Amanhã



"Amanhã! - é o sol que desponta, É a aurora de róseo fulgor, É a pomba que passa e que estampa Leve sombra de um lago na flor. Amanhã! - é a folha orvalhada, É a rola a carpir-se de dor, É da brisa o suspiro, - é das aves Ledo canto, - é da fonte - o frescor. Amanhã! - são acasos da sorte; O queixume, o prazer, o amor, O triunfo que a vida nos doura, Ou a morte de baço palor. Amanhã! - é o vento que ruge, A procela d'horrendo fragor, É a vida no peito mirrada, Mal soltando um alento de dor. Amanhã! - é a folha pendida. É a fonte sem meigo frescor, São as aves sem canto, são bosques Já sem folhas, e o sol sem calor. Amanhã! - são acasos da sorte! É a vida no seu amargor, Amanhã! - o triunfo, ou a morte; Amanhã! - o prazer, ou a dor! Amanhã! - o que val', se hoje existes! Folga e ri de prazer e de amor; Hoje o dia nos cabe e nos toca, De amanhã Deus somente é Senhor!" 
Autor: ( Gonçalves Dias )

Amanhã!


[...] É o sol que desponta, É a aurora de róseo fulgor, É a pomba que passa e que estampa Leve sombra de um lago na flor. 


Amanhã! - é a folha orvalhada, É a rola a carpir-se de dor, É da brisa o suspiro, - é das aves Ledo canto, - é da fonte - o frescor. 


Amanhã! - são acasos da sorte; O queixume, o prazer, o amor, O triunfo que a vida nos doura, Ou a morte de baço palor. 


Amanhã! - é o vento que ruge, A procela d'horrendo fragor, É a vida no peito mirrada, Mal soltando um alento de dor. 


Amanhã! - é a folha pendida. É a fonte sem meigo frescor, São as aves sem canto, são bosques Já sem folhas, e o sol sem calor. 


Amanhã! - são acasos da sorte! É a vida no seu amargor; 


Amanhã! - o triunfo, ou a morte; 


Amanhã! - o prazer, ou a dor! 


Amanhã! - o que val', se hoje existes! Folga e ri de prazer e de amor; Hoje o dia nos cabe e nos toca, De amanhã Deus somente é Senhor!"
Autor: ( Gonçalves Dias )

saiba

"Saiba que você constrói seu futuro constantemente. Esteja sempre disposto a aprender coisas úteis e proveitosas que irão beneficiar você e seu cliente. Tenha consciência de que,a partir do momento em que você parar de aprender,sua carreira e seu sucesso estarão acabados. Não deixe que problemas atrapalhem seus planos; são eles que nos tornam mais fortes experientes."

Vendendo milagras

A política brasileira habituou-se a um método invertido. Em vez de os políticos terem a coragem de aparecer com a própria cara ao eleitor, procuram antes saber do que o eleitor gostaria, para daí assomarem como legítimos intérpretes do desejo popular.

Daí que liberais se transformem repentinamente em estatistas, e velhos intervencionistas subam ao palco para cantar as glórias do liberalismo. Claro que não assim escancarado. Sempre "traduzido", para que "o povo entenda".

Eis um problema dos partidos brasileiros.

Em vez de se oferecerem à sociedade como canais de acumulação e transmissão de visões a respeito das diferentes formas de organização política e social, reduzem-se a ajuntamentos de gente disposta a vestir qualquer máscara para tomar o poder.

Ou para manter o poder.

Uma vantagem competitiva do PT sobre os adversários ao longo dos anos de crescimento do partido foi ter desafiado essa lógica. Se bem que a recente força incontrastável do líder maior e as circunstâncias vão esmaecendo isso.

Partidos ficam fortes quando expressam organicamente o que uma parte (daí o nome) da sociedade acha que deve ser feito do país, ou do mundo.

E chegam ao poder quando essa parte vira maioria. Isso na democracia.

Mas é preciso haver alguma legitimidade. E o partido coloca o ovo em pé quando consegue se apresentar naturalmente como protagonista de uma onda histórica.

