Nunca antes um período político do Brasil foi marcado por tamanha imprevisibilidade como o atual.
A única variável da conjuntura que tem mantido previsibilidade e constância no tempo é a variável eleitoral, caracterizada por 2 fenômenos:
[i] a definitiva falta de competitividade eleitoral de todas as candidaturas da direita e do bloco golpista para a eleição de outubro; e, de outra parte,
[ii] a invencibilidade do Lula – um candidato imbatível e cuja imbatibilidade aumenta na proporção direta da violência e perseguição desferida contra ele.
Além disso, Lula tem o poder de eleger o candidato por ele indicado, caso a ditadura Globo-Lava Jato o impeça de concorrer. E, por outro lado, os outsiders [o chamado “novo” na política] inventados pela direita demonstram-se eleitoralmente inviáveis.
Há, neste sentido, uma situação de empate político e ideológico no Brasil:
– a oligarquia dominante, exitosa na perpetração do golpe e na instauração do Estado de exceção, em que pese o terrorismo fascista da Globo e da Lava Jato, não conseguiu concretizar o plano estratégico de aniquilar o PT e Lula e impor uma derrota duradoura à esquerda e ao campo popular para, assim, garantir a continuidade do golpe; e
– o PT, Lula e a esquerda, a despeito da enorme identidade do povo com Lula e com o PT – que se expressa tanto no aumento da preferência partidária pelo PT como no crescimento das intenções de votos no Lula – ainda não conseguem reunir a força necessária para deter o golpe e vencer o regime de exceção para, a partir daí, restaurar a democracia e dar início à reconstrução econômica e social do Brasil.
É uma incógnita saber por quanto tempo o terror judicial conseguirá manter Lula encarcerado e isolado. Mesmo como preso político incomunicável na solitária, Lula é e continuará sendo o personagem central da eleição de 2018.
Esta é uma conjuntura de intensa confrontação de classe. A obrigação da iniciativa política e eleitoral é do bloco golpista, que está fragmentado e busca, desesperadamente, uma candidatura viável e competitiva.
Será a primeira eleição presidencial, em um quarto de século, que o PSDB não polariza com o PT e não catalisa o campo reacionário e conservador, causando enorme dispersão e fragmentação no espectro da direita.
Diante da perspectiva [realista] de fracasso das suas candidaturas, a oligarquia busca alternativas. Caso Joaquim Barbosa de fato desista de concorrer, Dória poderá retornar às especulações. E, se isso também não der certo, a oligarquia continuará num looping interminável em busca da saída do labirinto em que está enfiada.
A esquerda, por outro lado, nunca esteve tão unida programaticamente e politicamente como hoje. É impressionista e intimista a percepção de que a esquerda se divide porque habilita vários candidatos presidenciais.
PT, PDT, PCdoB, PSOL, PCO [e setores democráticos do PSB] estão unidos na luta contra o golpe e o Estado de exceção; na resistência à agenda anti-povo, anti-nação e anti-democracia; e na compreensão comum sobre a tarefa prioritária de restaurar urgentemente a democracia para dar início à reconstrução social e econômica do Brasil.
A unidade da esquerda, diferentemente de outros períodos históricos, não é abalada com a defesa das candidaturas legítimas tanto do Lula como do Ciro, da Manuela e do Boulos.
Se a candidatura Lula será ou não impedida pela ditadura jurídico-midiática, é uma dúvida que só será dissipada depois de 15 de agosto, último dia do registro eleitoral.
Ainda assim, a questão não se encerra no tse. Dali em diante, haverá um rali jurídico que terminará no stf, onde não é desprezível a hipótese de que a decisão final sobre o assunto possa ocorrer somente após a eleição, já com Lula eleito.
Não há motivos, portanto, para antecipar posições acerca de uma realidade que não está posta em termos concretos, ainda que tenha probabilidade de vir a sê-lo. Não existe razão, em vista disso, para o PT cogitar eventuais cenários e alternativas ao Lula.
A afirmação da candidatura Lula, além de ser a única opção que o PT pode defender, é o melhor que o Partido faz para si mesmo e para o conjunto da esquerda e do campo progressista.
Neste momento, é preciso paciência estratégica e histórica. É hora de redobrar o trabalho de construção da unidade do campo nacionalista, democrático e popular; é hora de ampliar a denúncia nacional e internacional da ditadura e de massificar a campanha pela libertação do Lula.
Lula é o pivô da eleição; a política gira em torno dele. Só Lula consegue aglutinar o bloco histórico que é capaz de retirar o Brasil do abismo para retomar a trajetória [interrompida pelo golpe] de transformação do país numa nação justa, democrática e soberana.
Durante a visita que finalmente pôde receber do seu fraterno amigo Leonardo Boff, Lula mandou dizer que é candidatíssimo.
A Lula o que é de Lula: sua libertação imediata e o direito de voltar a ser outra vez o melhor Presidente do Brasil.
Lula livre! Lula Presidente!
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