Coloquemos de lado a complexidade das teorias econômicas bem como as antropológicas. Vamos falar da essência humana. Sim, proponho-lhes aqui tamanha presunção. A partir do ponto de que todo ser humano carrega, embora em níveis diversos, o egoísmo, podemos concluir que a morte não está nos planos do capitalismo. Nossa ganância e individualismo alimentam muito bem a lei da oferta e da procura. Mesmo em tempos de crise como o que vivemos hoje em dia, a mais-valia continua com toda força, em um previsível "balança, mas não cai". Não que isso seja mérito do próprio regime capitalista. Na verdade, a persistência do capitalismo acontece mais pelo fruto amargo da ganância, que, diga-se de passagem, está muito bem entranhada em cada batida do nosso coração. E assim o regime segue cumprindo seu dever de divisor social, em completa sintonia com os nossos desejos de sermos diferentes. No final das contas, somos competitivos por natureza e, portanto, não admitimos e não nos interessa um tratamento igualitário. Não nascemos e nem fomos criados para ser mais um na multidão.
Necessitamos e valorizamos sim a diferença. Temos a certeza de que o mundo gira em torno do nosso umbigo. Em outras palavras, não fomos preparados para tamanho desapego pregado pelo comunismo. Deixemos então a igualdade para os ditos puros de coração, sonhadores e emotivos.
Muito embora tenhamos a esperança de um dia sermos melhores em tudo - até mesmo em valorizar "o ser" e não mais "o ter". Até lá, ao comunismo resta a utopia, ao capitalismo, a eternidade.
do empresário e publicitário cearense Bruno Guerra
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