Chanchada eleitoral, por Rafael Patto

Lula é o preferido da maioria do povo brasileiro e, se não vencesse a disputa já no primeiro turno, destroçaria qualquer adversário em segundo turno.

Quanto a mim, seu eu for impedido de votar no meu candidato (porque é isso que significaria a não participação do Lula: milhões de brasileiros seriam proibidos de expressar sua vontade e fazer de forma livre a sua escolha), eu não voto em ninguém. Ninguém!

Pode parecer pirraça de criança mimada. Mas não é: é descrença mesmo. É a constatação de que eleição sem Lula é fraude. E eu me absterei de participar de uma farsa tendo consciência de que é uma farsa.

Há três nomes nos quais eu votaria com muita honra para presidente do Brasil. Mas só se fosse em condições democráticas normais, apenas se fossem candidaturas consolidadas espontaneamente num processo natural.

Fernando Haddad, Celso Amorim e Flavio Dino (não necessariamente nesta ordem).

Seria muito alvissareiro ver um desses três disputando a presidência. Três servidores públicos decentes e competentes que me orgulhariam muito se, algum dia, qualquer um deles se tornasse presidente do Brasil. Mas apenas no contexto de uma linha sucessória sem golpes parlamentares e sem atropelos jurídicos.

Se fosse para dar continuidade ao governo da presidenta Dilma, que concluiria seu mandato em 31 de dezembro, eu votaria de olhos fechados em qualquer um dos três citados acima. Mas em candidato vicário eu não vou votar. Me recusarei convictamente, peremptoriamente, a fazer figuração numa chanchada eleitoral.

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