Comentário sobre a postagem "O jeitinho nos anos eleitorais" publicado por Luis Nassif no GGN
Somente no ano passado houveram 03 reajustes no diesel e 02 na gasolina. Talvez uns e outros gostariam de ver reajustes de 50% nos combustíveis, provocando um verdadeiro caos social mas "salvando" a Petrobrás... Outra questão, o colunista afirma que a Petrobrás está sendo "descapitalizada" por Dilma. Já vimos que isto é uma rotunda falácia, mas é preciso ver mais. No ano passado a Petrobrás fechou com um lucro de 23,6 bilhões de reais, repetindo, lucro de 23,6 bilhões de reais! Que descapitalização é esta onde o lucro de uma empresa AUMENTA em relação ao ano anterior?
Que descapitalização é esta onde o lucro de uma empresa é superior aos 23 BILHÕES de reais? Que descapitalização é esta que permitiu à Petrobrás ter um lucro de quase 150 BILHÕES de reais nos últimos 05 anos? Que descapitalização é esta que permite à Petrobrás inaugurar a Refinaria de Abreu e Lima em novembro de 2014, além de estar construindo outras 03 refinarias (a última refinaria inaugurada no Brasil foi no tempo dos militares)? Que descapitalização é esta que permitirá à empresa fazer investimentos de mais de R$ 500 BILHÕES de reais entre 2013 e 2018, segundo o Plano Estratégico da empresa? Como vemos, a realidade desmente o senso comum.
Que dizer então que Dilma Rousseff não mexeu no câmbio? Pelas barbas do profeta! Essa nem a Miriam Leitão consegue defender... Vamos lá:
-Janeiro de 2011: R$ 1,65 por dólar;
-Janeiro de 2012: R$ 1,86 por dólar;
-Janeiro de 2013: R$ 2,04 por dólar;
-Janeiro de 2014: R$ 2,39 por dólar.
Houve uma benéfica desvalorização cambial desde o primeiro milésimo de segundo do governo Dilma Rousseff, em janeiro de 2011. Isto é a realidade concreta e objetiva dos fatos que demonstra. E estes fatos são absolutamente indesmentíveis. Outros pontos agora, o Brasil não tem déficit comercial nenhum, de onde tiraram esta notícia absolutamente fantasiosa? A última vez em que o Brasil teve déficit comercial foi no longínquo ano de 2000. De lá para cá, o Brasil sempre teve SUPERÁVIT COMERCIAL, não o contrário.
Quer dizer então que Lula quase "quebrou o país" em 2008 e que a salvação do Brasil foi o estouro da maior e pior crise econômica e financeira existente desde o Crash de outubro de 1929? Uau... O governo Lula acumulou, entre 2003 e 2008, mais de 215 BILHÕES DE DÓLARES em superávit comercial a favor do Brasil. Isto dá uma média de mais de 35 BILHÕES DE DÓLARES de superávit comercial por ano no governo Lula, desde o seu início até o estouro do Crash de 15 de setembro de 2008! Como vemos, Lula "quase quebrou o país", não é mesmo? Lula recebeu de FHC um país com 20 bilhões de dólares em reservas internacionais e chegou a 15 de setembro de 2008 (dia do estouro do Crash) com mais de 207 BILHÕES de dólares em reservas internacionais. Dez vezes mais do que o valor que recebeu! Este Lula, como vemos, "quase quebrou o país", não é verdade?
Já vimos que a questão do câmbio no governo Dilma é uma falácia. Também vimos que a "descapitalização" da Petrobrás é uma rotunda fantasia. Desmistificamos a questão do "déficit comercial" do Brasil, que simplesmente não existe desde o ano de 2000. Agora vamos ver a questão do juros e dos incentivos fiscais.
O atual baixo crescimento da economia brasileira não tem nada, absoluta e definitivamente nada a ver com a taxa de juros! O Brasil cresceu em média superior no governo Lula e os juros da Selic no governo Lula eram superiores à média dos juros no governo Dilma. Os EUA estão com juros de 0,25% ao ano há quase 05 anos e meio. O Japão está com juro de 0,1% ao ano há mais de 05 anos. A União Europeia está com juro de 0,25% ano ano. O Reino Unido está com juro de 0,5% ao ano há mais de 05 anos consecutivos. Se o problema são os juros, como se explicar que estes países tenham taxas de juros próximas de zero e não consigam crescer e sair da crise? E o México, que tem uma taxa de juros de 3,5% ao ano e mesmo assim cresceu menos do que o Brasil em 2013? Aliás, o México está já a 04 anos consecutivos (2010 à 2013) tendo crescimentos do PIB cada vez menores e decrescentes... O problema não era apenas a questão dos juros? Como vimos, não.
O problema atual é o Crash de 15 de setembro de 2008. Qualquer análise econômica que desconsidere os efeitos desta brutal crise econômica (a maior desde 1929) cairá fatalmente no idealismo e nos choramingos sem nexo com a realidade. Os apertados superávits fiscais do Brasil atual nada tem a ver com o câmbio! O câmbio está desvalorizando no governo Dilma, desde 2011, e mesmo assim não tem surtido efeito. Não fosse o Crash de 2008, com o câmbio que temos hoje, estaríamos com um superávit imenso. O problema do Brasil atual não é o câmbio e nem são os juros, isto é uma rotunda falácia. Vários países estão com juros próximos de 0% há meia década, e de forma consecutiva, e não conseguem sair da crise.
A solução para o Brasil, o que tem salvado o Brasil dos deletérios efeitos econômicos, políticos e sociais oriundos do Crash de 2008 é justamente a corretíssima aposta no mercado interno. Esta aposta na construção de um pujante mercado interno de massas, no aumento constante do salário mínimo e na distribuição de renda, além do pleno emprego, é que tem salvado o Brasil de atravessar períodos ruins como os que se verificam hoje em vários países da Europa. E é preciso intensificar esta aposta no mercado interno. Quanto ao tema das exportações, sempre é bom lembrar que o Brasil exporta, como proporção do PIB, mais do que os EUA. Isto mesmo, como proporção do PIB, o Brasil, repito, exporta mais do que os EUA!
As medidas antí-cíclicas empreendidas por Lula e aprofundadas por Dilma Rousseff é que tem possibilitado ao país atravessar a maior crise econômica dos últimos 80 anos sem maiores sobressaltos. É dentro desta perspectiva que Dilma fez várias intervenções econômicas desde 2011. O alvo dessas intervenções setoriais sempre foi a manutenção do pleno emprego e da renda da população, sem perder o controle da inflação. É possível dizer que Dilma Rousseff errou nestas medidas? Evidentemente que não! Os resultados estão aí para quem quiser ver. E o Brasil, é bom ressaltar, tem aumentando a arrecadação fiscal todos os anos, em que pese as corretíssimas medidas econômicas anti-cíclicas tocadas por Dilma.
As Miriams Leitão da vida jamais vão querer ver a realidade concreta e objetiva dos fatos, mas aí é outra história...
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