Não solta da minha mão, por Sergio Saraiva


Em um tempo de festas pelas ruas, guiados por insanos e devassas musas nuas, bêbados e cegos pisam flores. Um tempo de enjoo, um tempo de azia. Em um tempo de ressacadas, choramos pelas flores esmagadas. Nossos sonhos e nossas dores – nossos amores.
E há essa urgência em recolhê-las pisadas pelas calçadas e replantá-las em jardins e praças públicas. Mas os jardins, agora, estão fechados, noite e dia, a cadeado e há vigias e portões em suas cercanias e fronteiras.
Os jardins não abrem mais aos domingos. Todos os dias transformaram-se em segundas-feiras, com seus patrões, suas moendas e britadeiras. Todos os dias são agora dias santos com seus cânticos, sacerdotes e penitências. Todos os dias, feriados nacionais, com generais e gestos de continência.
Os jardins e as praças são agora campos de mineração.
E um tempo de razia, deixaram-nos vazias as vidas e as mãos. Perdi meu tempo e a razão. Neste tempo em que é necessário novamente dar-se as mãos – como meio de proteção - enterrei vários amigos. Um tempo de perdição.
Impedida a passagem, meus companheiros de viagem sentaram-se à beira do mundo. O mundo-meio-fio e a sua sarjeta. Em um tempo de vendeta que se avizinha, maus pressentimentos correm como dedos frios cada nó da espinha.
Estão exaustos. Gastamos as palavras e as solas dos sapatos. Em vão. Trazemos as roupas sujas. Mas as mãos estão limpas. E os sentimentos estão sãos.
Mudos, contemplam o horizonte perdido em um grafite colorido no muro da prisão. Um conselho de finados ou algo assim: quando os soldados, por fim, apagarem a luz e ficarmos na escuridão, procura por mim e não solta da minha mão.
PS: quando a razão se torna irracional, meu coração se refugia na Oficina de Concertos Gerais e Poesia.

Pitaco do Briguilino: Tenho convicção que a sociedade reagirá com energia muito mais rápido que alguns estão pensando. Quem conheceu o sabor da liberdade não se acostuma com meio-termo, com regras e imposições fascistas. Pode anotar.
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Stan Lee


Bastam apenas 3 frases dele para saber que foram privilegiadas as pessoas que  tiveram a honra do seu convivio, confira:
  1. O melhor Superpoder é a sorte
  2. Sempre incluí minorias em minhas histórias, muitas vezes como heróis. Vivemos em uma sociedade diversificada - na verdade, um mundo diverso, e precisamos aprender a viver em paz e com respeito uns pelos outros. 
  3. Vamos falar de maneira direta: fanatismo e racismo estão entre os mais graves males sociais que assolam o mundo hoje. Mas, ao contrário de uma equipe de super-vilões fantasiados, eles não podem ser interrompidos com onomatopeias, um "zap" de uma arma de raios. A única maneira de destruí-los é expondo-os, para revelá-los pelos males insidiosos que realmente são. 

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A volta do CCC

Governo Bolsonaro nem começou mas já há uma campanha de caça a funcionários que não rezem pela cartilha do bolsonarismo nos bancos federais; está em curso levantamento feito por "grupos voluntários" de funcionários dos bancos das pessoas a serem perseguidas; a ação repete o método do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) durante a ditadura militar: como no passado, os delatores agem sob coordenação de militares -agora, sob orientação de Paulo Guedes e dos generais da reserva do núcleo bolsonarista; na equipe de Bolsonaro diz-se que as Universidades serão o próximo alvo.

A volta do CCC

Governo Bolsonaro nem começou mas já há uma campanha de caça a funcionários que não rezem pela cartilha do bolsonarismo nos bancos federais; está em curso levantamento feito por "grupos voluntários" de funcionários dos bancos das pessoas a serem perseguidas; a ação repete o método do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) durante a ditadura militar: como no passado, os delatores agem sob coordenação de militares -agora, sob orientação de Paulo Guedes e dos generais da reserva do núcleo bolsonarista; na equipe de Bolsonaro diz-se que as Universidades serão o próximo alvo.

36ª Caminhada pelas Almas da Barragem do Patu

Ao realizarem, domingo (11/11), pelo 36º ano consecutivo, a Caminhada pelas Almas da Barragem do Patu, moradores de Senador Pompeu (cidade no semiárido do Ceará, distante 273 quilômetros de Fortaleza) mantiveram a tradição de não deixar cair no esquecimento as milhares de mortes de flagelados ocorridas entre 1932/1933 em um campo de concentração. Instaurado na cidade, o campo tinha o objetivo de impedir que as vítimas da seca de então chegassem a Fortaleza. Serviu como "barreira de higienização", tal como informamos em "Campos de concentração" cearenses precederam aos de Hitler.

A tradicional Caminhada pelas Almas do Açude foi criada em 1982 pelo padre italiano Albino Donatti, na sua passagem por Senador Pompeu (1980/1995). Ele e a coordenadora do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro (CDDH-AC), Marta Sousa, perceberam que os fiéis encomendavam missas pelas almas do Açude de Patu.

Ao se debruçarem sobre o assunto descobriram a história dos sete "campos de concentração" instaurados no Ceará durante a seca de 1932. Um dos maiores foi o de Senador Pompeu, junto à então paralisada obra de construção do Açude do Patu. Para ajudar a manter a lembrança do que ali ocorreu, deram início às Caminhadas pelas Almas, sempre no segundo domingo de novembro.

Foi uma iniciativa independente, mantida graças à religiosidade do povo do sertão cearense e do apoio da Igreja Católica. Há seis anos, ao assumir a paróquia de Nossa Senhora das Dores, em Senador Pompeu, o padre João Melo dos Reis tratou de incluir a também conhecida como "Caminhada da Seca" no calendário oficial da Diocese. Até então era uma atividade da paróquia, muito embora atraísse fiéis e populares de diversas cidades da região. Por sua vez, em 2016, ao ser empossado bispo da diocese de Iguatu – que abrange Senador Pompeu – dom Edson de Castro Homem incorporou-se à manifestação, participando, como ocorreu domingo, das Caminhadas.

Nesta 36ª versão, pela primeira vez o evento contou com ajuda do Governo do Estado do Ceará. Foi uma ajuda importante na montagem de um palco muito bem estruturado onde dom Edson realizou a missa na frente do cemitério simbólico que a Igreja construiu no local. Nos anos anteriores, a missa era oficiada na boleia de um caminhão, sem qualquer proteção do sol.

A ajuda, portanto, foi indireta. Como sempre ocorreu nesses 36 anos, não houve a participação de qualquer representante do governo. Apenas o prefeito da cidade, Antônio Maurício Pinheiro Jucá (PDT), marcou presença.

Curiosamente, a existência destes "campos de concentração" no Ceará, embora comentada por muitos e estudadas por alguns, jamais mereceu uma atenção específica de qualquer órgão governamental, municipal, estadual ou federal.

Há relatos, estudos e até citações em livros, mas não existe nenhum tipo de levantamento aprofundando o assunto. Tal como o que foi feito pelas Comissões da Verdade – nacional, estaduais, municipais e setorizadas – sobre as atrocidades da ditadura civil-militar de 1964.

Iniciativas pessoais, como a do advogado/historiador Valdecy Alves, têm permitido o resgate de documentos, como as fotos ao lado que copiou de um livro encontrado no Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS). Por sua vontade, já o teria digitalizado o livro, mas não o permitiram. Nele encontrou registros fotográficos de 1933 dos campos de concentração do Patu (Senador Pompeu), de Buriti (Crato) e Urubu-Pirambu (Fortaleza).

Como estes muitos documentos estão espalhados sem que haja a iniciativa de arrecadá-los em um único local, como forma de resgatar a História que retratam. Falta a criação, por exemplo, algum centro cultural e/ou memorial para juntar, arquivar e permitir estudos mais detalhados das informações sobre a iniciativa da criação dos "currais" que segregaram os flagelados daquela e de outras secas.

Em especial sobre o ocorrido no Ceará entre 1932/33 quando, como relatamos, calcula-se que morreram mais de 70 mil flagelados, em seis áreas de confinamento: 6.507, em Ipu; 1.800, em Fortaleza; 4.542, em Quixeramobim; 16.221, em Senador Pompeu; 28.648, em Cariús e 16.200 no Crato.

Um trabalho que também recolha e consolide os depoimentos já existentes, e novos que ainda podem ser tomados, dos sobreviventes destes campos e/ou de seus descendentes. O que ainda vivem, já beiram ou ultrapassam os 90 anos. Trata-se de algo ainda possível de ser feito, mas não por muito tempo.

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36ª Caminhada pelas Almas da Barragem do Patu

Ao realizarem, domingo (11/11), pelo 36º ano consecutivo, a Caminhada pelas Almas da Barragem do Patu, moradores de Senador Pompeu (cidade no semiárido do Ceará, distante 273 quilômetros de Fortaleza) mantiveram a tradição de não deixar cair no esquecimento as milhares de mortes de flagelados ocorridas entre 1932/1933 em um campo de concentração. Instaurado na cidade, o campo tinha o objetivo de impedir que as vítimas da seca de então chegassem a Fortaleza. Serviu como "barreira de higienização", tal como informamos em "Campos de concentração" cearenses precederam aos de Hitler.

A tradicional Caminhada pelas Almas do Açude foi criada em 1982 pelo padre italiano Albino Donatti, na sua passagem por Senador Pompeu (1980/1995). Ele e a coordenadora do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro (CDDH-AC), Marta Sousa, perceberam que os fiéis encomendavam missas pelas almas do Açude de Patu.

Ao se debruçarem sobre o assunto descobriram a história dos sete "campos de concentração" instaurados no Ceará durante a seca de 1932. Um dos maiores foi o de Senador Pompeu, junto à então paralisada obra de construção do Açude do Patu. Para ajudar a manter a lembrança do que ali ocorreu, deram início às Caminhadas pelas Almas, sempre no segundo domingo de novembro.

Foi uma iniciativa independente, mantida graças à religiosidade do povo do sertão cearense e do apoio da Igreja Católica. Há seis anos, ao assumir a paróquia de Nossa Senhora das Dores, em Senador Pompeu, o padre João Melo dos Reis tratou de incluir a também conhecida como "Caminhada da Seca" no calendário oficial da Diocese. Até então era uma atividade da paróquia, muito embora atraísse fiéis e populares de diversas cidades da região. Por sua vez, em 2016, ao ser empossado bispo da diocese de Iguatu – que abrange Senador Pompeu – dom Edson de Castro Homem incorporou-se à manifestação, participando, como ocorreu domingo, das Caminhadas.

Nesta 36ª versão, pela primeira vez o evento contou com ajuda do Governo do Estado do Ceará. Foi uma ajuda importante na montagem de um palco muito bem estruturado onde dom Edson realizou a missa na frente do cemitério simbólico que a Igreja construiu no local. Nos anos anteriores, a missa era oficiada na boleia de um caminhão, sem qualquer proteção do sol.

A ajuda, portanto, foi indireta. Como sempre ocorreu nesses 36 anos, não houve a participação de qualquer representante do governo. Apenas o prefeito da cidade, Antônio Maurício Pinheiro Jucá (PDT), marcou presença.

Curiosamente, a existência destes "campos de concentração" no Ceará, embora comentada por muitos e estudadas por alguns, jamais mereceu uma atenção específica de qualquer órgão governamental, municipal, estadual ou federal.

Há relatos, estudos e até citações em livros, mas não existe nenhum tipo de levantamento aprofundando o assunto. Tal como o que foi feito pelas Comissões da Verdade – nacional, estaduais, municipais e setorizadas – sobre as atrocidades da ditadura civil-militar de 1964.

Iniciativas pessoais, como a do advogado/historiador Valdecy Alves, têm permitido o resgate de documentos, como as fotos ao lado que copiou de um livro encontrado no Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS). Por sua vontade, já o teria digitalizado o livro, mas não o permitiram. Nele encontrou registros fotográficos de 1933 dos campos de concentração do Patu (Senador Pompeu), de Buriti (Crato) e Urubu-Pirambu (Fortaleza).

Como estes muitos documentos estão espalhados sem que haja a iniciativa de arrecadá-los em um único local, como forma de resgatar a História que retratam. Falta a criação, por exemplo, algum centro cultural e/ou memorial para juntar, arquivar e permitir estudos mais detalhados das informações sobre a iniciativa da criação dos "currais" que segregaram os flagelados daquela e de outras secas.

Em especial sobre o ocorrido no Ceará entre 1932/33 quando, como relatamos, calcula-se que morreram mais de 70 mil flagelados, em seis áreas de confinamento: 6.507, em Ipu; 1.800, em Fortaleza; 4.542, em Quixeramobim; 16.221, em Senador Pompeu; 28.648, em Cariús e 16.200 no Crato.

Um trabalho que também recolha e consolide os depoimentos já existentes, e novos que ainda podem ser tomados, dos sobreviventes destes campos e/ou de seus descendentes. O que ainda vivem, já beiram ou ultrapassam os 90 anos. Trata-se de algo ainda possível de ser feito, mas não por muito tempo.

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Cara de paisagem


Muita gente acredita em tudo que seja dita contra o PT, mesmo que saibam ser uma mentira deslavada. São muitos deles são mitomaníacos como Bolsonaro
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