É muito fácil falar
por Diogo Costa
Lula foi acossado por interesses poderosíssimos desde o primeiro dia do seu mandato. Existe uma coisa na política chamada correlação de forças, quem não compreende essa correlação corre um seriíssimo risco de não terminar o seu mandato. Vide o caso de Fernando Collor de Mello.
Getúlio Vargas já era a figura mais importante e emblemática da história política do Brasil quando assumiu a presidência em 1951. Teve que transigir em inúmeros casos para aplacar a fúria de seus detratores. O caso clássico é a demissão de seu então Ministro do Trabalho João Goulart em 1953. Para alguns, isso foi uma capitulação, mas Getúlio sabia que não tinha outra alternativa naquele momento. Acabou com seu suicídio em 1954, e o povo foi as ruas para queimar as instalações da mídia venal da época, e também do PCB, que de forma míope se aliou ao denuncismo udenista e teve inúmeras de suas sedes atacadas no país inteiro pelo povo em fúria naquele fatídico agosto de 54. A mídia venal continua a mesma. E o PSOL hoje cumpre aquele triste papel que o PCB cumpriu equivocadamente em 1954.
Lula fez o que era possível ser feito para um governo cujo partido tinha apenas 16% dos deputados federais e 14% dos senadores. Transigiu onde foi obrigado a transigir, nunca transigiu porque quis fazê-lo. O situação política brasileira é diametralmente oposta, por exemplo, ao que acontece na Venezuela, no Equador, Bolívia ou Argentina. Nesses países, os governantes tem maioria tranquila no parlamento, coisa que Lula nunca teve. Lula chefiou um governo de coalisão política, não um governo do PT. E, mais do que isso, a esquerda (PT, PSB, PDT, PSOL e PC do B) não tem nem sequer 1/3 dos votos do Congresso Nacional.
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