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Seminário Brasilianas.org
SOMENTE UMA MÃE SABERIA...
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Vamos amarrar os cintos
DELFIM NETTO
O encontro do G20 em Seul, na Coreia do Sul, foi uma reunião lítero-musical de qualidade duvidosa. O seu resultado, pífio.
A "solução prática" foi a cínica entrega da questão aos cuidados do FMI. No ano que vem, ele deve apresentar um programa factível que distribua equanimente os custos do ajuste. Em poucas palavras e sem nhe-nhe-nhem: cada um que volte para casa, trate de cuidar dos seus interesses e ponha as barbas de molho.
Há uma grande dificuldade em dar peso adequado ao problema dos EUA e às malfeitorias da China, o que provoca ataques cruzados.
Os EUA meteram-se numa grave crise e, desde 2007, destruíram 10 milhões de empregos. Para retornar à taxa de desemprego aceitável de 5%, precisam reconstruí-los. Devido ao crescimento da população, para manter apenas o inaceitável nível atual de desemprego, de 9,6%, precisam criar 1,5 milhão de empregos por ano, ou seja, 125 mil por mês.
Mesmo que haja uma rápida recuperação e a economia possa absorver 600 mil empregos por mês (que é o dobro da média dos anos 90!), serão precisos dois anos antes que se volte ao nível de 2007.
Não se trata de um problema de liquidez, mas de confiança: as empresas não financeiras têm em caixa US$ 3 trilhões e não investem a não ser em tecnologias poupadoras de mão de obra. As instituições financeiras têm excesso de reserva de US$ 1 trilhão e não emprestam porque não há tomadores (o nível de endividamento das famílias é da ordem de 100% do PIB). O único tomador de recursos é o próprio Tesouro dos EUA, cujo endividamento só poderá ser sustentado com a volta ao crescimento, que, por sua vez, depende do investimento do setor privado e do consumo das famílias.
Os EUA pagam agora o preço de sua miopia.
Aumentaram o emprego nas finanças e na habitação enquanto transferiam alegremente (graças à valorização do dólar) para a China suas fábricas e seus empregos industriais e para a Índia os do setor de serviços. Com a explosão das duas "bolhas", no setor financeiro e no imobiliário, o emprego no primeiro talvez nunca se recupere, e o do segundo demorará muito tempo. Uma coisa é certa. Se a demanda interna nos EUA não se recuperou, porque o governo foi incapaz de restabelecer a confiança no circuito econômico interno, só lhe resta a saída das exportações e a substituição do petróleo importado por biocombustíveis. Ele vai persegui-la com a desvalorização do dólar.
Ibama extinto já. Ontem!
O Ibama prefere preservar caranguejos à vida de crianças que morrem todos os dias em Alagoas, vítimas da miséria. Alegando a "supressão" de 70 hectares de mangue, que seriam repostos em área três vezes maior, o Ibama vetou ontem o projeto de um estaleiro na pobre região norte do Estado, onde seriam investidos R$ 1,5 bilhão, gerando dez mil empregos diretos numa região onde eles quase não existem.
O Ibama levou seis meses para decidir, e o fez na véspera da licitação de hoje da Petrobras, da qual o estaleiro de Alagoas fica barrado.
Que pretende a Rolha de São Paulo com a ficha da Muié?
A Folha publicou uma ficha falsa da Dilma, que se tornou uma das notáveis "barrigas" da Imprensa Mundial.
A Folha vai tentar demonstrar que a ficha falsa é verdadeira.
Segundo, a Folha quer pegar a Dilma na mentira.
A Dilma e inúmeros colegas de militância asseguram que a Dilma não participou de nenhuma ação armada.
A Folha vai querer mostrar que a Dilma pegou em armas, roubou o cofre do Ademar, matou criancinhas, e derrubou as Torres Gêmeas.
Terceiro, a Folha quer desmoralizar a Dilma e reproduzir declarações e situações nascidas no processo de tortura.
Quarto, a Folha quer dar legitimidade a uma máquina repressiva e judicial construída no regime militar.
Quinto, a Folha quer re-instalar o regime militar e seus mecanismos no regime democrático que a Dilma respeitou e no qual se tornou vitoriosa.
Sexto, a Folha quer reestabelecer a legitimidade das práticas do regime militar a que ela, a Folha, serviu com devoção e fidelidade.
Serviu de diversas maneiras.
Serviu quando cedeu os carros de reportagem para transportar torturadores e vítimas de torturadores.
Serviu ao transformar seus jornais em instrumentos da repressão e da ocultação de crimes hediondos.
Sétimo, a Folha quer constranger a Dilma.
A Folha quer fazer o que o senador Agripino Maia não conseguiu: transformar o Regime Militar num regime constitucional inglês e a Dilma numa terrorista.
Oitavo, a Folha avisa a presidente eleita que a combaterá sem tréguas.
Nono, a Folha quer impedir que a Dilma faça uma Ley de Medios.
Décimo, para a Folha, a Dilma é o Marighella, que será abatido num cruzamento dos Jardins, entre a Avenida Paulista e a Rua Estados Unidos.
Obama deve receber Dilma antes da posse
"Há muito interesse dos dois lados de que haja um encontro o mais rapidamente possível".
Se o encontro for confirmado, Dilma receberá de Obama a mesma deferência conferida por George W. Bush a Lula, a de receber um chefe de Estado eleito antes da posse - sinal pouco frequente de consideração e distinção em Washington.
Shannon afirmou aguardar o novo governo com "muita esperança".
"Brasil e EUA já mostraram no FMI, no Banco Mundial e no G-20 capacidade de colaborar e isso é fonte de grande otimismo", concluiu.
Energia eólica
Prêmio a uma solução de baixo custo
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