Os anéis ou os dedos

Neste caso da prisão do rabudo o que mais vi, li foi argumentos sobre a "espetacularizão" da PF, o uso de "algemas" e sobre o "estado democrático de direito".

Que estado democrático de direito?

Este que garante a elite a impunidade, o direito de prisão especial, a indignação por ser algemado?

Isso é o verdadeiro apartaheid social.

Isso é A casa grande e senzala que a minoria privilegiada pensa, imagina que conseguirá preservar para sempre.

Os tempos estão mudando e uma parte considerável da elite (a podre) ainda não se deu contas.

Se insistirem, teimarem em não entregar os anéis...vão perder os dedos.

SUPREMA FALTA DE JUSTIÇA


Em 19 de junho de 2000, em Brasília, o lavrador Josias Francisco dos Anjos foi preso em flagrante, algemado e colocado numa cela com outros cinco presos acusados de homicídio e roubo, quando raspava a casca de uma árvore para fazer chá para sua mulher, que sofria de doença de Chagas. Teve sua liberdade provisória concedida após ficar detido por cinco dias e foi obrigado a prestar serviços à comunidade.
Maria Aparecida de Matos, 24 anos, empregada doméstica, mãe de dois filhos, foi presa, em 2004, em São Paulo porque teria tentado furtar um xampu e um condicionador em uma farmácia. Foi agredida dentro do presídio e acabou perdendo a visão do olho direito. A liberdade não lhe foi concedida nem pelo juiz de primeira instância nem em liminar, pelo Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ficou na cadeia mais de um ano e só conseguiu ser libertada após recurso ao STJ em maio de 2005. Detalhe: Maria Aparecida sofria comprovadamente de problemas mentais.
Num outro caso, em maio de 2005, o desempregado Enilson Pereira Soares, de 30 anos, foi preso, algemado e atirado ao chão, porque furtou dois xampus e um desodorante, que custariam trinta reais se tivesse dinheiro para pagar as compras. Mas, Enilson pretendia vender os produtos para comprar cinco quilos de arroz e dois de frango para alimentar a família quando deixava o mercadinho em Santa Maria, cidade satélite do Distrito Federal. Jogado em uma pequena cela, conviveu com homicidas e alguns traficantes. Passou por lá seis longos dias e ainda foi alvo das chacotas dos seus companheiros de cela, para quem não passava de um otário, por ser flagrado roubando tão pouco. Afinal, diziam eles, se tivesse roubado muito estaria com dinheiro para pagar bons advogados que logo o devolveria a liberdade para praticar outros crimes impunemente. Humilhado e sem dormir há mais de uma semana, quando questionado porque resolveu roubar, respondeu o seguinte: "Eu queria apenas colocar um pouco de comida aqui em casa”. "E se tivesse dado certo, você faria de novo?", perguntou um repórter. Deixando a lágrima escorrer pelo rosto, ele respondeu: "Eu ia rezar, pedir perdão a Deus por ter feito uma coisa errada. E nunca mais ia pegar nada de ninguém. Eu não sou bandido. Errei e já tô pagando...".
Estamos agora em julho de 2008. A Polícia Federal realiza a Operação Satiagraha e cumpre vários mandados de prisão expedidos pelo juiz federal Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, desmantelando uma quadrilha, chefiada pelo dono do Grupo Opportunity, o banqueiro Daniel Dantas, que teria administrado, juntamente com dezenas de pessoas, 3 bilhões de reais em fundos e empresas com sede em paraísos fiscais. Entre os 17 presos, além do banqueiro estão o especulador Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta. A relação dos crimes cometidos é imensa: gestão fraudulenta, corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha, tráfico de influência etc. Dantas ainda teria subornado um delegado da Polícia Federal, oferecendo a ele, através de um assessor, um milhão de dólares, ato que foi filmado e mostrado na mídia. Para agravar ainda mais o caso, o banqueiro teria dito que se livraria logo dessa situação, pois teria facilidades no STJ e no STF.
O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, rapidamente, concede, em menos de 48 horas, habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas, além de livrar da prisão, o especulador Naji Nahas, o ex-prefeito Celso Pitta e dezenas de acusados, alegando em sua decisão “que não há fundamentos suficientes que justifiquem o decreto de prisão e que seria desnecessária a manutenção da custódia para a manutenção de provas”. No dia seguinte, o juiz federal De Sanctis manda prender novamente Daniel Dantas, argumentando que poderia haver destruição das provas, além do banqueiro ter subornado uma autoridade policial. Mas o presidente do STF, causando perplexidade em todo o País, concede novo habeas corpus ao banqueiro e arrogantemente insurge-se contra o juiz que mandou prendê-lo. O fato causou revolta nacional, além de manifestos de juízes e procuradores contra a atitude de Gilmar Mendes e em defesa do juiz federal De Sanctis. A suspeita sob Mendes aumenta, pois antes mesmo de conceder habeas corpus, ele já havia criticado abertamente a atuação da Polícia Federal repercutindo sua opinião em todos os órgãos de imprensa, dizendo que o trabalho da Polícia Federal era um quadro de espetacularização das prisões e que teve uso de algema abusivo, complementando que tudo aquilo teria que ser discutido. Só com essas palavras, o presidente do STF feriu o artigo 36, inciso III, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional que claramente diz: "é vedado ao magistrado manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério.”
O jurista e professor Dalmo Dallari, em 8 de maio de 2002, quando Gilmar Mendes estava para ser nomeado ministro do STF pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado na Folha de São Paulo, considerou a posse do ministro como uma imprudência e como uma verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo Federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica e ainda afirmou que a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional estariam correndo sérios riscos. Segundo vinha sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estava sendo montada uma grande operação para anular o STF, tornando-o completamente submisso ao então chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato, já que Gilmar Mendes foi Advogado-Geral da União no governo de FHC. Além disso, existia mais um problema ético para sua nomeação. A revista Época revelou em 22/04/02 que o chefe da Advocacia Geral da União, Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400,00 ao Instituto Brasiliense de Direito Público, do qual ele é um dos proprietários, para que seus subordinados freqüentassem os cursos no referido instituto. “Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na "reputação ilibada" exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo”, dizia o jurista.
Infelizmente nada impediu que naquele ano o Senado Federal aprovasse o seu nome e FHC o nomeasse ministro do STF. Hoje o principal mandatário do Judiciário brasileiro é uma pessoa avessa à ética e sempre disposta a livrar seus “amigos” de confusão, mesmo que essa atitude custe bilhões de reais aos cofres públicos. É extremamente necessário e urgente que a sociedade brasileira e órgãos como o CNJ, a OAB, a CUT e a CNBB atuem com rigor contra essa postura, no mínimo suspeita, do presidente do STF. Considero inadmissível que todo um trabalho minucioso desenvolvido tanto pela Polícia Federal, como pelo Ministério Público e pelo juiz De Sanctis seja desfeito por um ministro do STF, que demonstra ter a intenção de apenas proteger seus pares, sabendo que estará fortalecendo a ilegalidade e a impunidade no País, passando por cima de leis e ameaçando as autoridades e instituições brasileiras que realmente têm interesse em combater a corrupção. Enquanto isso, ficamos com a imagem da Justiça que só deixa algemar e prender pobres como Josias, Maria Aparecida e Enilson.

