Um outro ponto de vista: nesta sexta-feira (27), o GIEC (Grupo de especialistas intergovernamentais sobre a evolução do clima), que reune cientistas da ONU e da Organização Mundial de Meteorologia, vai divulgar, em Genebra, a primeira parte do relatório sobre o clima, previsto para o fim do ano ou começo de 2014, onde constata que não há nenhum aquecimento climático visível que seja capaz de mudar a vida humana na Terra.
Por Rui Martins (*)
Al Gore, Marina da Silva e tantos outros profetas ambientalistas do apocalipse climático são desmentidos – não há aquecimento climático na Terra.
Al Gore chegou a ganhar o Prêmio Nobel como pregador do fundamentalismo ecologista, prevendo o fim do mundo com o aquecimento da temperatura na Terra, aumento do nível dos oceanos, catástrofes em cadeia e o provável desaparecimento do ser humano.
Com base em suas profecias, foi feito um filme One Inconvenient Truth (Uma Verdade que Incomoda) destinado à sensibilização das populações ao problema do aquecimento climático e para alertar contra as causas dessa catástrofe programada para o nosso planeta.
Na série dos filmes de catástrofes, houve o filme The Day after Tomorrow, contando as terríveis catástrofes consequentes do aquecimento climático. E até os estúdios Walt Disney se inspiraram no apocalipse humano, com o desenho animado A Idade do Gelo.
Não foi invenção do Al Gore. No fim do século passado, alguns cientistas meteorologistas como Nicola Scafetta, alarmados com o aumento do lançamento do gás carbonico, CO2, na atmosfera, lançaram o alerta de que esse gás iria cobrir a Terra como num invólucro e provocar um efeito de estufa.
As primeiras previsões, divulgadas em Paris, davam conta de um aumento provável de 6 graus na temperatura terrestre, o que poderia provocar o fim da espécie humana. Imediatamente, os defensores da natureza se organizaram e deram origem aos movimentos e partidos ecologistas e o mundo todo, inclusive o mundo político, passou a dar prioridade ao risco do homem tornar o planeta inabitável em decorrência da poluição atmosférica.
E todos nós nos sentimos culpados por lançar na atmosfera o CO2 do cano de escapamento de nossos carros. De repente, terminado o marxismo, surgiu a nova ideologia da ecologia, nem de esquerda e nem de direita, transformada praticamente num evangelho destinado não à salvação das almas mas à salvação do mundo.
Que eu me lembre, só o cientista francês Claude Allègre, ex-ministro da Cultura, na época do presidente François Mitterrand, contestou a crença geral, com um livro controvertido, publicado em 2010, A Impostura Climática ou a falsa ideologia.
Nele, Claude Allègre, já falecido, constestava todos os dados divulgados pelo GIEC (Grupo de especialistas intergovernamentais sobre a evolução do clima), reunindo cientistas da ONU e da Organização Mundial de Meteorologia, afirmando que, na história do nosso planeta, tinha havido fase de glaciação, diminuição e aumento da temperatura terrestre, sem qualquer participação humana. Imaginar, dizia ele, que o homem seja capaz de mudar o clima do planeta é uma espécie de megalomania humana.
Em termos políticos mundiais, o fato dos EUA torpedearem todos os esforços para se diminuir a poluição atmosférica provocou uma esquerdização da política ecológica. E isso fez com que a questão do aquecimento terrestre se dividisse em campos políticos – a direita de Bush e a direita em geral com suas indústrias poluidoras não acreditavam; a esquerda, na sua posição de protetora das populações e do planeta acreditava na necessidade premente de se abandonar o combutível vindo do petróleo, gerador de CO2, em favor de energias alternativas.
Nessa ideologia do aquecimento global, e pouca gente sabia, entrou o lobby da energia nuclear e, ainda nos anos 80, a ex-primeira-ministra Margareth Tatcher. Em guerra contra os mineiros do carvão, Tatcher preconizou a reconversão do sistema britânico de energia para o nuclear, considerado, naquela época, a energia limpa.
Portanto, não foi só o fundamentalismo ingênuo dos talibãs defensores da natureza, o motor da mobilização mundial contra o aquecimento terrestre – foram os capitais interessados na expansão da energia limpa, a nuclear. Até acontecer Tchernobyl e se descobrir que as centrais nucleares eram muito mais perigosas que as centrais térmicas. A variante passou a ser a energia solar, a energia eólica, de maré, mas todas ainda insuficientes par abastecer o mundo consumista moderno.
Nesta sexta-feira (27), o mesmo GIEC vai divulgar, em Genebra, a primeira parte do relatório sobre o clima, previsto para o fim do ano ou começo de 2014. E nele, uma outra constatação se precisa – não há nenhum aquecimento climático visível que seja capaz de mudar a vida humana na face da Terra. Houve catastrofismo e exagero nos primeiros relatórios, feitos com base em dados incorretos e aumentados por cientistas que transformaram a ecologia numa espécie de nova religião.
E como costumam fazer as religiões, lançadoras de culpas e pecados dos quais é preciso se redimir, os profetas ecologistas lançaram a culpa do desastre do planeta em todos nós, habitantes do mundo consumidor de CO2. Porém, o quinto relatório do GIEC reconhece que o aquecimento, quando se registra, não é causado pelas formiguinhas humanas, mas pelas explosões das atividades solares e também pelas correntes marítimas.
Outro mito também desfeito é o do fim do petróleo. Com a descoberta do xisto betuminoso e da maneira pela qual pode ser explorado, pela técnica (poluidora) do fracking, toda a reconversão da produção de energia por meios alternativos foi abandonada, porque nos EUA, por exemplo, existe tanto petróleo como na Arábia Saudita.
Portanto, com a exploração do xisto, o mundo continuará lançando CO2 na atmosfera, mas como diz o físico francês François Gervais, numa entrevista para a revista suíça L´Hebdo, “o CO2 é benéfico para o planeta, não é um poluente, ao contrário é um nutriente para a vegetação”.
Na imprensa brasileira, ao que eu saiba, só um jornalista remava contra a maré do aquecimento climático – Carlos Brickman, ex-Estadão e hoje no Diário do Grande ABC, declaradamente de direita. Mas Claude Allègre, voz divergente na França, era socialista.
(*) Jornalista, escritor, correspondente em Genebra.
Fonte: portal Direto da Redação
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