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Facebook - Tudo em hum
Enquanto os rumores apontavam que a empresa lançaria um serviço para matar o Gmail, Zuckerberg apresentou um sistema integrado de comunicação
Muitos esperavam que o Facebook lançasse um serviço de correio eletrônico, mas o presidente da empresa, Mark Zuckerberg, afirmou que o lançamento de ontem é mais do que isso. A maior rede social do mundo apresentou um sistema unificado de mensagens, que une e-mail e comunicação instantânea, para fazer frente aos serviços populares de correio eletrônico do Google, do Yahoo e da Microsoft.
"Este não é um matador de e-mail", disse Zuckerberg, durante evento no hotel St. Regis, em San Francisco. "É um sistema de mensagens que inclui o correio eletrônico como um de seus componentes." Ele disse que mais de 350 milhões, dos 500 milhões de usuários do Facebook, atualmente enviam e recebem mensagens no web site, mas não acredita que o e-mail será sistema vencedor de comunicação no futuro.
Zuckerberg afirmou que, apesar de o correio eletrônico não estar ficando para trás imediatamente, mais e mais pessoas passarão a usar serviços que integram várias plataformas, como o Facebook. Mais de 4 bilhões de mensagens são enviadas todos os dias pela rede social.
Alguns usuários do Facebook foram convidados a testar o serviço a partir de ontem e, nos próximos meses, ele estará disponível para todos os participantes da rede social. Andrew Bosworth, diretor de engenharia do Facebook, disse que 15 engenheiros trabalharam no projeto, durante 15 meses.
Entre as funcionalidades do novo serviço, estão uma caixa de entrada para os amigos do usuário e seus contatos no Facebook e outra para e-mail e mensagens. A rivalidade entre o Facebook e o Google deve ter um papel central na definição do futuro da internet. O setor de tecnologia acompanha de perto a briga das duas empresas pelo tempo dos usuários de internet, por receita publicitária e pelos profissionais de talento no Vale do Silício.
Futuro. Os primeiros sistemas de e-mail pela internet foram lançados no começo da década de 1970. "Se fizermos um bom trabalho, algumas pessoas dirão que esta será a forma de comunicação que funcionará no futuro", disse Zuckerberg sobre o "Projeto Titan", como foi apelidado o serviço durante o desenvolvimento.
O presidente do Facebook apontou que estudantes do ensino médio estão deixando de usar o correio eletrônico, preferindo serviços de bate-papo, mais imediatos e com mensagens mais curtas, porque eles são mais simples, "mais divertidos" e por oferecerem mais valor a quem usa.
Apesar de o e-mail ainda ser a principal forma de comunicação de adultos mais velhos, estudos recentes apontam que esse não é o caso dos jovens. As mensagens via celular ultrapassaram os contatos face a face, o e-mail, os telefonemas e os sistemas de mensagens instantâneas como a principal forma de comunicação dos adolescentes nos Estados Unidos, segundo a Pew Internet & American Life Project.
O correio eletrônico era a forma de comunicação menos usada entre os adolescentes. Somente 11% deles usavam e-mail todos os dias para interagir com seus amigos, comparados a 54% que enviavam mensagens via celular todos os dias e 30% que usavam telefones fixos.
Mudança. Atualmente, o Facebook só permite a comunicação entre pessoas inscritas na rede. O lançamento de ontem permitirá a troca de mensagens com quem não está no Facebook.
Com 500 milhões de usuários, o Facebook alcança mais pessoas que o Hotmail, da Microsoft, com 361 milhões de contas; que o Yahoo Mail, com 273 milhões; e que o Gmail, do Google, com 193 milhões, segundo a consultoria ComScore.
O presente dos desastres
O governo Lula é uma sucessão de fatos inesperados, mas dois deles têm a dimensão extraordinária das mágicas do acaso. É à inversão imprevista de duas derrotas brutais, com tudo para arrasarem sua imagem e o governo, que Lula vai se despedindo da Presidência com o registro de êxitos sem precedente entre seus antecessores todos. E mesmo como um caso especial no mundo.
O mensalão foi um canhonaço que destroçou muito mais do que a aparelhagem executiva da Presidência e, com ela, o braço de operações montado sobre a leviandade da direção petista. O mensalão pôs em ruína, também, toda estratégia e o plano de configuração do poder que deveria executá-la.
Nesse poder, o papel de regente do Executivo dividiu-se, quase definidamente por setores, entre José Dirceu, Antonio Palocci e Henrique Meirelles. Mas o maestro político era José Dirceu, só ele. Ao Lula que então se viu coube reter-se no seu já comprovado talento: mobilizar parcelas sucessivas da opinião pública, o jogo de cena, as viagens e a presença em eventos que ocupassem o tempo presidencial.
Era um Lula distante da ação política e do trânsito de políticos, comum para presidentes. Com muitas evidências de insegurança e de alheamento às coisas de governo, incapaz de enfrentar uma entrevista coletiva e mesmo algo menor que não estivesse arranjado.
A saída de José Dirceu de suas funções no plano e no Gabinete Civil era tão impensável, antes de forçada pelo mensalão, que não houve ideia alguma para preencher o vácuo no seu aspecto essencial, que era a ação política do governo.
Aumentados os seus temores de que novos tropeços, mesmo que menores, atingissem sua continuidade como presidente, restou a Lula improvisar ele próprio o comando e a execução das ações políticas do governo. Tateante, cedendo muito mais do que o necessário, fazendo dívidas precipitadas sem escolher os políticos credores, Lula perdeu muito, mas com o tempo ganhou tarimba e segurança, suficientes para o necessário sem brilho. Até que sobreveio a segunda explosão, onde menos seria esperável.
