Lula é o máximo (2)

O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos desembarcou em Brasília hoje, perto do meio-dia, e desde então assessorou Lula no caso do afastamento do delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, responsável pela prisão do banqueiro Daniel Dantas.

A conselho de Thomaz Bastos, Lula determinou a Tarso Genro, ministro da Justiça, que mantenha Queiroz à frente das investigações que complicaram a vida de Dantas, do especulador Naji Nahas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, e sabe-se lá mais de quem.

O que disse Lula, mais cedo, no Palácio do Planalto, durante a assinatura do aumento de salário dos professores:

- Já falei com o ministro Tarso Genro (Justiça) que esse delegado tem que ficar no caso. Ele não pode, depois de fazer investigação quase quatro anos, depois de apurar, na hora de finalizar o relatório, o cidadão falar "vou embora fazer meu curso" e deixar o trabalho pra outro. E ainda dar vazão para insinuações de que ele foi tirado. Moralmente esse delegado tem que ficar no caso até o final. A não ser que ele não queria e venha a público dizer que não quer. Esse é um processo sério. As pessoas foram pra televisão. É preciso ter responsabilidade. Vender insinuações para a sociedade é que não é correto.

- Quem contou essa mentira de que eles foram pressionados eu espero que amanhã ou depois de amanhã desmintam.

Só mesmo a Velhinha de Taubaté para acreditar no Lula. Quatro delegados pedindo para sair de um caso tão importante assim sem mais nem menos? Sem pressão?

Muito estranho. E Lula diz que é mentira? Muito estranho!!!!!!!

Nem Dirceu acredita na saída espontânea dos delegados

Do blog do ex-ministro José Dirceu:

A piada do dia é a declaração do ministro da Justiça, de que a saída do delegado que presidia o inquérito que levou à Operação Satyagraha é "coincidência". A de mau gosto é que o choque entre os poderes é uma invenção da imprensa, "da divulgação superlativa".

Só espero que a conseqüência de tudo o que se passou seja realmente uma legislação que, sem impedir o trabalho legal e constitucional da polícia e dos investigadores, proíba, além da pirotecnia, o vazamento de informações sigilosas, a violência desnecessária, as algemas só para humilhar e degradar o detido, o contubérnio com determinados órgãos de imprensa - no caso, a Rede Globo - e as prisões ilegais e desnecessárias só para a promoção dos delegados, promotores e juízes.

Uma legislação que efetivamente coiba a montagem de investigações ilegais envolvendo juízes, promotores e delegados escolhidos a dedo, que usam e abusam de grampos em telefones, quebram sigilo sem indícios e provas, e vazam essas informações para a imprensa, num desrespeito total aos direitos e garantias individuais. Para isso, contam com a certeza de impunidade.

Leia mais em Garantia dos direitos constitucionais

Não gosto de citar o José Dirceu. Mas a desculpa do governo sobre o afastamento do delegados da Policia Federal é tão ridícula que nem Dirceu, petista de carteirinha, amigão do Lula acreditou.

Além do mais, o pedido de Lula para o delegado voltar ao caso me pareceu bastante falso. O presidente não pede, manda. (Pelo menos na Policia Federal)

PF: fala de Lula não contraria mudança na Satiagraha

Marina Mello Direto de Brasília

A Polícia Federal informou que as declarações feitas nesta tarde pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo para que o delegado Protógenes Queiroz permanecesse à frente da Operação Satiagraha não contrariam as últimas decisões da PF. Isso porque, na visão da PF, Lula pediu para que Protógenes concluísse a sua participação no inquérito, o que, segundo a PF, realmente vai ocorrer nesta sexta-feira, quando o delegado entrega sua conclusão e deixa o caso para participar de um curso.

Logo após as declarações feitas por Lula, o ministro da Justiça, Tarso Genro, telefonou para o vice-diretor da PF, Romero Menezes (já que o diretor Luiz Fernando Correa está em recesso), e o comunicou sobre o pedido do presidente. O vice-diretor então ponderou que era justamente o que iria ocorrer, já que Protógenes deixará concluída a parte do inquérito que lhe diz respeito.
A PF esclareceu ainda que, no passado, o inquérito da Operação Satiagraha, presidido por Protógenes Queiroz, foi desmembrado em três no decorrer das investigações. Desta forma, o primeiro inquérito (que será concluído nesta semana) era de responsabilidade de Protógenes e tratava dos crimes de gestão fraudulenta e corrupção.

