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Origem tucana
Judiciário, o mais corrupto dos poderes
por
Jânio de Freitas
João e Janete Capiberibe poderiam comprar muitos votos, mas os dois de que são acusados de ter comprado não são base para cassação entre os esclarecimentos pendentes, e de futuro tão incerto quanto o seu passado, os devidos por um alto tribunal, a propósito dos danos e desvios que causou à vida de duas pessoas, ficam muito bem na posição de precedência. Afinal de contas, há quase dez anos os sucessivos integrantes do Tribunal Superior Eleitoral são alertados para as estranhezas do caso, sem que lhe dedicassem mais do que o corriqueiro, com grande probabilidade de errado e injusto, em duas ocasiões.
Inflação - Uma questão latente
A divulgação pelo IBGE de que o IPCA de janeiro ficou em 0,83% disseminou uma onda de alardes que, a bem da verdade, não faz sentido. Afinal, é preciso tranquilidade para analisar o cenário, identificar as razões e nuances inflacionárias para então selecionar os meios de intervenção adequados.
A estabilidade econômica do país, pautada em sólidos fundamentos e alimentada pelas boas perspectivas de crescimento sustentado são os fiadores dessa necessária tranquilidade.
Infelizmente, não é esse o comportamento do mercado e da mídia nos últimos meses.
Há certo grau de fatalismo na observação sobre a inflação e recrudescimento da velha fórmula de enfrentar o problema com corte de gastos, Selic maior -falam em frear as expectativas- e apenas repor o salário mínimo.
Os objetivos são diminuir a demanda e o consumo, reduzir o crescimento e brecar o ritmo de geração de emprego e de ampliação da renda.
Há, contudo, que considerar as peculiaridades no âmbito interno e os movimentos internacionais -ou seja, contextualizar o debate sobre os riscos inflacionários. Não podemos nos esquecer que o mundo ainda enfrenta dificuldades decorrentes da maior crise econômica desde 1929.
Precisamos lembrar também que se tivéssemos enfrentado essa grave crise com as fórmulas que o mercado e a mídia queriam, teríamos mergulhado em uma recessão e no desemprego que poderia nos custar uma década de avanços.
Aliás, diga-se, já sabíamos que essa opção por manter a economia aquecida -via crédito fácil e aumento do consumo- teria efeitos colaterais, que de longe são preferíveis à recessão vivida pelos EUA e Europa até hoje.
O momento é de retirada das ferramentas anticíclicas introduzidas durante a crise, como o enxugamento do crédito. Isso vem sendo feito pelo governo, que também sinaliza com cortes de gastos para complementar esse processo -que não podem atingir os investimentos.
Mas o tom do mercado e do noticiário é quase um desejo para que criemos problemas mais profundos, como a baixa atividade econômica e o desemprego. O fato é que, se não quisermos fantasiar da assombração à inflação, é imprescindível diagnosticar que parte dela advém das commodities precificadas internacionalmente, sobre as quais uma Selic maior não terá efeitos.
Fundamentalmente, portanto, o caminho é fortalecer o vetor produtivo, para que no médio prazo haja convergência entre demanda e oferta, objetivo que passa pela reforma tributária, por políticas de desenvolvimento tecnológico e industrial, mas também por avanços em infraestrutura e educação.
A alternativa desbotada da alta dos juros tem efeitos muito nocivos, como valorizar ainda mais o real e aumentar o serviço da dívida interna, anulando o esforço fiscal do corte de gastos. Enfim, debater os riscos inflacionários no Brasil é tarefa que requer cuidado com os determinismos econômicos e boa dose de questionamento às teses do mercado.
No fundo, precisamos primeiro responder: será mesmo necessária a descontinuidade, mesmo que conjuntural, das políticas de fortalecimento do nosso mercado interno?
O estilo Dilma
A majoração do piso de R$ 510 para R$ 545 não proporciona ganho real para os assalariados, pela simples razão de que o PIB não cresceu no recessivo ano de 2009 (a rigor, retrocedeu 0,2%). Para fazer bonito diante da arquibancada, a presidente poderia, como pleiteavam os sindicatos, sacar a descoberto, antecipando uma parte do robusto aumento que virá em 2012, graças ao desempenho da economia no ano que passou, concedendo um mínimo de R$ 580. Mas Dilma, em mais de uma frente de atuação, parece menos preocupada em fazer bonito do que em fazer a coisa certa. Nem sempre conseguirá, às vezes nem tentará, mas ela decerto está ciente do que poderia significar um recuo já na primeira batalha do seu mandato. Para não deixar dúvidas sobre o que esperar dela, quando está convencida de que a sua posição é a correta, a presidente não só mandou avisar que não há mais o que discutir sobre o mínimo, como ainda tratou de apressar a votação da matéria – o que deverá ocorrer já no começo da semana que vem – e avisou os líderes parlamentares governistas de que emendas ao projeto não serão toleradas. A direção do PT, por sua vez, estuda fechar questão em torno da proposta para enquadrar os companheiros recalcitrantes.
