Fingir orgasmos... quem nunca?


O post-alfinetada é da publicitária Mara Rocha, de 23 anos, no Facebook. Tinha endereço certo: seu ex-marido, Carlos Cavalcanti, de 43 anos. O “círculo de amizades” dos dois pegou fogo. Carlos cobrou explicações de Mara. Ela foi além: “Não citei nomes, mas, se a carapuça serviu, fique à vontade”. E deu a estocada maldosa: “O infeliz, em vez de ficar tentando satisfazer seu ego, deveria é aprender a satisfazer uma mulher na cama”.
O “infeliz” processou Mara, alegando que sua honra foi ferida pelos comentários da ex-mulher no Facebook. O juiz Antonio Ribeiro Rocha, do 2º Juizado Cível de Vitória, aceitou a denúncia por difamação e calúnia. Condenou Mara a indenizar o ex-marido em dez salários mínimos, de acordo com a história divulgada no site jurídico www.jusbrasil.com.br e na coluna de Joaquim Ferreira dos Santos, do jornal O Globo. Mara não se calou. Incansável no Facebook, disse: “Ele (Carlos) é tão consciente de sua incapacidade que só me processou por injúria e difamação, porque calúnia ele sabe que não é”.


Os nomes dessa história são todos fictícios – e o processo também. “Mara” e “Carlos” são criações do professor de Geografia Fábio Flores, 39 anos, colaborador de um site de humor. Ele escreve uma coluna onde tudo é mentira, mas tem um fundo de verdade. Fábio me disse ter-se inspirado em casos constrangedores de lavação de roupa suja no Facebook para dar vida à ex-mulher insatisfeita e ao ex-marido vingativo, figurinhas batidas nas redes sociais. Dez salários mínimos seriam suficientes para lavar a honra de “Carlos” perante seus amigos virtuais?

Esse tipo de episódio começa a ficar frequente nas redes sociais. Facebook, Twitter e outras redes têm benefícios imensos para a livre expressão de anônimos. Mas começam a virar confessionário. Há de tudo.


Há os depoimentos compungidos de amigos ou parentes que revelam estar falidos, sozinhos ou doentes, quase implorando uma atenção. Há uma turma cada vez maior que publica fotos de filhos, cachorros, gatos e netos para uma legião de gente que não está nem aí. Há quem aceite qualquer “amigo” em nome de uma popularidade fictícia. Há os que correm para o Facebook no minuto seguinte de levar um “pé na bunda” para mudar o status de relacionamento – e se declarar disponível. Há os militantes religiosos, políticos e esportivos, sempre torcendo para seu deus, seu partido e seu time. Há, como sempre, os malas invasivos, para quem você mesmo abriu as portas de sua linha do tempo, de sua página e até de sua casa. Continua>>>

5 comentários:

  1. Por conta de um incidente na família, fechei meu facebook contra a minha vontade no início desde ano. Não me arrependo. E estou cada vez mais cara de pau, puxando conversa com mais gente. Quase todos os dias tenho uma conversa interessante no ônibus, na rua, na faculdade. Tenho a impressão que minha vida social nunca foi tão agitada e divertida. E sem o facebook!

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  2. Pra mim a discussão é um pouco mais ampla: as pessoas se sentem cada vez mais sós em meio a carros, ônibus lotados e lugares lotados. Muitos a nossa volta, o que não impede que nos sintamos sós. Os amigos hoje vão a bares, e ficam conectados, compartilhando o momento tão maravilhoso. Incrível nossa incapacidade de fazer amizade com a pessoa do lado, que possui uma probabilidade enorme (já que é impossível de possuirmos as mesmas experiências) de nos contribuir com algo! Preferimos ficar no facebook, no Twitter - postando como tudo está ótimo ao seu redor -, do que viver a vida de verdade. Depois perguntam-se: porquê esta é a década da depressão e da ansiedade?

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  3. Eduardo Stella26 setembro, 2012

    Sim, por outro lado, conheço melhor as pessoas. No facebook elas conseguem ser mais verdadeiras e "machas" do que na vida real ... pra mim, o que sou aqui sou na vida ... então, tomo activia junto com um jonhie walker e vou caminhando ...

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  4. Post do ano, sem duvida!!! Muito bom!!

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  5. Eu só fico pensando aonde vai parar essa moda da exposição pública. Ou se a geração dos bebês de agora vai voltar atrás e ficar mais prudente e tímida.

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