Fernando Brito: Columbine vai ser aqui?



Para os alucinados que acham que a farta liberação de armas não vai ter efeitos monstruosos: um menino de nove anos feriu-se na perna ao disparar, na escola, a arma mantida em casa por seu pai, um agente Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Mato Grosso do Sul.
As informações sobre o fato, ocorrido no Colégio Adventista, localizado na região nobre de Campo Grande, são poucas, mas as versões são de que o garoto queria exibir-se com a pistola, algo que virou “moda” desde que Jair Bolsonaro passou a fazer e incentivar crianças a fazer a simulação, por gestos, da empunhadura de armas de fogo.
Mesmo que tome todas as precauções, é virtualmente impossível ter 100% de certeza de uma arma em casa não será, num momento de descuido, acessível a uma criança, ainda mais quando ela vira um fetiche e objeto de exposição.
Nem se pode imaginar uma situação onde a escola faça revista corporal em centenas de crianças, na hora da entrada, para procurar revólveres ou pistolas, como neste caso, uma 6.35, arma pequena, do tamanho da palma da mão de um adulto.
O que, até agora, pode ser chamado de acidente, com armas para todo lado, pode virar tragédia, quando algum adolescente, em estado de desequilíbrio, resolver fazer uma fuzilaria entre os colegas, como no episódio retratado em Tiros em Columbine, nos EUA, tema do famoso documentário de Michael Moore.
E quem acha que não tem nada a ver com isso, lembre-se que seu filho ou seu neto frequenta uma escola.
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