Lula candidato centraliza o ataque dos golpistas nele e garante a vitória da Esquerda, por Alexandre Tambelli


Eu penso que Lula deve ser candidato até as urnas, solto ou preso candidato. Se não tivermos forças de mantê-lo candidato se apresente o candidato de Lula o mais próximo do pleito, apresenta-lo antes é entregar ouro ao bandido.
A candidatura de Lula garante a centralidade dos ataques à esquerda, vindas da velha mídia capitaneada pela Rede Globo na figura de Lula.
Ao se adiantar qualquer candidato do Lula para o eleitorado, este será detonado como Lula é hoje. Pois, sem Lula candidato até quando for possível, todo candidato ou do Lula ou que for de esquerda e herdar os votos de Lula será a bola da vez, será massacrado pela Rede Globo & velha mídia e terá sua condução coercitiva, invasão do lar e até prisão televisionada e será corrupto aos olhos do Tribunal Midiático brasileiro.
Estamos em um Golpe e Golpe não tem legalidade nenhuma. Não há leis, Estado de Direito, Constituição. Nem sequer responsabilização por atos cometidos ilegalmente por motivos político-eleitorais. Todos viram corruptos da noite para o dia em um Estado de Exceção, ainda mais neste processo Golpista que visa ir além da economia ultra neoliberal, visa acabar com a esquerda brasileira.
Vão detonar todos os candidatos progressistas, o de Lula e os de todos os matizes das esquerdas com votos para chegarem no segundo turno, se Lula sair agora da disputa, e terão Globo & Cia. + Judiciário e PF aliados do Golpe tempo de sobra para a destruição de todos os que surgirem com votos.
Lula candidato é centralidade de discursos de Brasis possíveis, o que estava dando certo e o que não está dando certo. É a narrativa das realidades distintas em destaque, para além da máscara midiática, que sem Lula, agora, pode zerar o jogo eleitoral, porque sobram 7 meses para Eleição e se facilitará a construção da alternativa do candidato "novo", na medida exatamente proporcional em que se detonará o candidato do Lula, todos que aparecerem e outros contrários ao Golpe. Teremos um Jaques Wagner por dia!
7 meses é tempo suficiente para a fragmentação do "candidato do Lula" em vários candidatos.
Cresceu! Levou! Seria a tônica dos golpistas para com os candidatos de Lula e contrários ao Golpe.
O candidato de Lula e candidatos contrários ao Golpe para vencer em 2018 precisa ser conhecido o mais próximo possível da Eleição para não dar tempo de muitos golpes baixos contra ele e para o não fortalecimento do candidato “novo”, que precisa se confrontar com “Lula” e o Brasil que estava dando certo!
Lula ou seu candidato ou quem Lula manifestar apoio têm tudo para ganhar, no discurso prático do que é preciso realizar na economia e no social aqui no Brasil. Não cravo hoje, como disse, meses atrás, que venceremos o Golpe, porque vimos um exemplo, com Jaques Wagner na Bahia, do que o Golpe pode praticar e o fará em excesso, se tiver uma Eleição sem Lula desde já.
Quantas balas de prata detonadas até outubro de 2018 não viriam, não é verdade? Contra Lula já foram detonadas todas as possíveis, exceto a prisão.
A questão central, para nós, dever ser como mobilizar o eleitorado do Lula, que já deve ultrapassar os 50 milhões de votos para garanti-lo nas urnas.
Precisamos encontrar formas de dobrar o Judiciário, de levá-lo de volta à casinha. Para tanto é o povo nas ruas quem pode conseguir. Temos que ter mais forças que a força midiática tem hoje e a narrativa do real vencer com manifestações gigantes do povo, para ser manifestação popular em gigantismo e não só manifestação da militância organizada de esquerda nas ruas, que não é suficiente para assustar os golpistas.
Precisamos encontrar mecanismos de trazer o povo para a batalha de narrativas e acuar a narrativa da Globo & Cia.
O embate de hoje se dá na força das narrativas, no Poder da Globo estar acima do Poder popular, antes a popularidade e a realidade dos governos petistas dimensionaram as realidades e a narrativa do real (não-midiática) venceu. Com a Lava-Jato e o Congresso eleito e o fator econômico Levy se conseguiu fortalecer uma narrativa outra, paralela, midiática da Globo & Cia. em detrimento da real.
