O último ato vai virar o primeiro ato


Domingo, conhecidos os resultados das eleições para prefeito nas cidades onde se realizará o segundo turno, encerra-se um ciclo político e começa outro. Numa espécie de simbiose, as disputas municipais vão virar nacionais. A sucessão presidencial ocupará o palco, ironicamente sem que a presidente Dilma, até hoje, tenha avançado uma só palavra sobre sua decisão de candidatar-se a um segundo mandato. "Nem precisa", dirão todos. O Lula já repetiu mil vezes que a vez é dela.

Do outro lado, a derrota de José Serra consolida a candidatura de Aécio Neves no ninho dos tucanos, ainda que Geraldo Alkmin, Fernando Henrique e o próprio Serra possam atrapalhar um pouco.

Outros fatores poderão pesar nas duas armações em andamento. O PT confiará em Eduardo Campos para continuar na aliança oficial? Ou o governador de Pernambuco cederá à tentação de disputar em 2014 o cargo que a prudência recomendaria para 2018? Poderá o Partido Socialista bandear-se para o PSDB? A vice-presidência na chapa de Aécio seria uma aventura, um risco ou uma saída?

Quanto ao PMDB, parece tudo acertado para Michel Temer continuar na vice-presidência, se Dilma se reeleger. Parece, mas garantir, ninguém garante. Desde que lançou Orestes Quércia que o partido omitiu-se da obrigação de apresentar candidato próprio. Suas bases ressentem-se, mas só se animariam a levantar a hipótese caso o governo e o PT sofressem queda vertiginosa, o que não parece provável.
Carlos Chagas

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