Pedro Porfírio - orquestrações explosivas



Estou começando a admitir (e a deplorar) que a inescrupulosa máquina de moldar opiniões está conseguindo transformar o que Roberto Jefferson alcunhou de "mensalão" no único caso de corrupção no Brasil. Sinceramente, estou pasmo com o confinamento mental de muitas pessoas, para as quais todo o desvio de conduta se resolve com a concentração de cacetadas nos prisioneiros petistas, como se isso resolvesse todos os problemas, todas as amarguras e todas as frustrações de um monte de gente, como se o ideal mesmo fosse aplicar castigos medievais abrangentes, alcançando, se possível, seus parceiros não condenados e as futuras gerações.  

Não sei se estou me fazendo entender, mas o que minha percepção alcança nisso tudo é a mais implacável tentativa de linchamento, no que se tenta matar uma ninhada de coelhos de uma só cajadada.

Digo isso até mesmo por e-mails de algumas pessoas sérias, honestas, bem intencionadas, no entanto, prenhes de sentimentos inquisitoriais, mais partidários do que políticos, mais políticos do que jurídicos, mais emocionais do que racionais, que acham pouco a sova penal aplicada, sobretudo, aos protagonistas do PT.  Essas pessoas sequer admitem a solidariedade para o pagamento das multas, sonhando que, assim, os condenados tenham de cumprir trabalhos forçados pelo resto da vida para quitar a dívida arbitrada.

Ao ver de uma psicanálise de massas pode-se achar nessa lenha ardente a genealogia composta da não resolvida derrota recente nas urnas, da nostalgia do obscurantismo em fase de decomposição, e da frustração de sonhos burlados pela sujeição oportunista e capitulacionista a um jogo de poder criminoso.
 
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