O segundo inquérito trata de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e crime contra o sistema financeiro, todos supostamente relacionados a Naji Nahas. Segundo a PF, o terceiro inquérito também trata de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e crime contra o sistema financeiro, só que da organização do grupo Oportunity, do banqueiro Daniel Dantas.

Redação Terra

Trocando em miudos. Lula viu que não está pegando bem este afastamento e faz publicamente um pedido para a volta do delegado, mas já sabendo que o delegado não volta. É só um jogo de cena.

Ou então o presidente Lula não manda em nada, me desculpe a expressão, é um bundão.

Espero que eu esteja errado, que Lula tenha sido sincero e que o delegado reassuma o caso. Só o tempo dirá.

Mas o mais extranho é que todos os delegados envolvidos foram afastados do caso. Por que?

Saiba como foi a reunião que afastou os delegados do caso Dantas

Delegado Protógenes Queiroz foi criticado por superiores por 'insubordinação'. Reunião que definiu mudanças na Operação Satiagraha ocorreu em SP, na segunda (14).

Foi na sala da superintendência, no nono andar do prédio da Polícia Federal em São Paulo, que o comando da Operação Satiagraha recebeu o comunicado do afastamento do caso. A reunião de emergência, marcada por queixas, troca de insultos e acusações, durou três horas e meia na tarde desta segunda-feira (14).

Participaram do encontro dez delegados, sendo três representantes da cúpula da Polícia Federal: entre os presentes estavam o superintendente em São Paulo, Leandro Daiello Coimbra; o diretor de combate ao crime organizado, Roberto Troncon; e o diretor de combate a crimes financeiros, delegado Paulo Tarso Teixeira. Também estavam na mesa os delegados responsáveis pela investigação contra Daniel Dantas, controlador do Grupo Opportunity: Protógenes Queiroz, Carlos Eduardo Pellegrini, Karina Murakami Souza e Victor Hugo Rodrigues Alves. Foi Victor Hugo quem fingiu aceitar a proposta de US$ 1 milhão para excluir Daniel Dantas e parentes dele da operação policial.

Envolvimento emocional

Os delegados ouviram da cúpula da Polícia Federal que eles não poderiam mais continuar no caso porque estavam “emocionalmente envolvidos” com a investigação. Ainda segundo os delegados, o delegado Protógenes Queiroz foi duramente criticado por insubordinação.

Na véspera das prisões, na semana passada, Queiroz se negou a entregar aos superiores cópia da decisão judicial com nomes dos alvos da operação. Durante a reunião desta segunda, o delegado justificou a atitude alegando que temia vazamentos de informações dentro da própria instituição.

Trabalho no fim de semana

De acordo com os delegados presentes, Queiroz reafirmou o desejo de continuar à frente da investigação. Ele teria dito que o curso que vai fazer semana que vem em Brasília não o impediria de prosseguir nas apurações. Oficialmente, a cúpula da Polícia Federal atribuiu a saída de Queiroz exclusivamente à participação dele no curso de aperfeiçoamento em Brasília. No entanto, segundo os delegados do caso, não restou dúvida no encontro de emergência que a decisão de afastá-los das investigações era definitiva e irrevogável.

Falta de apoio

Durante a reunião com diretores da Polícia Federal, os delegados também reclamaram de falta de apoio. Foi cobrada dos superiores uma resposta para o pedido de reforço na equipe. Segundo os delegados, na semana passada eles já haviam solicitado peritos, escrivães e agentes para analisar toda a documentação recolhida em 58 endereços por ordem da Justiça. Passados oito dias da Operação Satiagraha, uma tonelada de material apreendido sequer começou a ser examinada, de acordo com os delegados afastados. “As pressões sobre esses delegados que conduziram a operação, as pressões estavam sendo muito grandes, muitos fortes. Não só de dentro da Polícia Federal, da direção geral, que talvez tivesse alguma censura a respeito da conduta de algum deles, que nós não concordamos na realidade. Mas também de fora da instituição” afirma o diretor do sindicato dos delegados da PF, Amauri Portugal.

Novas funções

Na reunião entre os delegados e cúpula da PF, também não foi dito quem vai assumir as investigações a partir da próxima semana.

A Polícia Federal anunciou nesta quarta-feira (16) o delegado Ricardo Saad, chefe da Delegacia de Combate aos Crimes Financeiros da Superintendência de São Paulo (Delecin), como novo titular da Operação Satiagraha.

