George Koukis acredita estarmos carentes de liderança ética – afirmação que tem meu total apoio. Nosso sistema sócio-econômico atual é uma britadeira, perfurando incessantemente. Empreenderapesar dessas circunstâncias é colocar seus valores em cheque dia após dia.
Se você é empresário ou aspira se tornar um, esse papo é imperdível.
As fortes e bem embasadas opiniões, o vozeirão de barítono e o inglês com sotaque grego tornam Koukis uma figura e tanto.
Empresário e dono da Temenos, referência global no ramo de softwares bancários, hoje ele se dedica à plataforma “Dream for the World“, cujo foco é a formação de jovens lideranças íntegras ao redor do mundo. Sua história foi narrada em livro de mesmo nome, já traduzido para o português.
No Brasil trabalha em parceria com a Intento, que realiza “uma experiência de imersão transformadora para quem deseja identificar seus talentos e colocá-los a serviço da sociedade, impactando positivamente o meio em que vive”. Infelizmente as inscrições para a próxima edição estão fechadas. Recomendo ficarem atentos às próximas.
Em fevereiro de 2012, estive no seminário “Integridade em ação: empreender com ética e propósito“, no qual Koukis foi um dos palestrantes. Naquele mesmo dia, à tarde, conseguimos vinte minutos de sua agenda, graças ao intermédio de Anna Aranha e Marcelo Campanér (obrigado!).
Esse papo foi gravado em meio a barulho e condições adversas de luz, com a Luiza fazendo milagres. A tradução foi feita pela Myla Fonseca e revisada por mim.
As perguntas:
0:54.0 – George, poderia descrever o projeto Dream for the World para nós?
4:27.0 – Algumas pessoas dizem que você escolhe criar um empresa ética ou uma de sucesso. Em sua opinião, o que torna uma empresa ética?
9:03.0 – Via de regra, as empresas colocam toda sua energia em crescer, crescer e crescer – de maneira obsessiva. E tal crescimento traz consigo grandes desafios éticos. No entanto, se todos seguirem focados em maximizar os lucros indefinidamente, o próprio sistema e a competição desenfreada, o próprio sistema e a competição desenfreada acabam por induzir a tomada de decisões pouco ou nada éticas.
E se fosse possível construir uma empresa próspera, que cresça num ritmo mais orgânico ou mesmo, em certo ponto, abdique da necessidade de crescimento? O que teria a dizer sobre isso?
16:49.0 – Sobre legado, como gostaria de ser lembrado?
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Caso esteja apressado, não deixe de escutar a resposta da terceira – ela inspirou o próprio título desse artigo:
Para se aprofundar, sugiro ler esse texto sobre crescementismo de Umair Haque, autor da Harvard Business Review. E também esse outro, “Sobre outras possibilidades de empresas e negócios“.
Tenho me interessado bastante por explorar maneiras de tornar empresas espaços de real desenvolvimento humano; criar negócios que não se pareçam com negócios. Conversas assim me deixam pra lá de empolgado. Penso inclusive em gravar mais papos como esse, ao longo do ano.
Bom, curioso para escutar as impressões de vocês nos comentários.
Interessado em boas conversas, redes e novos modelos de trabalho e negócios. Na interseção desses pilares, surgiram o PdH, o Escribas e o lugar. Formado em Comunicação, atuou alguns anos como estrategista digital.
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