A CHAVE PARA AVALIAR O POLÍTICO!

Os teóricos da política sugerem atualmente que devemos prestar menos atenção as promessas dos líderes do que a sua inteligência emocional: seu autocontrole e sua capacidade de motivar os outros. Ao contrário da opinião comum segundo a qual as emoções impedem a lucidez mental, eles afirmam que a capacidade para entender e controlar as emoções pode levar a um pensamento mais eficaz.
          
A maioria dos historiadores concorda que o sucesso de Roosevelt como líder se deveu mais ao seu bom caráter do que as suas habilidades analíticas. A energia e o otimismo que desencadeou nos cem primeiros dias de seu governo não refletiram propostas políticas concretas de sua campanha. Nixon, por exemplo, tinha fortes habilidades cognitivas, mas pouca inteligência emocional. 
           
Os estudos sobre a inteligência mostraram que esta só prevê entre dez a vinte por cento do sucesso na vida. Os outros 80% são por conta da inteligência emocional, que é uma habilidade, que pode ser aprendida, que aumenta com a idade e a experiência, e que ocorre em variados graus nas pessoas. 
           
Mas a variável mais importante a ser considerada pelos eleitores é a "biografia" do candidato. Não me refiro aos panfletos e anúncios de televisão preparados para as suas campanhas. Embora os consultores de imagem e a capacidade de atuar possam mascarar o caráter de um candidato, uma vida integrada ao longo do tempo é a melhor base para julgar a autenticidade do próximo presidente.

Joseph Nye 
professor e ex-reitor da Universidade de Harvard e criador do conceito de Smart Power.

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