dirigido pelo belga Alain Berliner e lançado em 1997, é um filme delicado que aborda a transexualidade de Ludovic Fabre de sete anos que não se reconhece como menino, sente-se, veste-se e age como menina. Os pais para disfarçar o constrangimento diante dos vizinhos dizem tratar-se de brincadeiras. Quando questionado sobre o comportamento, Ludovic responde que é para ficar ‘bonita’, assumindo naturalmente o gênero feminino.
A intolerância e o preconceito iniciam-se na própria família, com os pais, que não sabendo como lidar com este filho tão diferente, convenientemente preferem a vigilância e o repúdio, afinal, é assim que a sociedade exige. Rejeitado também na escola onde sofre agressões físicas, os irmãos envergonhados não conseguem defendê-lo. O psicólogo contratado pelos pais também não consegue os resultados esperados por eles. E contra sua vontade, seus cabelos são cortados bem curtos para que se enquadre no padrão exigido por todos. Ludovic então refugia-se no seu mágico mundo cor-de-rosa onde ele é feliz do jeito que é.
Um filme belíssimo, e triste, muito triste sobre sexualidade, família, e principalmente sobre a pressão da sociedade para que os 'diferentes' sejam rejeitados e ignorados para que tudo se encaixe nos padrões exigidos por ela.
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