Wilson Fernando Trevizam


Plano para tentar melhorar relação de Dantas com o PT

Procurado por Daniel Dantas no final do ano passado, o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh ofereceu um plano para tentar melhorar a relação do banqueiro com o PT: se dispôs a tentar acordos com integrantes do partido que movem ações contra Dantas, num passivo judicial que vem desde a época das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Tal relato foi feito pelo próprio Greenhalgh a colegas petistas nos últimos dias. Não há registro de que tenha obtido êxito. O responsável por sua contratação foi o braço direito de Dantas, Humberto Braz, que está foragido desde que a Polícia Federal iniciou as prisões da Operação Satiagraha.

Greenhalgh foi pego no grampo da PF pedindo ajuda ao chefe-de-gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, justamente após Braz ter constatado que estava sendo seguido por investigadores da operação. Carvalho se prontificou a ajudar o colega, o que motivou os policiais a também pedirem a prisão de Greenhalgh por atuar em favor do banqueiro no Palácio do Planalto. A Justiça, no entanto, negou o pedido.

Logo depois de estourada a operação da PF, o ex-deputado petista ligou para o ministro da Justiça, seu colega de sigla Tarso Genro. A Folha apurou que o diálogo foi duro. Segundo relatos de quem conversou com Greenhalgh nos últimos dias, ele teria dito a seguinte frase a Tarso: "Se eu fosse o ministro, não faria isso com você".

Como se pode ver, Dantas vem sendo processado desde o tempo de FHC, Os processos que os fundos de pensão estatais moviam contra ele foram retirados agora com o casoi Telemar/Oi de ineteresse de Lula.

