Um estudo conduzido pelo site "Casuals" e publicado pelo site "Female First" concluiu que quatro em cada 10 mulheres já tiveram de casos paralelos a uma relação séria, contra 12% dos homens. Quando o assunto é pensar em pular a cerca, mas não concretizar, 3/4 dos moçoilos assumiram que já passaram por essa situação e 85% das mulheres disseram o mesmo.
E tem mais: 14% das mulheres admitiram que já mantiveram um relacionamento clandestino. O mesmo fato foi declarado por 4% dos homens. Anthony Wright, do site de namoro Casuals, pensa que os números mostram o oposto do que imaginamos, mas pode significar que as mulheres são mais honestas do que os homens na hora de admitir uma traição.
O assunto também foi muito bastante estudado pela antropóloga Mirian Goldenberg, autora de obras como "Por que homens e mulheres traem?". Ela entrevistou 1.279 pessoas da classe média do Rio de Janeiro e concluiu que as mulheres traem porque sentem falta de amor, carinho e atenção, por vingança ou para dar "um up" na autoestima. Já os homens alegam que traem por puro instinto.
Para Sérgio Savian, terapeuta psicanalista especializado em relacionamentos, o conceito de moral está flexível para todos, por isso fica difícil dizer se são os homens ou as mulheres que traem mais. E sobre as justificativas da mulher, ele opina: "Vingança é o argumentam que muitas usam para explicar sua atitude. Afinal, é mais fácil colocar a culpa nos outros. Atrás da vingança, existe o puro desejo de se experimentar com outro homem."
Quando o assunto entra nas rodinhas de conversas informais, o que se costuma ouvir é que o homem trai para procurar fora o que não encontra dentro de casa. E Sérgio Savian garante que o cenário feminino passa pelo mesmo conflito. Para ele não são apenas os homens que ficam em dúvida entre a estabilidade de uma relação conhecida e a aventura de um novo affair.
"Quando a mulher somente sai com outro homem ou mesmo tem um caso amoroso, além de correr perigo, complica o relacionamento oficial, que já estava balançado", avalia o terapeuta. "Por isso, é mais inteligente tentar resolver o namoro ou casamento. Se não der, separe. Assim, fica livre para sair com quem quiser. Nesta ordem as coisas dão mais certo. A vida é repleta de bifurcações, diante das quais você precisa fazer opções. Não dá para seguir dois caminhos distintos ao mesmo tempo", afirma.
O estudo feito por Mirian Goldenberg revelou ainda que, na hora de assumir para o parceiro, 47% das mulheres e 60% dos homens disseram que contariam a verdade. Quem não assumiria alega falta de intimidade emocional com o parceiro, no caso da mulher, ou falta de compreensão por parte das parceiras, no caso dos homens. E na hora de perdoar e passar uma borracha no assunto, 40% deles e 80% delas tomariam essa decisão.
Porém, Sérgio Savian pensa que o perdão total, no sentido de olhar somente para frente, é quase impossível para qualquer ser humano de carne e osso.
"Talvez por uma questão cultural exista mais cobrança para que as mulheres perdoem a traição masculina, uma vez que foram educadas para entender os homens como naturalmente infiéis. Os homens talvez tenham mais dificuldade, pois, historicamente, se veem agredidos em sua honra", explica o especialista.
E completa: "A origem disso está no questionamento da paternidade e na transmissão do patrimônio (herança). Porém, com o avanço da biotecnologia, como uso dos anticoncepcionais e testes de DNA, este comportamento machista (mais direitos aos homens que às mulheres) passa por rápidas transformações."
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Mirian, ao comentar sobre sua pesquisa, diz que a culpa da traição é sempre do homem, seja por seu instinto incontrolável, seja pelas lacunas deixadas por ele dentro de um relacionamento. Porém, quando o assunto é infidelidade eles são os "privilegiados", pois são os únicos que se percebem e são percebidos como sujeitos da traição. "Já a mulher, mesmo traindo, continua se percebendo como uma vítima", conclui.
Por Juliana Falcão (MBPress)
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