A oposição e o terrorismo inflacionário


Não era de se surpreender que a mesma oposição que governou o país e o levou ao FMI por três vezes hoje esteja na vanguarda de um movimento que acusa o governo de conivente com a escalada inflacionária. A inflação para o ano de 2012 ficou acima da meta de 4,5%, chegando a 5,8%. Ou seja, no teto da meta.

A questão é política e envolve uma tentativa de sabotagem ao projeto político da presidenta Dilma Rousseff. Do ponto de vista estratégico, é muito claro que o projeto dos governos Lula e Dilma não encontra sinal de igualdade com o projeto que elegeu FHC em 1994. Sempre bom lembrar que essa oposição toma para si o apanágio de ter acabado com a era da hiperinflação, porém esquece-se de dizer que o fim da hiperinflação deu-se da forma mais cruel e reacionária, pela via da elevação exorbitante dos juros básicos da economia, do arrocho salarial, do endividamento público e da abertura comercial indiscriminada.

Claro que a agenda atual é divergente da vitoriosa em 1994. Arrocho salarial foi substituído por ganhos salariais reais, endividamento público foi trocado por maior expansão do PIB, enquanto que a era da abertura comercial está sendo substituída por mais proteção à indústria e cobrança por mais conteúdo nacional nas obras em infraestrutura e nos investimentos de grandes empresas como a Petrobras. Trata-se de diferenças de fundo que estão sendo escancaradas na mesma proporção em que o rumo definido pelo governo obtém amplo respaldo popular diante de uma oposição sem voto, mas com grande força na mídia e nas altas instâncias do Poder Judiciário.

Mas o terrorismo inflacionário está aí posto. O próprio Copom, de forma unânime, decidiu pela manutenção das taxas de juros (Selic) na casa dos 7,25%. Para o PCdoB esta decisão já mostra uma atitude defensiva frente às violentas pressões dos monopólios financeiros diante das oportunidades que a crise internacional tem dado para o desenvolvimento nacional voltado ao mercado interno e na própria expectativa de investimentos futuros por parte dos empresários. Foi justa a reação imediata de trabalhadores e empresários contra esta política adotada pelo Copom numa hora em que os juros deveriam estar caindo mais ainda para estimular a retomada do desenvolvimento nacional.

O nível em que a batalha está chegando apenas demonstra o que para nós não é nada novo. A luta política está se acirrando, tornando-se renhida e em grande medida despolitizada. Na economia o desafio é o de manutenção dos avanços obtidos em 2012. Não será nada fácil, como o próprio Copom sinaliza.

Renato Rabelo: presidente nacional do PCdoB

2 comentários:

  1. O governo Itamar Franco / FHC, além de fazer com que a inflação tivesse uma queda de 83% ao mês para 12% ao ano, proporcionaram aumento real nos salários e no poder de compra do cidadão mais carente.

    Em 10 anos de governo nazi-peãotralha o benefício do aposentado não tem acompanhado os aumentos do salário mínimo e o aposentado recebe cada vez menos.

    Os nazi petralhas não conseguem ou não querem ver que a inflação tem prejudicado muito mais a população de baixa renda, sem se falar da carga tributária cada vez maiores sem o consequente benefício para a população.

    Hoje a saúde pública está bem pior do que há dez anos atrás, assim como a qualidade do ensino público e a segurança pública.

    Só mesmo um fanático nazi petralha não admite seu fracasso e o retrocesso do Brasil nestas áreas.

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  2. Corrigindo erro de digitação - onde se lê peãotralha leia-se petralha. Não podemos confundir um peão, homem trabalhador e honesto, com petralha, pessoa desonesta e sem ética ou princípios morais, pessoa que vive agarrado como carrpato às tetas da nação.

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