Lula faz elogios a "renovação" do Judiciário

De Letícia Sander:

Em meio à repercussão da Operação Satiagraha no Brasil, que acentuou a tensão entre os poderes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem em Dili, no Timor Leste, uma espécie de pregação sobre a "renovação sem precedentes" pela qual passa o Poder Judiciário brasileiro.
Em discurso no Tribunal de Recursos, instância máxima da Justiça timorense, Lula afirmou que "houve um tempo no Brasil em que algumas pessoas acreditavam que estavam acima da lei". "Isso vem mudando muito ultimamente", disse.

"Estamos procurando aprimorar as instituições que aplicam a lei. Nosso Judiciário vem passando por uma renovação sem precedentes", disse. "Creio que estamos combatendo a impunidade, garantindo direitos fundamentais e aperfeiçoando o Estado Democrático de Direito. Mas esse aperfeiçoamento requer esforços contínuos", continuou Lula.

Ainda no discurso, o presidente afirmou que, "onde há um Judiciário independente e imparcial, acessível e célere, a justiça pode ser mais facilmente realizada".

Os lulopetistas têm de afinar o discurso com o Cappo dei tutti Cappi Lula. Afinal o Cappo não quer críticas ao judiciário, que está agindo muito bem em defesa de seus interesses.

Metamorfose já lulopetistas.!!!!!!!

Relatório aponta lobby em fusão de teles

Segundo a PF, o petista Luiz Eduardo Greenhalgh procurou a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para beneficiar Dantas

No documento, o delegado Protógenes Queiroz afirma que o ex-deputado "transita nos subterrâneos" dos gabinetes do STJ e do STF

No relatório da Operação Satiagraha, a Polícia Federal afirma que o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, quatro vezes eleito deputado federal (1987-2007) pelo PT, fez "tráfico de influência" e "lobby" com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em torno da venda da companhia telefônica Brasil Telecom para a Oi.

De acordo com a PF, o ex-deputado agia em benefício do banqueiro Daniel Dantas.

O compromisso de venda da Brasil Telecom foi assinado em 25 de abril. Segundo cálculos de especialistas, Dantas recebeu mais de US$ 1 bilhão por sua parte na empresa telefônica.

De acordo com o relatório de 26 de junho do delegado Protógenes Queiroz, ao qual a Folha teve acesso, a participação de Greenhalgh foi "fundamental na criação da Supertele, gentilmente elogiada por todos do grupo, em especial pelo cabeça da organização, D. Dantas".

"Devido à sua condição anterior de ex-deputado federal e membro do PT, freqüenta a ante-sala do gabinete da Presidência da República, buscando apoio para negócios ilícitos do grupo, notadamente no gabinete da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e intimamente próximo ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu", diz o relatório de Queiroz sobre Greenhalgh.

Para o delegado, Greenhalgh "transita nos subterrâneos dos gabinetes dos ministros do STJ [Superior Tribunal de Justiça] e STF [Supremo Tribunal Federal] em busca de decisões favoráveis ao grupo".

A fusão das teles tem sido veementemente defendida por Lula, e o Ministro Hélio Costa disse recentemente que o caso Daniel Dantas não vai impedir o governo de mudar a lei para que a fusão aconteça.

E agora, lulipetistas de plantão, vão alegar que o delegado persegue Lula, Dilma e o PT?

inVeja - Fala Dantas


O inquérito policial frágil pode livrar a cara do banqueiro Daniel Dantas, adverte a revista inVeja na edição desta semana, na qual ela exorta o principal alvo da Operação Satiagraha a abrir a boca e falar o que sabe.

Segundo a revista, Dantas pode esclarecer pelo menos vinte escândalos registrados nos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva.

A revista conta todos os detalhes da operação, inclusive relatos dos grampos telefônicos autorizados pela Justiça e dos documentos apreendidos no cumprimento de mandados de busca e apreensão.

Isto é verdade?


A revista mostra na edição desta semana, como a operação da Polícia Federal, que levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito Celso Pitta, "desencadeou uma crise institucional, dividiu a Justiça e desembocou num jogo de ameaças que ainda está longe de terminar".
A revista mostra documentos da operação, incluindo uma planilha de "contribuições" para o "Clube", incluindo valores para a "campanha de João à presidência" (de R$ 3 milhões e R$ 2,5 milhões), em outubrio de 2002 e janeiro de 2003, e R$ 1,5 milhão a título de "contribuinção para que um companheiro não fosse indiciado criminalmente".
Nessa planilha há ainda a anotação de R$ 24 milhões para uma "Letícia".