Não existem fenômenos, por Fernando Horta


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Quando o Oscar jogava basquete, invariavelmente os analistas e comentaristas das partidas chamavam-no de "mão santa". Como se um dom divino o tivesse atingido e fosse responsável pelas cestas. Numa entrevista, vi ele dizer que odiava ser chamado desta forma, que ele ficava fazendo 2000 lances livres após os treinos, todos os dias, para depois dizerem que aquilo era "santo".


Lula não é um "fenômeno". Falam como se houvesse uma ligação divina que brilhasse em Lula.
Alguém que desde a década de 70 levanta 3 ou 4 horas da manhã para falar com empregados na porta das fábricas, que viaja pelo Brasil falando e ouvindo gente de todas as cores, de todos os tipos e com todos os sotaques não pode ser chamado de "fenômeno". É diminuir o trabalho, a história e a capacidade que tem Lula.
Como uma imensa piada de mal gosto, no Brasil atual temos um grupo de classe média que cultua TODAS as qualidades que Lula tem: esforço pessoal, determinação, coragem, conhecimento real e não apenas acadêmico, humildade e etc. Mas pagam fortunas para "empresários", que não têm tais qualidades, falarem por embuste, enquanto criminalizam tudo o que Lula fez.
É errado até mesmo colocá-los em comparação. Viveremos 100 anos e não haverá outro Lula. E não haverá porque hoje ninguém quer pagar o preço que Lula pagou nas décadas de 70 e 80. Não existem "fenômenos".
Enquanto uns colhem das multidões a quem plantaram - por décadas -, outros precisam de seguranças para fugir de ovos.