Wittegenstein usou-o para demonstrar um aspecto da cognição no qual, quando ela está focada, enrodilhada em certos aspectos, isso a torna naturalmente cega a outros.
O exemplo do cubo é o mais simples possível: quando o vértice A parece estar à frente, naturalmente colocamos o vértice B para trás, e vice-versa. Tendemos a conferir tridimensionalidade ao objeto com um dos vértices à frente – vemos a totalidade do objeto de um ou outro jeito, mas podemos “trocar” o vértice e ganhar, literalmente, uma outra perspectiva.
O aspecto interessante é que, quando temos uma, não temos a outra.
Os objetos impossíveis brincam exatamente com essa nossa limitação.
Mas não precisamos nos resumir a umas poucas formas geométricas: esse é um exemplo extremamente simples de um viés cognitivo muito básico.
A grande arte, em todas as suas formas, do sorriso da Gioconda, passando por Shakespeare até Breaking Bad, lida com a ambiguidade, e em particular onde ela é mais viva quando toca nas emoções.
Não há nada de novo em trabalhar a tensão cognitiva do interlocutor. É isso que qualquer obra de arte faz, e aliás, é talvez para isso que ela se apresente.
Num sentido evolucionista, que precisa explicar funcionalmente por que as coisas surgem, já que é uma ciência, a ficção (pelo menos ela, mas podemos talvez incluir toda a arte) é parte de nosso aprendizado emocional.
Além disso, o texto pode usar de lógica modal, de mundos possíveis, “hipotética”, ou até paraconsistente: além da decisão sobre se devemos ou não especular em bitcoin ou se nossa estratégia de negócios está suficientemente na moda, em outras palavras, sem tomada de decisões ou dicas ao estilo de revista feminina. Voltada unicamente e friamente direcionada para a análise concorrente e simultânea de mundos possíveis. Sim, tudo aquilo que falamos sobre humor (emoções) e sátira MAIS essa lógica paralela, multi-threaded.
Leia mais>>>
Leia mais>>>
Nenhum comentário:
Postar um comentário