No Egito, a Fraternidade Muçulmana hibernou durante décadas até surgir a oportunidade. Após o esgotamento do modelo nacionalista-militar, o mundo árabe vê a ascensão do Islã como promessa de transformação social.

Se para o bem ou para o mal, a História dirá.

Mas o fato é que a FM está lá na hora certa, organizada em torno de suas ideias, propósitos e ações. Assim como, por exemplo, os comunistas e socialistas portugueses quando eclodiu a Revolução dos Cravos, em 1974.

Um fato já algo distante, mas que vale a pena relembrar.

Vindo para mais perto, no começo da década de 1970 o então MDB (Movimento Democrático Brasileiro) chegou a pensar em se autodissolver. Logo depois ganhou a eleição de 1974 e abriu o período de declínio do regime militar.

O MDB estava lá quando o povo decidiu que era hora de abrir, de buscar mais democracia, para atacar problemas como a inflação e a péssima distribuição de renda.

Assim como o PSDB pôde pegar a onda da luta contra a hiperinflação e garantir oito anos em Brasília.

Assim como o PT pôde apresentar-se como o mais indicado para promover justiça social e fazer o Brasil voltar a crescer.

O vetor político não deve imaginar que vai surgir do nada, do vácuo, aparecendo domingo pela manhã na porta de casa para tocar a campainha e oferecer um elixir milagroso.

Está cada vez mais difícil fazer o comprador cair nessa.
Alon Feurwerker 


Dívida pública representa 39,2% do PIB

A dívida do setor público caiu para 39,2 % do PIB - produto interno bruto -, segundo o BC - Banco Central.

O resultado corresponde a uma redução de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior e de 1 p.p - ponto percentual no ano -. 

Em agosto, a dívida bruta do governo geral (Tesouro, Previdência, governos estaduais e municipais) chegou a R$ 2,216 trilhões, o que corresponde a 56,1% do PIB, uma redução de 0,1 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Apenas um lembrete: em setembro de 2002 - último ano do desgoverno FHC a dívida pública brasileira  representava 56% do PIB -.
O gráfico mostra a evolução da relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB

A Guerrilha no Jabuti


Pedro e os Lobos – Os Anos de Chumbo na trajetória de um guerrilheiro urbano está entre os finalistas do Prêmio Jabuti na categoria Reportagem. Como os brasileiros ainda sabem muito pouco sobre a guerra suja travada durante a ditadura instalada a partir de 1964, se você puder dar uma forçinha na divulgação, fico-lhe muitíssimo grato.

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Pedro e os Lobos está na final do Jabuti 2011

Em apuração realizada pela Câmara Brasileira do Livro no último dia 21, Pedro e os Lobos foi apontado como um dos finalistas ao Jabuti na categoria livro-reportagem. E a indicação vem a calhar num momento em que o país é governado por uma ex-companheira de Pedro Lobo na luta armada e se discute a implantação de uma comissão da verdade no Congresso para apurar os crimes acontecidos durante a ditadura militar.


A obra narra, com linguagem ágil e envolvente, todo o período que vai da posse de Jânio Quadros ao fim do governo João Figueiredo. E, para levar ao leitor um painel dos Anos de Chumbo a partir da ótica da guerrilha, o autor usa como fio condutor a vida de Pedro Lobo de Oliveira, um dos mais aguerridos combatentes urbanos da época.


Laque diz que a maioria dos brasileiros ainda desconhece os detalhes da guerra travada entre os combatentes da esquerda armada e os militares nesse período. "Na última campanha presidencial, por exemplo, cansei de ouvir a frase: Se a Dilma foi presa no passado, é porque alguma coisa ela fez. Então, essa mulher não pode ser presidente do Brasil! Isso é fruto de pura desinformação."


