Uns cus infatigáveis
Com a sincronia infatigável dos ponteiros de um cuco, e uma notável harmonia de enredo e afinação, paladinos dos interesses conservadores vieram a público, na semana que finda, opor reparos à condução das coisas no país. A perda de confiança no governo é o diapasão que afina o conjunto. Que os indicadores da economia e os da confiança - a dos eleitores, inclusive, como mostra o Ibope,com Dilma a vencer no 1º turno-- desenhe uma curva inversa, pouco lhes importa.
Importa-lhes, acima de tudo, denunciar um governo que, na sua ótica, trocou a ênfase nas reformas neoliberais pelo intervencionismo econômico. ‘"Vamos ter de nos reorganizar para restabelecer a confiança (do capital)", convocou FHC em ordem unida ministrada a empresários mineiros, na quarta (25). Na quinta (26), foi a vez de José Serra ir ao ponto. "O governo decidiu, em 2010, implantar um modelo de partilha para novas explorações no pré-sal, obrigando a Petrobrás a deter pelo menos 30% do capital e criando uma nova estatal - Petrosal! que controla o comitê gestor de cada campo', fuzilou, em tom exclamativo. O resumo da ópera veio impresso na edição especial da revista The Economist, que seguiu na mesma toada: ‘"Será que o Brasil estragou tudo?", pergunta a bíblia neoliberal. A inquebrantável disposição de frustrar o modelo de partilha do pré-sal, cujo leilão ocorrerá dia 21 de outubro, recomenda conhecer melhor um regime regulatório alvo, ao mesmo tempo, da dureza das críticas à direita e à esquerda. (LEIA MAIS AQUI)
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