fragmentação do sistema partidário, a crise da representação e a diluição das grandes identidades políticas, que em nosso país adquiriram contornos muito contundentes depois da crise de 2001. Entre as consequências deste fenômeno, estão a flutuação do voto e uma maior autonomia cidadã em relação aos partidos. A democracia representativa tradicional, baseada em um sistema partidário, já não é o que era. A democracia mudou de face.
Não se trata somente das novas tecnologias da comunicação política, das redes sociais, que ampliaram o espaço público para novas formas de comunicar e participar, mas também de uma democracia de contato com os cidadãos. Com isso, faço menção ao enlace que se estabelece entre os eleitores e os "líderes de popularidade", que são aqueles reconhecidos pelo grande público, que não provem do âmbito da política. A democracia imediata exacerba, sem dúvida, o personalismo na política.
Hugo Quiroga, politólogo da Universidade de Rosario
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