Os investidores perderam quase US$ 285 bilhões no Brasil nos últimos três anos, segundo as contas do jornal "Financial Times" com base em dados do Banco Central, apresentadas em texto publicado nesta quinta-feira (23).
A soma teria sido varrida dos ativos do país no período, à medida que o Brasil tentava recuperar o nível de crescimento dos anos seguintes ao início da crise mundial, de 2008 e 2009. Segundo a revista, perdas de investimentos ocorreram em todos os emergentes, mas no Brasil a destruição de valores ocorreu numa "escala sem precedentes"."O Brasil era o queridinho dos investidores há apenas quatro anos, mas para muitos agora se tornou pária", diz o FT.
Para chegar ao valor, o jornal considerou dados do Banco Central que mostram que a soma do fluxo de investimento estrangeiro direto para o Brasil e os investimentos estrangeiros em ativos brasileiros em carteira valiam mais de US$ 260 bilhões entre janeiro de 2011 e novembro de 2013. No mesmo período, apesar do fluxo, o valor dos ativos de estrangeiros caiu de US$ 1,351 trilhão para US$ 1,327 trilhão, uma perda de US$ 24 bilhões. A soma leva à contabilização de mais de US$ 284 bilhões em perdas em menos de três anos.
O texto diz que as perdas não querem dizer que os investidores individuais não fizeram dinheiro. Ao longo de 2009, de acordo com o BC, citado pelo FT, o valor das ações de estrangeiros subiu de US$ 150 bilhões para US$ 376 bilhões. A alta de quase US$ 227 bilhões em um ano que os fluxos foram de apenas US$ 37 bilhões leva a criação de valor de US$ 190 bilhões em ações durante o ano.
As perdas, no entanto, podem ter sido maiores que os números sugerem, diz a publicação. Durante o período, estrangeiros investiram US$ 23,5 bilhões e viram o valor do investimento cair quase US$ 130 bilhões, levando à destruição de mais de US$ 150 bilhões.
Pela primeira vez desde que o banco central começou a compilar os dados anuais, em 2001, o valor de ações detidas por investidores estrangeiros caíram por três anos seguidos, diz o jornal.
A perspectiva de analistas ouvidos pela publicação é que as perdas continuem, a não ser que haja alguma mudança no crescimento global ou na política econômica do governo.
Os críticos apontam que os problemas começaram nos anos finais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que terminou em 2010, e continuaram no da presidente Dilma Rousseff. "Sob ambos, dizem os críticos, a expansão do papel do governo na economia prejudicou a competitividade e frustrou o crescimento da produtividade", diz o FT.
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