Autor: ( Gonçalves Dias )
Amanhã
Autor: ( Gonçalves Dias )
Amanhã!
Amanhã! - é a folha orvalhada, É a rola a carpir-se de dor, É da brisa o suspiro, - é das aves Ledo canto, - é da fonte - o frescor.
Amanhã! - são acasos da sorte; O queixume, o prazer, o amor, O triunfo que a vida nos doura, Ou a morte de baço palor.
Amanhã! - é o vento que ruge, A procela d'horrendo fragor, É a vida no peito mirrada, Mal soltando um alento de dor.
Amanhã! - é a folha pendida. É a fonte sem meigo frescor, São as aves sem canto, são bosques Já sem folhas, e o sol sem calor.
Amanhã! - são acasos da sorte! É a vida no seu amargor;
Amanhã! - o triunfo, ou a morte;
Amanhã! - o prazer, ou a dor!
Amanhã! - o que val', se hoje existes! Folga e ri de prazer e de amor; Hoje o dia nos cabe e nos toca, De amanhã Deus somente é Senhor!"
saiba
Vendendo milagras
Daí que liberais se transformem repentinamente em estatistas, e velhos intervencionistas subam ao palco para cantar as glórias do liberalismo. Claro que não assim escancarado. Sempre "traduzido", para que "o povo entenda".
Eis um problema dos partidos brasileiros.
Em vez de se oferecerem à sociedade como canais de acumulação e transmissão de visões a respeito das diferentes formas de organização política e social, reduzem-se a ajuntamentos de gente disposta a vestir qualquer máscara para tomar o poder.
Ou para manter o poder.
Uma vantagem competitiva do PT sobre os adversários ao longo dos anos de crescimento do partido foi ter desafiado essa lógica. Se bem que a recente força incontrastável do líder maior e as circunstâncias vão esmaecendo isso.
Partidos ficam fortes quando expressam organicamente o que uma parte (daí o nome) da sociedade acha que deve ser feito do país, ou do mundo.
E chegam ao poder quando essa parte vira maioria. Isso na democracia.
Mas é preciso haver alguma legitimidade. E o partido coloca o ovo em pé quando consegue se apresentar naturalmente como protagonista de uma onda histórica.
No Egito, a Fraternidade Muçulmana hibernou durante décadas até surgir a oportunidade. Após o esgotamento do modelo nacionalista-militar, o mundo árabe vê a ascensão do Islã como promessa de transformação social.
Se para o bem ou para o mal, a História dirá.
Mas o fato é que a FM está lá na hora certa, organizada em torno de suas ideias, propósitos e ações. Assim como, por exemplo, os comunistas e socialistas portugueses quando eclodiu a Revolução dos Cravos, em 1974.
Um fato já algo distante, mas que vale a pena relembrar.
Vindo para mais perto, no começo da década de 1970 o então MDB (Movimento Democrático Brasileiro) chegou a pensar em se autodissolver. Logo depois ganhou a eleição de 1974 e abriu o período de declínio do regime militar.
O MDB estava lá quando o povo decidiu que era hora de abrir, de buscar mais democracia, para atacar problemas como a inflação e a péssima distribuição de renda.
Assim como o PSDB pôde pegar a onda da luta contra a hiperinflação e garantir oito anos em Brasília.
Assim como o PT pôde apresentar-se como o mais indicado para promover justiça social e fazer o Brasil voltar a crescer.
O vetor político não deve imaginar que vai surgir do nada, do vácuo, aparecendo domingo pela manhã na porta de casa para tocar a campainha e oferecer um elixir milagroso.
Está cada vez mais difícil fazer o comprador cair nessa.
Dívida pública representa 39,2% do PIB
A Guerrilha no Jabuti
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Pedro e os Lobos está na final do Jabuti 2011
Em apuração realizada pela Câmara Brasileira do Livro no último dia 21, Pedro e os Lobos foi apontado como um dos finalistas ao Jabuti na categoria livro-reportagem. E a indicação vem a calhar num momento em que o país é governado por uma ex-companheira de Pedro Lobo na luta armada e se discute a implantação de uma comissão da verdade no Congresso para apurar os crimes acontecidos durante a ditadura militar.
A obra narra, com linguagem ágil e envolvente, todo o período que vai da posse de Jânio Quadros ao fim do governo João Figueiredo. E, para levar ao leitor um painel dos Anos de Chumbo a partir da ótica da guerrilha, o autor usa como fio condutor a vida de Pedro Lobo de Oliveira, um dos mais aguerridos combatentes urbanos da época.
Laque diz que a maioria dos brasileiros ainda desconhece os detalhes da guerra travada entre os combatentes da esquerda armada e os militares nesse período. "Na última campanha presidencial, por exemplo, cansei de ouvir a frase: — Se a Dilma foi presa no passado, é porque alguma coisa ela fez. Então, essa mulher não pode ser presidente do Brasil! Isso é fruto de pura desinformação."
O jornalista acredita que, a partir dessa indicação e do possível prêmio, seu trabalho ganhará mais visibilidade. "Existe um enorme preconceito por parte da grande imprensa e das redes de livrarias em relação a obras literárias produzidas de forma independente. Com este aval dado pelos jurados do Jabuti, colocando meu nome ao lado de grandes ícones do jornalismo literário, como Laurentino Gomes, Luís Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura e Ricardo Kotscho, ganho a possibilidade de tentar quebrar essas barreiras".
Saiba mais sobre o livro acessando:
www.pedroeoslobos.blogspot.com