Se, apesar de tudo e contra todas as expectativas, o Congresso aprovar um mínimo superior a R$ 545, o Planalto advertiu que a diferença será compensada por um golpe de tesoura maior do que o previsto no Orçamento, alcançando em primeiro lugar as preciosas emendas parlamentares. Dilma bateu o martelo um dia depois de Lula, na sua primeira manifestação sobre uma questão do governo de sua sucessora, considerar "oportunismo" a insistência dos sindicalistas em alterar as regras do jogo. O ex-presidente foi instado a falar pelos jornalistas que o acompanharam a Dacar, no Senegal, para a abertura do 11.º Fórum Social Mundial. Mas a decisão de Dilma estava tomada de antemão – e não dependia do beneplácito do padrinho. A crítica de Lula caiu mal entre os dirigentes sindicais. Na semana passada, alguns invocaram o seu nome para constranger a presidente que, segundo eles, estaria se desviando da rota do seu mentor. O mais vociferante tem sido o deputado Paulo Pereira da Silva, do PDT paulista, que controla a Força Sindical. "O Lula está com problema de memória", atacou, invocando as promessas do então presidente às lideranças sindicais, em meados de outubro, de que haveria aumento real do mínimo em 2011. À época, o tucano José Serra insistia em que, se eleito, o piso iria para R$ 600.
Além de exprimir seu desapontamento com Lula, os sindicalistas passaram a fazer ameaças rombudas a Dilma. "Derrotar aliados é uma coisa ruim. Fica um rescaldo para o futuro", disse Pereira da Silva. Mas as consequências, além de virem sempre depois, como diria o Conselheiro Acácio, podem ser tanto menores quanto maior a coragem exibida no embate pela autoridade que as sofreria.
Editorial – O Estado de S.Paulo
Governo federal anuncia "corte" de 50 bi no orçamento e pig, tucademos e agiotas comemoram
A muito, muito tempo mesmo a selic deixou de ser uma questão tecnica e passou a ser política.
Tenho certeza que viverei o bastante para eleger um presidente da república que bata de frente mesmo com o "mercado" e reduza drasticamente o pagamento de juros para esta corja imunda.
Inda veremos isto acontecer.
por Cesar Maia
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PIG, Lula não levou o AeroLula prá casa dele?
Apreciem abaixo mais um texto da série Inveja não mata. Mas, maltrata!
por Josias de Souza
Em vôo de carreira, Lula 'saboreia' sua popularidade
Joel Silva/Folha
Convertido pelas contingências num sem-avião, Lula aventurou-se no primeiro vôo de carreira desde que deixou a Presidência.
Deu-se nesta quarta (9). O ex-soberano embarcou no vôo de número 1206, da Gol. Chegou à pista de Congonhas (SP) por uma trilha alternativa.
Foi, primeiro, à Base Aérea, onde costumava pousar quando voava nas asas do AeroLula. Uma van conduziu-o, junto com seus acompanhantes, até o avião.
Acomodou-se na poltrona oito, corredor. Ao centro, a mulher, Marisa Letícia. Na janela, a nora, Marlene Araújo.
Assessora de Lula, Clara Ant foi ao seu lado, em assento contíguo, separado pelo corredor. À frente dela, o presidente do PT-SP, Edinho Silva.
Os demais passageiros entraram no avião depois. Súbito, um deles reconheceu Lula. Estacou, freando o movimento da fila no corredor.
A notícia sobre a presença se disseminou. Testemunhas da cena, os repórteres Daniela Lima e Joel Silva relatam, na Folha, a azáfama que se seguiu.
Lula foi filmado. Abraçado ora a passageiros ora a aeromoças, fez pose para mais de três dezenas cliques fotográficos. Distribuiu dezenas de autógrafos.
Afagou crianças. Levou uma menina ao colo. Sitiado, comemorou os efeitos do assédio sobre a alma: "É prazeroso".
Surpreendida pela presença dos repórteres, a assessora Ant apresssou-se em informar que o chefe não daria entrevista.
Lula logo a desmentiria. Falou: "Todo político devia evitar aquele conselho do assessor que fala: 'a coisa tá ruim, não vai para a rua'..."
"...Quando tá ruim é que tem que ir para a rua. Quando está bom pode ficar em casa".
Acrescentou: "Eu nunca tive medo de ir aos lugares. Se tem uma coisa que não me assusta é o povo".
A caminho de Brasília, Lula recebeu um presente. Um dos passageiros deu-lhe o livro "Ainda Existe Esperança", do argentino Enrique Chaij.
Outro passageiro cedeu-lhe um jornal do dia. Lula concentrou-se numa notícia sobre a encrenca do reajuste do salário mínimo, iniciada ainda na sua gestão.
Uma aeromoça ofereceu ao ex-soberano um pacotinho de biscoitos salgados. Lula refugou. Serviu-se apenas de água. Sem gelo.
No mais, alimentou-se de sua popularidade. Estátua de de si mesmo, saboreou o culto à sua personalidade.
Degustou cada abraço, cada tapinha nas costas, cada aperto de mão, cada foto, cada autógrafo. "É prazeroso".
Joel Silva/Folha
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