Choque de gestão deixa rombo de 2, 16 bilhões em Minas Gerais

- E como é de praxe, tucanos responsabilizam Dilma Roussef -

do Valos Econômico

No ano em que foi encerrado um ciclo de doze anos de gestões tucanas e de aliados, o governo de Minas Gerais encerrou 2014 com um déficit de R$ 2,16 bilhões em caixa segundo o relatório de gestão fiscal. Os dados, divulgados na sexta-­feira (30) no Diário Oficial, referem-­se ao período em que o estado foi governado pelo senador eleito Antônio Anastasia (PSDB), que deixou o governo em abril, e seu sucessor Alberto Pinto Coelho (PP).

Assinado pelo novo governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), o documento ainda aponta para uma dívida líquida consolidada (que inclui financiamentos de longo prazo) de R$ 85,26 bilhões. A dívida representa 178,97% da receita corrente líquida e está dentro do limite legal que é de 200%, segundo a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Os gastos com pessoal foram de R$ 20,7 bilhões –equivalente a 43,49% da receita corrente líquida– e também ficaram dentro do limite estabelecido pela LRF, que é de 49% do orçamento.

O último ciclo de gestões tucanas em Minas Gerais, iniciado em 2003 pelo senador e candidato a presidente derrotado Aécio Neves foi marcado por um discurso de austeridade em relação aos gastos públicos.

Outro lado

Ex­secretário de Fazenda de Minas Gerais nas gestões e Anastasia e Pinto Coelho, Leonardo Colombini culpou o governo federal por perdas de receitas do governo mineiro, estimadas em R$ 3,5 bilhões. "A execução orçamentária
de Minas Gerais foi marcada pela perda de receitas previstas no orçamento, em função de renúncias fiscais promovidas pela União e de reduções de repasses por parte do governo federal", disse, em nota.

Colombini também afirmou que, mesmo com o deficit, o governo fechou o ano com um saldo positivo de R$ 360 milhões, mostrando "solvência" e "sustentabilidade" das contas do estado.

O ex­secretário ainda destacou que o resultado fiscal de déficit foi compensado com recursos da reformulação do sistema previdenciário. Em 2013, recursos do instituto e do fundo de previdência mineiro foram incluídos no caixa único do Estado após a extinção dos órgãos.



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