Fernando Brito: não perco tempo com quem acha que pode reescrever a história


Não tenho a menor preocupação em ficar nesta tolice de ficar discutindo com a turma que acha que  pode, 55 anos depois do golpe militar de 1964, reescrever a história e tentar convencer as pessoas de que “não foi golpe”.
História não se escreve com tuitadas, entrevistas para “causar” e muito menos com a tinta rala do ódio político.
Escreveu-se com mortes, prisões, exílios, vidas e carreiras cortadas, gente que sumiu e que nunca mais se viu. E isso não será a primavera dos idiotas que reina no país que irá apagar.
Muita gente boa, de boa-fé, não percebe que se quer criar um falso debate sobre isso, uma ressurreição de ódios e rancores que não tem outra finalidade senão a de nos desviar da repetição do que, na essência, foi a finalidade daquele golpe: o retrocesso, a dizimação dos direitos individuais e sociais do povo brasileiro.
Os que não entendem país como povo e acham que se pode amar o Brasil usando uma camiseta da seleção sem olhar para a multidão em sofrimento que os cerca sempre vão culpar os que vieram antes deles pelas mazelas.
Quem, ao contrário, entende que são as sucessivas camadas de gente – com virtudes, defeitos mas também identidade – que conformam uma Nação nunca estão preocupados em reescrever o passado, senão para enriquece-los com os personagens que ficaram para trás ou sumiram dos livros ou, como neste caso, sumiram, literalmente, da vida.
É certo que os que têm papel institucional devem se manifestar, é bom que o façam.
Mas o que fizeram ao povo brasileiro é nada perto do que pretendem fazer e não querem que se perceba, com essa conversinha de que, se não fossem os milicos, o Brasil seria uma ditadura soviética ou – como já pouca gente sabe o que é isso – chinesa, cubana ou venezuelana.
Enquanto isso, tratam de nos por a trabalhar – ou a buscar trabalho, porque trabalho não há – nos tiram as subvenções a idosos e deficientes, cortam a pensão das viúvas, gritando que isso nos salvará dos comunistas que só seus olhos vêem.
Eles querem isso, reabir discussões que não existem, apontar inimigos imaginários, invocar intenções totalitárias, devassidões sexuais, ideologias de gênero, mamadeiras de piroca, e tudo o mais que servir para confundir.
Nessa, eu não entro.
Vida que segue
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3 comentários:

  1. Label Vargas27 março, 2019

    O problema de deixar o discurso rolar solto é que tal vez foi a mais importante das ferramentas utilizadas para chegarmos ao ponto terrível que estamos hoje.
    Se deixarmos desconstruir a história como eles desejam ,daqui a um tempo as nossas crianças falarão do "movimento democrático de 64".
    Hoje mesmo ,de passagem por Porto Alegre ,ouvía um imbecil de direita (deputado estadual) dizer " que classe de ditadura foi ,se havía dois partidos políticos a atuarem??" .
    E é assim ,colocando uma pedra encima da outra, eles recríam a história.
    Deveríamos seguir o exemplo dos argentinos que na data do último golpe de Estado que sofreram ,saem as ruas pra dizer,NUNCA MAIS.
    Cadê a tal de oposição que nada organiza??? está guardada deixando o desastre rolar para usufruir do desgaste provocado pela incompetência e imoralidade dos delinquente hoje no governo?????

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  2. CABU VIVE!!!!!!!

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  3. Temos que ensinar a história para nossos netos

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