Jornal GGN - Não é a primeira vez que Eduardo Cunha protagoniza oposição na Câmaradiante do governo federal, em defesa de interesses de grupos. Em maio do ano passado, ao lado de Anthony Garotinho (PR-RJ), também conseguiu adiar a votação da MP dos Portos.
E esse exemplo está em pequena posição na sequência de escândalos do deputado.
No governo Garotinho Eduardo Cunha deixou seu nome no caso da Companhia Estadual de Habitação. Ele foi indicado pelo deputado federal evangélico Francisco Silva (PRN) para ocupar a presidência da Cehab. Durante o período, manipulou diversas licitações.
Ao lado de Jorge La Salvia, argentino e ex-procurador de PC Farias, Cunha foi indiciado. O caso Cehab foi parar no Tribunal de Contas do Estado e arquivado em 2004, com base em um documento do Ministério Público Estadual que inocentou o parlamentar. Depois, descobriu-se que o parecer foi falsificado pelo subprocurador Elio Fischberg.
O deputado Francisco Silva e o traficante Abadia – com relações próximas ao advogado Carlos Kenigsberg, presença constante no casos de Cunha – chegaram a ser acusados de fraude por esconder imóveis de Cunha ao tentar escapar dos leilões da Justiça.
Além dessa passagem, Eduardo Cunha esteve envolvido no caso da sonegação da Refinaria de Manguinhos, com a compra e venda de combustíveis sem o recolhimento do ICMS. No período, uma CPI apurou que entre 2002 e 2006, o esquema teria produzido um rombo de ao menos R$ 850 milhões na arrecadação.
Sob a sigla VM, Cunha teria ajudado o empresário Ricardo Magro a negociar compra de combustível em Brasília, chegando a oferecer seu gabinete para uma reunião de Magro com Itamar dos Santos Silveira, lobista e ex-assessor de Furnas.
Eduardo Cunha também foi avistado no esquema Furnas, ao indicar o lobista Itamar, para o escritório em Brasília, e Lutero de Castro Cardoso, ex-funcionário da Telerj, para o cargo de presidente da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio) – Lutero chegou a ter bens bloqueados pela Justiça por operações ilegais na companhia em 2007.
Nessa passagem, o parlamentar tentou, inclusive, assumir o controle do Real Grandeza, fundo de pensões dos funcionários de Furnas, entre 2007 e 2008.
Dos mais de 20 inquéritos que Cunha contabiliza no Supremo Tribunal Federal, por vezes como réu e outras como autor, três foram para apurar possíveis crimes que cometeu quando presidente da Cehab do Rio de Janeiro, entre os anos de 1999 e 2000.
Um deles, o inquérito 2984, foi aberto em 2010 para apurar a falsificação de documentos, pelo subprocurador, que levaram ao arquivamento do processo. Quando descobriu-se que era falsificado, Fischberg foi condenado a três anos e 10 meses de reclusão em regime aberto, perdendo a função pública. A pena foi substituída por serviços à comunidade e Cunha, sem ter seu nome no processo, não teve pena e conseguiu se reeleger na Câmara.
Acompanhe com detalhes as publicações do Jornal GGN sobre os casos: