Artigo do dia, por Adriano Faciolo

Sei que Bolsonaro não é um fascista em estrito senso, mas ele tem muitas características que o aproximam muito do fascismo.

Ele não é nacionalista, mas tem um discurso votado a um patriotismo tolo e superficial, que bate continência para a bandeira americana, e esse eu sei que é um elemento que o aproxima do fascismo no discurso e o distancia na prática. 

Não há como classificá-lo literalmente como um supremacista, mas as declarações discriminatórias históricas que fez e faz são problemáticas, porque pregam a destruição total de adversários políticos de forma muito parecida com que os fascistas sempre fizeram.

Fora o fato de que há também todo um trabalho de produção de zumbis em massa, com uma série de medidas autoritárias, e a indústria de mentiras produzidas todas de modo massivo, calculado, de forma bem instrumental para poder deformar a realidade (e claro que isso também tem sua expressão no stalinismo). E tudo isso é algo bem característico de regimes fascistas. 

Mas talvez uma das características mais marcantes do fascismo seja a participação das massas em consentir com a aniquilação brutal do outro, com o ato brutal de destruir, uma certa mística da destruição total e da violência como salvadoras (e no caso do Brasil se trata inclusive da aniquilação brutal do meio ambiente) a partir de processos de negação da própria realidade, em virtude da lealdade a um líder alçado à condição de mito.

Então, reiterando o que eu já havia escrito anteriormente:

A crítica de quem aponta o dedo para os outros, dizendo que estão usando muito gratuitamente o termo fascismo quando se referem a Bolsonaro (e que ao utilizar esse termo assim de modo tão gratuito estariam colaborando para enfraquecer o quanto esse termo é abominável) é uma acusação injusta e equivocada. 

Porque Bolsonaro é e sempre foi fascista (ou algo muito próximo, ou muito similar a isso, em vários pontos, quer o classifiquemos talvez como uma espécie de protofascista), e isso nunca foi novidade para ninguém. 

Lembro-me muito bem de quando ouvi falar dele pela primeira vez nos anos 90, e ele sempre foi conhecido por dizer coisas abjetas e abomináveis. Ele sempre foi isso aí. Ele sempre foi um notório fascista. Então classificá-lo hoje como fascista não é um uso inadequado do conceito de fascismo, apesar de haver talvez uma pequena extensão de sentido.

Se houve erro foi erro da parte de quem ficou de implicância com as pessoas que sempre falaram a verdade, e a intimidação ou inibição de quem aceitou esse tipo de crítica infundada. Porque se faltou alguma coisa uma delas foi a insistência nesse ponto, de repetir à exaustão a verdade: de que esse cara é e sempre foi um fascista. 

Quem o elegeu, elegeu o fascismo para governar o Brasil. As pessoas que o elegeram, se estivessem na Alemanha na década de 30, teriam feito a mesma coisa que a história registrou: teriam votado em Hitler. 

Quero imaginar que a maioria de seus eleitores não é fascista. Mas, me desculpem, agora depois de tantas medidas e declarações autoritárias, e algumas claramente fascistas, quem continua a apoiar esse projeto de poder, começa a adentrar um outro tipo de classificação. Quem continua a apoiar esse governo, com todas as barbaridades que já cometeu em seus 200 dias no poder, está começando também a vestir a camisa do fascismo. Está começando a fornecer vários indícios de que é também fascista.

A grande maioria do mundo civilizado e democrático o define como uma pessoa abjeta, fascista. Se você é alguém que ainda o apoia, fique certo de uma coisa: conforme o tempo está passando, você está cada vez mais se aproximando de todos aqueles que apoiaram Mussolini e Hitler, por exemplo. Você muito provavelmente ficará para a história como alguém que fez parte de uma determinada camada da população que apoiou um governo autoritário e fascista no Brasil. 

Está tudo muito bem registrado, e eu conheço uma série de pessoas que ainda apoiam esse governo fascista, e não vou me esquecer de sempre contar aos meus filhos, netos e demais descendentes sobre o que vocês fizeram. Não pouparei vocês do julgamento da história. Fiquem certos disso.

Caiu na rede

Mano Brown: um povo embriagado por mentiras

"A gente foi preso com o Lula, eu estou lá preso com ele, o Lula é a ponta de um iceberg que tem mais de cem milhões de pessoas, que vivem abaixo da linha da pobreza, sem humanidade, dignidade e o respeito que o ser humano merece. Essa classe dominante que se sentiu lesada não quer direitos iguais, eles não querem é ter os privilégios cortados. Quem apoiou o impeachment foi a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A Fiesp está no lugar onde existiam as maiores fazendas de café do país, onde a escravidão funcionou, ela continua sendo uma espécie de grande engenho de café. Na (avenida) Paulista ficavam os casarões dos grandes barões do café de São Paulo, e a Fiesp permanece lá. Foi esse tipo de gente que possibilitou o impeachment da Dilma e a prisão do Lula, às custas do silêncio de um povo oprimido, enganado e embriagado por mentiras", Mano Brown.

Traduzindo, por Diogo Costa

TRADUZINDO 

Fux e Dalagnol deram palestras escondidas, à socapa e à sorrelfa, na calada da noite e fora das agendas oficiais, para banqueiros nacionais e internacionais interessados diretamente no pleito de 2018. 

Ou seja, deram informações privilegiadas para agentes do mercado financeiro, um na condição de chefete da Farsa a Jato no MPF e outro na condição de Ministro do STF e presidente do TSE. 

Ambos, pela posição dominante que ostentavam, poderiam influenciar diretamente - e influenciaram - no resultado da eleição. 

Ambos fraudaram, juntamente com o juiz ladrão 666 de Maringá, a eleição presidencial de 2018 e venderam informações privilegiadas para multibilionários nacionais e estrangeiros. 

Fux e Dalagnol cometeram crimes em sequência, entre os quais estaria o de prevaricação, tráfico de influência, quebra de sigilo funcional, venda de sentenças e despachos judiciais, corrupção, etc. 

Fux, Dalagnol e Moro 666 deveriam ser presos imediatamente. Era o que aconteceria nos EUA, na França ou em qualquer outro país minimamente civilizado e cioso de suas instituições.