Sem nexo, sem concavo, sem convexo

Ontem foi uma bela noite, o sol brilhava entre as trevas. Sentei numa pedra de pau, à sombre de uma árvore sem galhos, flores, folhas e frutos. Também não tinha tronco nem raiz...
Escutava perfeitamente um mudo falando com outro e seus companheiros surdos atentamente escutavam. Dizia ele:

- Prefiro mil vezes a morte à vida. Já morri várias vezes...

Ao longe, próximo dali, existia uma floresta sem árvores. Os pássaros saltitavam de galho em galho e rinocerontes hibernavam à sombra de um pé de batata doce. Corri desesperadamente devagar em direção a minha casa - que não possuo -, e entrei pela porta dos fundos que fica na frente. Como estava descansado, deitei o gibão na cama e me penderei no cabide, onde após dormir um pesadelo, sonhei que tinha acordado. Aí, dei marcha ré e remei para o banheiro, onde me serviram o jantar da manhã. Depois de beber o guardanapo, limpei a boca com o bife, cheirei para o lado e tateei um cego mascando um jornal religioso, sem letras, que repetia:

Os quatros evangelistas são três:

Esaú e Jacú.