Senhoras e Senhores, paladinos da liberdade interamericana.
Que minhas primeiras palavras sejam as de Thomas Jefferson: “Se tivesse que decidir se devemos ter governo sem jornais ou jornais sem governo, eu não vacilaria um instante em preferir o último” .
(Aplausos !)
Em nome da mesma liberdade que os senhores e senhoras protegem, diuturnamente, no heróico labor, sem querer me comparar ao grande estadista norte-americano, também disse eu:
Prefiro o barulho ensurdecedor da imprensa ao silêncio das ditaduras.
(Aplausos !)
Quero antes de mais nada enumerar aqui as grandes conquistas da História Política do meu país e a que os senhores estão indissoluvelmente associados.
Mais do que do meu país, essas conquistas são do próprio princípio universal da Liberdade.
O Brasil deve aos senhores o suicídio de Vargas.
Deve aos senhores a queda de Goulart, um diletante que gostava de pernas – de cavalos e coristas.
E conduzia o país na trilha do petebo-comunismo.
Sem a heróica resistência dos senhores, esse latifundiário travestido de populista daria um Golpe de Estado para perpetuar seus asseclas no Poder.
O Brasil deve aos senhores a providencial contribuição dos juristas da V Frota norte-americana na revisão da Constituição brasileira, a Constituinte de 1º de Abril de 1964.
O Brasil deve aos senhores o AI-5, quando grande jurista bradou: “Às favas com as provas”.
O Brasil deve aos senhores a implacável perseguição e punição exemplar dos que militavam, de armas na mão, contra essa mesma Democracia que os senhores defenderam e defendem.
(Aplausos frenéticos !)
O Brasil deve aos senhores o cerco implacável aos governos corruptos que o trabalhismo impôs à sociedade brasileira.
O Governo de um pretenso estadista, semi-analfabeto e arrogante, não dispôs de um dia sequer para respirar – porque a vigilância dos senhores e senhoras foi infatigável.
Em nome de todos os brasileiros e brasileiras, agradeço essa vigília em nome da Sacrossanta Liberdade !
Não fossem os senhores e as senhoras, esses polvos vestidos de sindicalistas, profissionais do tributo corporativo, teriam tragado a Nação com a volúpia de Poder e a ganância argentária !
(Aplausos mais frenéticos ainda !!!)
O Brasil deve aos senhores este julgamento do mensalão.
Juízes técnicos e imparciais, que os senhores protegeram até fisicamente, puderam desnudar o assalto aos cofres do Estado !
(Aplausos ! Gritos de Merval ! Merval !)
Sem a barreira destemida da proteção mediática, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Roberto Jefferson, Ayres de Britto e Marco Aurélio de Mello – brasileiros de que nos orgulharemos para sempre ! – não teriam condições de levar os corruptos ao cadafalso !
(Aplausos ! Gritos femininos de “Jefferson, eu te amo !” Eu te amo !”)
O que seria da Democracia brasileira sem esta SIG ?
Quero aqui solenemente assumir o compromisso de que jamais promulgarei um marco regulatório para a mídia.
Jamais !
Quero repetir: jamais !
Eu não sou Cristina Kirchner !
(A plateia urra de entusiasmo febril ! Brados de Viva ! Viva ! Merval ! Merval !)
Marco regulatório, teu outro nome é censura !
Quero assumir também outro compromisso solene.
Olho nos olhos de vocês, senhoras e senhores, paladinos da Liberdade Hemisférica, e digo: vou continuar a financiar vocês.
(Aplausos ! Aplausos ! “Viva o FHC !”, se ouve ao fundo.)
As verbas publicitárias do meu Governo e das empresas do meu Governo serão, sempre, prioritariamente, destinadas a vocês, porque vocês são a garantia de Liberdade e da imparcialidade !
A minha política é a do Governo Fernando Henrique: a vocês, tudo !
(Aplausos ! Gritos de “oba !”, “oba !”, “quero o meu !”, “quero o meu !” “Ninguém tasca ! Primeiro é da Globo !” Aplausos !)
Fico muito feliz por saber que este grande brasileiro Fernando Henrique Cardoso, o verdadeiro construtor do suposto sucesso do Governo Lula -
(Aplausos !!!)
– que este grande brasileiro me precedeu nesta tribuna.
Rendo também minhas homenagens a Regina Duarte, grande atriz e, sobretudo, Pensadora Política, que aqui esteve para homenageá-los.
Lamento que esta mesa não tenha sido mediada pela Patricia Kogut, extraordinária analista de assuntos de Comunicação de Massa do jornal o Globo, que, como todos sabem, aqui no Brasil, se tornou a expressão máxima da Liberdade !
À Patricia e ao seu digníssimo esposo meus cumprimentos carinhosos.
(Aplausos ! Viva ! Viva a Patricia ! Viva o Kamel !)
Quero encerrar essas minhas breves palavras com a reafirmação da política do meu Governo para a questão da liberdade de imprensa: o seletor de canais é o melhor censor !
Muito obrigada e viva o Dr Roberto Marinho de saudosa memória !
(A plateia se levanta e aplaude, sem interrupções e sob entusiasmo uniforme por quinze minutos.)
Paulo Henrique Amorim
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