Para além dos patrocinadores do Golpe estão os brasileiros. Quem patrocina o Golpe é o Mercado Financeiro Globalizado e o Império Norte-Americano, pontos pacificados, mas quem o põe em prática são brasileiros nascidos no nosso território, e que praticaram um impeachment fraudulento em prol de interesses alheios aos do Brasil, mas tiveram a seu tempo apoio da população, não dá para fugir disto, por estar na dianteira a narrativa virtual da Globo & Cia. de um caos econômico e de corrupção generalizada inexistentes por parte do Governo Dilma, todavia fabricada de maneira efetiva.
Hoje não há quase mais quem queira a continuidade do Governo do Golpe, que não tenha percebido que foi enganado, mas, também, não há organização e mobilização para retirá-lo da frente, certo?
Lula é esta centralidade anti-Golpe. Precisamos criar mecanismos de trazer as vozes do povo a favor de Lula para o jogo, para além do voto e das caravanas, onde, Lula vai até seu eleitorado! Há milhões e milhões de eleitores de Lula que não verão Lula uma única vez, mas nós devemos dar a ele o direito de expressar que está com Lula, para o que der e vier, nas ruas.
Cheguemos nas periferias, nas pequenas cidades e vamos mobilizar esse povo todo, para além do voto em Lula e da impopularidade de Temer. Saiamos da bolha, da cômoda posição de ocupação dos centros urbanos, de se manifestar, quase que tão somente, nos bairros e espaços geográficos e físicos das elites e na internet progressista não periférica e nem popular.
Se a Globo & velha mídia estiverem sozinhas e os golpistas manobrarem as forças armadas para a repressão amplificada em outras regiões metropolitanas pode se complicar as manifestações populares e gerar medo no povo de se juntar nas ruas e exigir o direito de Lula ser candidato e de se garantir a volta da Democracia e o fim do Estado de Exceção.
As esquerdas precisam atravessar o rubicão do Parlamento, das universidades, sindicatos, sede, comitês e diretórios de seus partidos e casas de artistas e ir aonde o povo trabalhador e pobre deste país se encontra o mais rápido possível e ficar de prontidão nas ruas até o resultado eleitoral sair.
A batalha para vencer o Golpe é nas ruas e sem a sua naturalização e sem vitimismo. Os golpistas têm 4% de popularidade e fazem tudo o que querem, até impugnar a candidatura líder, e nós, que somos milhões, vamos aceitando tudo da poltrona de casa, esbravejando nos microfones virtuais e nos espaços das elites dizendo que não tem jeito ou que o povo não se mobiliza? Mas, e nós vamos até o povo, como Lula, solitariamente, tem feito?
Esperamos as caravanas e só? Para cliques de políticos candidatos ao lado dele buscando uma (re)eleição via selfies?
Fizemos diversos comitês da legalidade em favor do direito de Lula ser candidato, foi e é uma iniciativa bonita, mas, cadê a articulação entre os comitês para transformar os comitês em movimentos de rua, em manifestações de rua localizadas, periféricas, de pequenas cidades, mas espalhadas por todo o território nacional?
Para vencer o Golpe é necessário organização social nas ruas.
Lula deve ser candidato até quando der, se possível, até nas urnas, penso eu, e o eixo aglutinador das manifestações nas ruas.
Esperar pacificamente as eleições pode não ser mais do que adiá-la e ser um facilitador da prisão de Lula.
Deveria ter manifestação até a Eleição, todo dia, pedindo eleições diretas e a presença de Lula como candidato.
Somos milhões e milhões de brasileiros insatisfeitos com o que se apresenta para o Brasil hoje, precisamos brigar por nossos direitos, inclusive de votar em Lula, um condenado sem provas, nas ruas de todo o Brasil sem pausas para respiro do Golpe.
P.S. Sem manifestações populares nas ruas Lula será preso e não será candidato, é o que indica o cenário atual. Só a ação parlamentar e jurídica não garantem sua candidatura.
Lembrando:
Lula traz para o debate o Brasil que estava dando certo e não se desviará do assunto economia e social, muito, pela imagem dele ligada às lembranças do Brasil com emprego, renda, consumo, lazer e prosperidade.
Único candidato de esquerda contra alguns de direita no horário eleitoral e nos debates? Não me parece a melhor saída.