Pai exaltado vai buscar Pondé na Folha de São Paulo
CAMPOS ELÍSEOS - Um pai transtornado invadiu hoje a redação da Folha de S. Paulo para puxar a orelha do colunista Luiz Felipe Pondé. "Meu filho começou a ler Olavo de Carvalho por sua causa!", disse, segurando o choro. Pondé reagiu acendendo um cachimbo. Transtornado, o pai subiu o tom: "Ele passou a usar chapéu panamá, está colecionando as frases da revista Caras e desde então deixou de pegar mulher", lamentou, caindo em pranto.
Pondé olhou para o alto, deu uma cachimabada e declamou:
"Você pensa em mim toda hora/ Me come, me cospe, me deixa/ Talvez você não entenda/ Mas hoje eu vou lhe mostrar." Ainda envolto em fumaça, arrematou: "Eu sou a dona de casa/ Nos pegue pagues do mundo/ Eu sou a mão do carrasco/ Sou raso, largo, profundo".
Diante da estupefação de todos, Pondé revelou sua fonte: "Essa é apenas uma passagem de Assim Falou Carvalhosa, obra-magna de Reynold Azevedish, o pai do liberalismo misógino transcendental, contra os fracos de espírito e os adeptos do bolsa-ralé". Dirigindo-se novamente ao pai, o colunista da Folhinha cachibou uma vez mais e concluiu, enigmático: "Não vai ter Cotas".
Indiferente ao burburinho, o jornalista Clóvis Rossi passou ao lado de Pondé cantarolando em voz alta: "Gracias a la vida que me ha dado tanto/ Me ha dado el sonido y el abecedario"....
O polêmico episódio será tema de um simpósio promovido pelo Departamento de Semiótica da Faap. O caderno Ilustríssima trará uma edição especial de 16 páginas inteiramente dedicadas ao assunto. Pondé aceitou participar com três sonetos inéditos, mas fez uma ressalva: "Sem essa de ouvir o outro lado, que isso é coisa de comunista!".
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