Tu que me deste o teu carinho
E que me deste o teu cuidado,
Acolhe ao peito, como o ninho
Acolhe ao pássaro cansado,
O meu desejo incontentado.
Há longos anos ele arqueja
Em aflitiva escuridão.
Sê compassiva e benfazeja.
Dá-lhe o melhor que ele deseja:
Teu grave e meigo coração.
Sê compassiva. Se algum dia
Te vier do pobre agravo e mágoa,
Atende à sua dor sombria:
Perdoa o mal que desvaria
E traz os olhos rasos de água.
Não te retires ofendida.
Pensa que nesse grito vem
O mal de toda a sua vida:
Ternura inquieta e malferida
Que, antes, não dei nunca a ninguém.
E foi melhor nunca ter dado:
Em te pungido algum espinho,
Cinge-a ao teu peito angustiado.
E sentirás o meu carinho.
E sentirás o meu cuidado.
Manuel Bandeira
FLORESTA
ResponderExcluirA floresta é selvagem, mas ela não ataca ninguém, porém é atacada a todo instante pela fúria do homem. O homem pode não ser o capeta em pessoa, mas também nunca foi santo para ser canonizado e adorado.
Quem põe a mão no fogo pela cunduta do homem sobre o vergonhoso desmatamento, entre outras roubalheiras que acontecem e, que ainda acontecerá nos dias de hoje. Se o senhor homem em sua totalidade não participou diretamente do desmatamento, não duvido que tenha participado indiretamente dos lucros que a floresta oferece.
Para saber com certeza de todo aquele acerto líquido do produto desviado de sua origem, basta saber sobre patrimônio passado e o atual do homem.