Nilson Lage: no governo, circo e palhaço; no país, a ruína; na cadeia, a honra

Somente o investimento estatal pode repor em marcha a economia brasileira – e não é preciso ser economista para perceber isso: financiar a construção de casas, ferrovias, estradas de rodagem, portos, usinas núcleo e hidroelétricas, dutos e refinarias de petróleo; a ação social e a cultura do país, que o povo guarda para seu carnaval.
Não há outro caminho – pois não há caminho.
O capital externo compra ativos e guarda – do Matte Leão à Phebo – e aplica fundos em lojas de varejo: milhares de farmácias, por exemplo. Começou a desmontar indústrias de montagem – tomara que não faça o mesmo, amanhã, e desacabe as de acabamento.
Não temos futuro, também, como exportadores de commodities. Somos vassalos políticos de um concorrente mais forte que, na melhor das hipóteses, agregará nossa agropecuária à deles, como for de seu melhor interesse, no volume e nos esquemas de comercialização.







Bens minerais de nada valem, se não somos capazes de gerir e proteger nossas reservas – pelo contrário, somos a puta oferecida do mercado mundial. Não temos força política para calar os que vão ocupando a Amazônia verde nem força armada para proteger poços de petróleo da Amazônia azul, que já não são nossos.
Há iminente revolução tecnológica – não é por aqui.
Há um pujante socialismo de mercado – que causa horror.
Somos a orgulhosa craca no casco do Titanic.
No Ministério da Economia, uma caricatura de múmias de Chicago contempla a carniça e baba.
No governo, um circo.
Na presidência, o palhaço.
Na cadeia, a honra nacional, que se preserva do striptease moral dessa gente toda.
Publicado originalmente no Tijolaço, site do jornalista Fernando Brito

Todo mundo quer ser bom, mas da lua só vemos um pedaço 
Vida que segue...

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