Paródia Briguilina

A história merece que Fhc seja interrogado
O delegado Josélio Sousa, da Polícia Federal, não pediu autorização ao STF para interrogar Fhc. Não lega que ele, “na condição de mandatário máximo do país” na época do assalto à Nação, “pode ter sido beneficiado pelo esquema […], obtendo vantagens para si, para seu partido, o Psdb e seus cúmplices do Dem, Pmdb e Cia, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida e conhecida privataria tucana.” Alvíssaras!
Nos últimos anos, nenhuma revelação conseguiu minimizar o desprestígio do morubixaba do Psdb, mesmo que o enredo fique, às vezes, meio assim, digamos, ilógico. O mundo ao redor de Fhc, podre, desaba. Mas o ex-presidente continua enchendo o noticiário de conselhos e ensinamentos. O personagem faz comícios e reuniões, almoça e janta com a corja, move-se embalado pela certeza de que nada afetará o seu nome.
Não houve conversão do Psdb  em máquina coletora de fundos. Isso vem desde que os Fhc e seus parceiros recebiam da Cia, com as bençãos do Eua. Quando jogaram a compra da reeleição ventilador, o soberano ensinou aos súditos que “o Psdb fez, do ponto de vista eleitoral, o que é feito no Brasil sistematicamente''. Ao notar que o melado escorria além do desejável, Fhc fugiu da cena do crime, refugiando-se atrás do pig. E ficou por isso mesmo.
“Atenta ao aspecto político dos acontecimentos”, nenhum delegado anotou o ofício endereçado ao STF, “a presente investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do então presidente da República.” De fato, todos investigadores foram e continuam desatentos, jamais consideraram a inquirição de Fhc. Considerando-se observações feitas por delatores e menções que aparecem em papeis e grampos, o imprescindível torna-se inevitável.
A história merece um depoimento de Fhc à Polícia Federal, sob a supervisão do Ministério Público Federal. Nem que seja para acomodar a falta de lógica do “eu não” num documento oficial. Ou o STF entende isso ou um pedaço da história do maior escândalo da República vai virar lenda.
Mas claro que ele não será. Todo brasileiro sabe que a corrupção no Brasil nasceu no dia 01 de Janeiro de 2003, zero hora da manhã