Cada delegado do grupo vai para um lado. Karina Murakami Souza será transferida para a corregedoria da Polícia Federal; Carlos Eduardo Pellegrini volta para o departamento anti-drogas; e Victor Hugo Rodrigues Alves já reassumiu funções no interior de São Paulo. Já Protógenes Queiroz vai se dedicar integralmente ao curso de especialização na Academia Nacional de Polícia. Queiroz é o mais antigo do grupo. Está na Polícia Federal há dez anos e já comandou grandes investigações, como as que levaram para a cadeia o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo, o filho dele (Flávio), o contrabandista Law Kin Chong e juízes de futebol envolvidos no escândalo conhecido por “máfia do apito”.

Episódio inédito

A saída de Queiroz do caso Daniel Dantas-Naji Nahas representa um episódio inédito na Polícia Federal. É a primeira vez que um delegado deixa o comando de uma grande operação no auge das investigações. Na tarde desta quarta-feira (16), o procurador da República em São Paulo Rodrigo De Grandis encaminhou oficio à direção da Polícia Federal pedindo o retorno imediato da equipe de delegados ao comando da investigação.

Tudo muito estranho. Os quatro delegados afastados ao mesmo tempo, e o governo diz que foi a pedido deles. Só mesmo a Velhinha de Taubaté para acreditar nesta história da carochina.

E Lula pedindo ao delegado pra retomar o caso? Para mim é jogo de sena. O Presidente da República manda e não pede.

Caso só um dos delegados tivesse pedido o afastamento seria difícil de acreditar, mas que sabe? Mas os quatro?

E se pediram para sair a Policia Federal poderia ter dito não pois o caso é de extrema importância.

Tudo muito extranho. Tanto a oposição como o governo estrão envolvidos até a medula neste mar de lama.


Abuso de ironia


Nova lei contra abuso de autoridade.

A idéia brotou da cabeça de Gilmar Merda, presidente do Supremo.

Ele a repassou ao deputado: Raul Jungmann (PPS-PE). Que vai convertê-la em projeto de lei.

O esboço da proposta está pronto.
Foi elaborado com o auxílio de um ex-assessor de Gilmar Merda.
Eles vão me matar de rir...
Ô Corja!!!

Lula é o máximo!

Enviado por Ricardo Noblat
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Comentário

Então devemos acreditar que o delegado Protógenes Queiroz pediu para deixar a chefia do inquérito da Polícia Federal que resultou duas vezes na prisão do banqueiro Daniel Dantas porque pretende fazer um curso de especialização da Academia Nacional de Polícia, em Brasília, a partir da próxima semana.

E que os outros dois delegados que o auxiliavam, Carlos Eduardo Pelegrini e Karina Souza, também largaram o inquérito por razões que a direção da Polícia Federal simplesmente desconhecia até ontem. É a primeira vez na história da Polícia Federal que delegados se afastam de investigação de tamanho porte.

Pois muito bem: apresso-me em declarar que acredito que tenha sido assim mesmo. Nunca duvidei de explicações deste e dos governos passados. Parto do pressuposto de que os governos só falam a verdade. Como seriam capazes de mentir para seus governados e para seus eleitores?
Acreditei quando Lula disse ter sido traído pelos mensaleiros. Não, ele não sabia, jamais soube que uma "sofisticada organização criminosa" com raízes no Palácio do Planalto subornava deputados federais. Do mesmo modo como nunca soube que o PT havia se valido de Caixa 2 para financiar campanhas.

Para que não restem dúdidas: adianto desde logo que também acredito que o diretor-geral da Polícia Federal entrou de férias em meio ao caso mais barulhento de sua administração porque estava cansado. Ou apenas porque estava na hora de curtir seu período anual de férias. Ninguém é de ferro.

No que depender de mim, aqui não prosperão as teorias descabidas de que os três delegados foram decapitados porque se tornaram um incômodo para muita gente graúda. E muito menos que prevaleceram mais uma vez os interesses dos "donos do poder", na concepção do historiador Raymundo Faoro.

A propósito: por que trocar Lula em 2010 por outro presidente? Existirá na praça alguém mais capaz do que ele para promover ao mesmo tempo a felicidade dos brasileiros de todos os andares? Eu não enxergo. Quem? Serra? Perguntem a banqueiros e empresários se ele é mais confiável do que Lula. Não é.