O escândalo de Antonio Palocci não desarmou Lula apenas na vigilância de uma política econômica conservadora com temperos neoliberais. Essa função fizera de Palocci uma espécie de guarda-costas de Lula em setores real ou potencialmente hostis e ameaçadores, como o financeiro, o dos meios de comunicação, o do empresariado influente e, não menos, o do sistema internacional de defesa do conservadorismo.
Guido Mantega não caiu do céu. Veio das profundezas ferventes onde foi posto pela corrente Palocci, desde antes da formação inicial do governo; e, depois, pelas mal contidas restrições ao conservadorismo econômico do governo. Mas, quando um caseiro desacreditou dos ares beatíficos de Palocci, Guido Mantega, ministro do Planejamento, foi visto como o único a estar informado dos aspectos todos da economia, para cobrir o vácuo ainda que só pelo tempo para a solução definitiva.
De lá para cá, Lula fez uma dívida enorme com Mantega. A retomada do crescimento e seus múltiplos efeitos de força política e eleitoral devem-se à persistência de Mantega na ideia, que o alijara, de buscar a conciliação de crescimento e inflação baixa. A tranquilidade e a boa dose de otimismo que se instalaram no Brasil, e contribuíram muito para o processo sucessório sem turbulências, são frutos dessa bem sucedida conciliação não conservadora.
Em outro plano, com o crescimento sem inflação Lula se viu projetado, da simpatia folclórica dedicada pelo Ocidente ao metalúrgico-presidente, à possibilidade de uma admiração e, depois, de uma influência internacional que soube cultivar muito bem.
Presente
Viveria consigo todos os nossos sonhos bons.
Colocaria num enorme envelope…
O cheiro da terra molhada de chuva.
A brisa que traz o perfume de todas as flores.
O canto de todos os passarinhos… e só cantariam a ti.
As cores do arco-íris… para enfeitar o nosso amor.
O olhar cândido da criança…
Para lembrar-nos sempre de como devemos olhar um para o outro.
Um pote repleto de inocência… para alimentar nossos corações.
Sorrisos sinceros… que alimentariam os nossos.
Verdades…saudades… beijos sinceros… sempre.
O barulho do riachinho que corre livre… como o nosso amor.
Hoje… pintaria o mundo com cores que só tu gostas…
O nosso mundo… as nossas cores.
Hoje… te daria a vida.
Haja que de tanto amar-te… faria-te nascer de mim.
Hoje… um mundo melhor com tua existência.
O meu mundo – sim – pois que tu o és.
Karla Mello
Partidos, federações
2. Mas nos Partidos Políticos também. Nada tão natural. Controlar o seu Partido desde S. Paulo é sempre um objetivo. A proximidade com o poder econômico atrai. Mas às vezes a disputa federativa se transfere à partidária. Nada tão esperado. O primeiro caso já no início da democratização foi com o PDS. Maluf, desde S. Paulo, tenta controlar o partido e ser o candidato a presidente. Veio uma dissidência -a Frente Liberal- decisiva na eleição de Tancredo pelo Congresso e fundamental, por isso, na aceleração do processo de democratização e convocação da Constituinte. Em seguida a Frente liberal se transforma em Partido, o PFL.
3. Na eleição de 1986, o PMDB ganha em quase todos os Estados. Seus presidentes nacionais -Ulysses e depois Quércia- eram naturalmente de SP. A primeira disputa interna foi pela candidatura ao governo de SP. Vence Quércia com Fleury. Em seguida se inicia o processo de ruptura com a criação do PSDB, basicamente um partido paulista. Tasso, prestigiado governador do Ceará, permanece no PMDB e só entra depois. O fortalecimento posterior do PSDB afetou o PMDB, que por talento e habilidade políticos, voltou ao centro do poder, apoiado pela fragilidade parlamentar de Lula.
4. No PT esse processo de disputa de poder para retirar a hegemonia de SP vem se dando a cada convenção partidária. Mas os presidentes do partido foram e continuam sempre sendo de S. Paulo. Com o acesso ao poder e a liderança de Lula, essa disputa perdeu vitalidade. Mas voltará, quando fora do poder.
5. Os movimentos que se veem agora no Democratas são, portanto, perfeitamente previsíveis e politicamente naturais. A luta pelo poder com o controle de S. Paulo já ocorreu e retorna agora. A presidência do PMDB hoje é de S. Paulo. A presidência do PR é de S. Paulo, e a presidência do PP, saiu de S. Paulo em função do enorme desgaste de seu presidente, Paulo Maluf. Bem, e claro, a presidência do PT é de S. Paulo. A presidência do PSDB -formalmente fora de SP- é de fato exercida, desde S. Paulo.
6. Em geral, esta centralização do comando politico, local e nacional em S. Paulo, termina gerando um stress federativo. Melhor seria que a necessária desconcentração fosse administrada em cada partido, e em nível nacional. Aliás, nesse caso, como ocorreu por voluntarismo de Lula em sua escolha para 2010.
7. Mas não é simples, pois na política vale a primeira lei de Newton: "Matéria atrai matéria na razão direta da massa e na razão inversa do quadro da distância". Matéria em política é poder: poder econômico, tantas vezes associado ao poder político. A matéria com maior poder de atração é SP. Estar dentro de SP (inverso do quadro da distância) potencializa esse poder.