O jornalista acredita que, a partir dessa indicação e do possível prêmio, seu trabalho ganhará mais visibilidade. "Existe um enorme preconceito por parte da grande imprensa e das redes de livrarias em relação a obras literárias produzidas de forma independente. Com este aval dado pelos jurados do Jabuti, colocando meu nome ao lado de grandes ícones do jornalismo literário, como Laurentino Gomes, Luís Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura e Ricardo Kotscho, ganho a possibilidade de tentar quebrar essas barreiras".

Saiba mais sobre o livro acessando:

www.pedroeoslobos.com

www.pedroeoslobos.blogspot.com

 

Twitter diHITT 



Violência

São preocupantes os níveis de atos violentos e da própria violência que assola o Brasil de norte a sul. Recentemente, em São Paulo, um garoto de dez anos, com um histórico escolar de aproveitamento e assiduidade acima da média, levou para a escola o revólver do pai e, sem nenhuma explicação plausível, atirou na professora pela costas, saiu da sala, deixando em estado de choque seus colegas de classe e, ato contínuo, disparou contra a própria cabeça. Como o autor da tentativa de homicídio contra a professora, além de menor, deu cabo à própria vida, extinguiu-se a razão de penalizar o culpado, mas assestou-se contra o pai, conforme as leis vigentes, a culpa pela negligência que possibilitou o acesso à arma. Além do abalo pela tragédia que se abateu sobre a família, com a perda do filho, sobrevem a dor continuada de sua defesa por conta da necessidade de confessar que seu filho menor mentiu para ele quando questionado, antes da tragédia, se havia pegado o revólver e ele disse que não. 

As notícias que abordam suicídios comuns são evitadas pela mídia para amenizar a dor dos parentes, mas coincidentemente, após essas tragédias não é raro se ter conhecimento, logo adiante, de que houve uma repetição desse triste gesto. 

Ainda no calor das consequências que envolveram o menino, seus colegas de classe, a professora, no dia 27 último, em Juazeiro do Norte, um jovem de 16 anos levou para a escola, também escondido na mochila, uma pistola calibre 7.65 com o objetivo de matar dois colegas de turma, um de 13 e outro de 14 anos. 

Essas notícias, que em outras épocas causaria uma comoção geral, começam a parecer comuns por conta da atual banalização da violência que toma conta das maiores capitais brasileiras e com tendência a se manifestar pelo interior. 

A falta de diálogo entre pais e filhos, o perigo contagiante do mundo das drogas, a própria educação familiar proporcionam e facilitam comportamentos como esses dois exemplos, embora no primeiro caso os pais do menor de dez anos, tenham afirmado que o filho tinha comportamento tranquilo, fato ratificado pelos colegas de classe e a própria professora. 

Já o pai do adolescente, de 16 anos que tinha planejado matar os dois colegas em Juazeiro, o encontrou, dias antes, treinando tiros no quintal de casa. Sua reação foi pegar a arma e esconder, quando no mínimo deveria tê-la entregue à polícia, como facilita a campanha pelo desarmamento, principalmente porque o adolescente confessou que a arma lhe teria sido emprestada por um amigo. Por muito pouco uma tragédia maior ainda não aconteceu no Cariri. 

Não se pode alegar que tudo faz parte de um contexto simples e procurar respostas ou soluções com medidas ingênuas ou profilaxias arcanas.

Urge maior cobrança das autoridades para as necessidades inadiáveis de providências que orientem os pais modernos de filhos idem. Evidencia-se a preocupação com a repetição desses fatos que permanecem na mídia ligeira alarmista sem que se invista, com igual insistência com que se alardeiam esse tipo de tragédia, em campanhas sérias e contínuas para diminuir tanta violência e não tirar o sono de pais que vez por outra são pegos pelas trágicas surpresas envolvendo um filho. 

O tempo e as marés não esperam por ninguém e o futuro dessa juventude que se tem mostrado confusa, mal direcionada e sem perspectivas e, o que é bem pior, sem noção de limites e responsabilidades não se apresenta nada promissor em decorrência desses altos níveis de saturação que ganham espaços cada vez maiores na mídia.

A. Capibaribe Neto