Os
períodos antecedentes ao método e a visão Freireiana, são de repressão, pois é
a herança do período da educação Jesuítica, que formou o nosso processo
educativo, onde o professor impunha e o aluno seguia as normas, sendo apenas
receptor. Um período onde não havia dialogo, liberdade de decisão, opiniões e
idéias defendidas pelos alunos, o conhecimento é caracterizado inato, só alguns
o possuíam e tinham a condição de absorvê-lo. Portanto a tendência tradicional
era repressora causando uma educação que era influenciada e não influenciadora;
produzindo critica e não criticidade. Neste caos educacional, surge Paulo
Freire, com uma proposta de uma “educação libertadora”, para causar um novo
enfoque a valorização da criticidade, como elemento produtor de uma
“consciência critica” e esta ação causadora de uma liberdade temida pelo
sistema. Pois, para este autor “Não poderá a consciência critica conduzir a
desordem?” (Freire,
1984, p.11)
O
sistema tem temor pela manifestação consciente, da sua participação e
valorização, o questionamento é produtor de confrontos, onde os dominantes nem
sempre estão prontos para a refutação as suas defesas; surgindo assim as
represálias aos que conhecem e que inculca na massa o conhecimento. As
descobertas produzidas pelo conhecimento podem trazer certos conflitos
existenciais, mas é preciso, pois abri uma nova oportunidade, a de vir a
existir ocupando um espaço. A conscientização mesmo evidenciando uma conquista
de um espaço, causa uma ameaça ao sistema, portanto muitos ao conquistá-la,
preferem não torná-la perceptível, não lutando por sua emancipação, mas
sujeitando-se ao silencio, para o direito às vezes ate a própria vida. É preciso enxergar a liberdade, como uma
conquista possível de todos os proletários, pois todos têm o direito ao senso
critico; quebrando assim os paradiguimas dos princípios das classes dominantes.
Vindo a incorporar o radicalismo, pois a radicalização é construtora de
ideologias, que no divergir com a ortodoxia do sistema, visualiza um novo
circulo de vida para a classe dominada, a de defesa e lutas pelos seus ideais. Sair
de um sectarismo é um impasse muitas vezes para quem se apóia em uma segurança
aparente, o revolucionário é um sonhador? Não, mas sim alguém que defende os
direitos de manifestação verbal, como uma oportunidade para se construir o
progresso de uma sociedade. Paulo Freire (1984, p.16) nos
alerta para que "Só o
poder que nasça da debilidade dos oprimidos será suficientemente forte para libertar a ambos”.
Os
considerados fracos ou insuficientes podem fortalecer-se apartir de uma
consciência das possibilidades que pode produzir o conhecimento e as descobertas
das realidades que lhe são excluídas, pelo sectarismo.
A
manifestação de uma classe conhecedora de seus direitos é temida, por isso que
o conhecimento é reprimido pelos que tem o domínio e costumam monopolizar a
sociedade. O educador assim não deve impor, mas sim compor e construir ideais
em uma classe, não limitar a esfera do saber, mas apresentar elementos que
produzam um aperfeiçoamento, uma nova concepção de visibilidade, a de uma
proposta emancipadora, pois que desenvolve sua intelectualidade se emancipa,
surgindo assim um novo Ser, um humano que argumenta, por que sabe questionar, possuidor
de convicções. Deste modo, a “liberdade, que é uma conquista, e não uma doação
exige uma permanente busca. Busca permanente que só existe no ato responsável de
quem a faz”.
(Freire, 1984, p.17)
No
ato da busca, a dialética surge como fator preponderante, pois é conciliadora e
interativa. Um Ser precisa interagir com outro, para que ocorra uma troca de
idéias, propostas, sugestões e por fim uma educação construída com o ambiente
em que se convive, onde no relacionamento os homens desenvolvem seus
pensamentos, produzindo uma ideologia consistente, porque é fruto de um
consenso e não de uma opinião e conclusão única. No dialogo as duvidas são
extraídas, e o conhecimento é construído, é preciso interagir na dimensão da
busca do saber. Quando a repressão não existe dialogo, pois se tem medo de
manifestar as idéias expondo o que pensa e sabe, mas para a educação libertar,
é preciso se comunicar, trocar informações, debater e confrontar, construindo
uma idéia e desenvolvendo uma abordagem, fruto de um questionamento para se
chegar a um consenso. É preciso praticar a solidariedade, pois a educação é
solidaria, quem possui o conhecimento necessita compartilhar, e neste ato esta
construindo o conhecimento, ninguém aprende sozinho, na visão de Freire o
conhecimento não é inato, mas sim desenvolvido no contato com o ambiente físico
e social em que se vive. A sociedade não é formada de um só enfoque, proposta e
idéia; mas é preciso compartilhar as idéias, para que o que se propõe seja
coerente saindo da subjetividade para uma objetividade que é progressista. A
educação é fruto do meio, portanto o ambiente precisa ser produtivo para que na
conciliação de idéias sejam construídos os ideais de uma sociedade, que
necessita de uma educação que envolva as classes sem distinção, para que ocorra
uma troca de saberes.
Nenhuma
pedagogia ira produzir liberdade se estiver excluída das classes populares, as
praticas culturais das classes reprimidas precisam ser estudadas, é preciso se
interagir, esta é a proposta da dialética. O dialogo é libertador,
construtivista e interacionista, três dimensões primordiais para uma educação
eficiente e futurista. O dialogo porque produz a troca e conciliação, constrói
uma nova consciência social, nesta conscientização surge à liberdade e a
redenção dos que se encontram reprimidos pela opressão do sistema que é
exclusivista. Assim, o autor realça que “... Somente
os oprimidos, libertando-se, podem libertar os opressores. Estes enquanto
classe que oprime, nem libertam, nem se libertam.”
(Freire,
1984, pg.23)
Danilo Sergio Pallar Lemos.
wwwsabereducar.blogspot.com
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