Sexta-feira de cinzas

Esta sexta-feira de Carnaval se transformou, na alma da maioria dos brasileiros, numa tarde cinza daquelas que caem como um viaduto com o drama exposto de Lula e da família Silva.
A morte prematura do neto do ex-presidente já é em si uma tragédia, mas a sordidez inenarrável do vazamento da informação do óbito antes que todos os familiares soubessem da notícia, inclusive Lula, por parentes e pessoas de relaciomamento mais íntimo e próximo, confere ares de asquerosa vingança a essa trapaça do destino.
Lula nunca mereceu isso. Lula, seu neto, sua família, jamais merecerão o ódio e o recalque insano que uma minoria ruidosa e repugnante devota a eles.
A Marcha da Quarta-feira de Cinzas, na interpretação suave e doída de Vinícius, é a única trilha que vislumbro para esse triste entardecer. Mais triste pelo que diz do Brasil e dos brasieliros do que pelos ardis do viver e do morrer.
A letra, para quem não se lembra ou não conhecia:
Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas
foi o que restou
Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar
Porque são tantas coisas azuis
E há
Luís Costa Pinto

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