A partir do ano que vem, a taxa de desemprego do país será calculada de uma maneira diferente e divulgada a cada três meses

Em vez de entrevistar pessoas apenas nas seis regiões metropolitanas mais populosas do país (São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre), o IBGE vai ampliar o campo das entrevistas para 3.500 cidades (cerca de 60% dos municípios brasileiros).
            
Nem mesmo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a maior pesquisa feita hoje anualmente pelo instituto) alcança esse universo, vai a 1.100 municípios, visitando 147 mil casas. Para calcular a taxa de desemprego e coletar outras informações sobre o mercado de trabalho, os pesquisadores vão coletar e processar quatro vezes por ano informações de 211 mil lares. 
            
Após dois anos de testes, a nova pesquisa será lançada em 17 de janeiro, com os dados de 2012 e do primeiro semestre de 2013.  Os resultados do primeiro trimestre de 2014 só serão divulgados no fim de maio. O IBGE quer reduzir esse prazo para até 30 dias após cada trimestre ainda no ano que vem.
Folha de São Paulo

Vamos investigar também a revista "Veja"


Nem pensar né Laguardia?...
Investigar a máfia midiática é um atentado a liberdade de imprensa...
Corja!
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jb e a seletividade das provas

Uma cartilha intitulada “A Verdade – Nada mais que a verdade”, de autoria do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), acusa o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, de usar a Justiça apenas quando lhe interessa.
Ex-presidente da Câmara, condenado a 9 anos e 4 meses de prisão no processo do mensalão, Cunha distribuirá a publicação de 56 páginas nesta quarta-feira, 11, após pronunciamento no plenário da Câmara, no qual porá à disposição a quebra de seus sigilos bancários e fiscais.
O discurso de Cunha ocorrerá dois dias antes do ato de desagravo aos condenados do mensalão, promovido pelo 5.º Congresso do PT, em Brasília. O deputado afirma que não vai renunciar ao mandato, como fez seu colega José Genoino (SP), ex-presidente do PT.
Um dos trechos da cartilha a ser divulgada pelo ex-presidente da Câmara diz que Barbosa usa “seletivamente” as informações. “Não busca, assim, a verdade e a justiça, usando quando lhe interessa as informações para condenar. Quando as provas são a favor dos réus ele as despreza”, observa. O texto, obtido pelo Estado, afirma ainda que juiz “não é um agente político”.
“Seria próprio de sua função um certo recato e o anonimato, pois ele não deve disputar a opinião pública nem submeter seus atos ao julgamento popular”, afirma a cartilha, assinada pelo “coletivo” do mandato de Cunha. “No presente caso vários ministros passaram a emitir opinião sobre tudo, exorbitando de suas funções. Não se fez justiça. Condenou-se sem provas e também contra as provas.”
O deputado, que presidiu a Câmara entre 2003 e 2005, no primeiro mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi condenado pelo Supremo pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato. Ele tenta agora, por meio de recursos chamados embargos infringentes, derrubar a condenação por lavagem de dinheiro, o que possibilitaria cumprir a pena em regime semiaberto.
Em conversas reservadas, Cunha diz que provará não ter enriquecido ilicitamente nem usado parentes como “laranjas” ao longo de sua trajetória como parlamentar. Ele cursa atualmente o 4.º ano de Direito na Unip, em Brasília, e pretende entrar na faculdade de Letras, no ano que vem.
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Não reclame de ter pouco com alguém que tem menos que você

Exemplos: a pessoa reclama que está gorda, que esse ano nem vai poder ir pra disney, olha, que horrível essa ruguinha, a idade é foda, né?, E sua interlocutora, mais gorda que ela, que nunca foi à disney, vinte anos mais velha, fica se sentindo uma boa merda, e faz aquela tão típica cara-de-bunda e de tristeza, e, pior, a outra pessoa nem nota, tão absorta que está em seu próprio pé de galinha, em seu próprio pneuzinho, em sua própria situação financeira.
Não deveria ser preciso dar um conselho tão óbvio, mas vejo esse tipo de comportamento todo dia, às vezes até mesmo cometido por pessoas generosas que deveriam ter (e geralmente têm) mais noção; muitas vezes, por mim mesmo.

Mensagem dá Vovó Briguilina

Depois que alguém vê como realmente você é por dentro, não interessa o que os outros vêem por  fora.

As crianças e seus agressores

STF e os poderes desequilibrados

 O professor Dalmo Dallari e eu fomos entrevistados pelo Contraponto, programa conduzido por Eduardo Guimarães que foi ao ar ontem  à noite.

O assunto do programa foi, como se poderia imaginar, a ação penal 470.

Dalmo Dallari dá uma aula de Direito Constitucional em seu depoimento.

O professor avalia que o julgamento começou a partir de um erro básico, pelo julgamento de cidadãos que o STF não tinha competência legal para julgar. Eram aqueles réus – 37 sobre 40 – que, conforme a Constituição, deveriam ser julgados em tribunais de primeira instância e não pelo STF, corte que não oferece um segundo grau de jurisdição para os condenados, punindo a todos com sentenças de caráter definitivo. É um argumento forte, ainda mais elaborado por um mestre com a estatura de Dalmo Dallari, um dos mais respeitados juristas do país. Resumindo seu pensamento, o julgamento da AP 470 não poderia ter ocorrido da forma que ocorreu. 

 Coloquei, no programa,  uma análise politica que gostaria de desenvolver um pouco mais aqui. Minha visão é que, ao assumir um papel político e não apenas político, STF criou uma nova situação no tradicional equilíbrio entre os poderes. 

Explico: em situações adequadas  de normalidade, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário são poderes distintos, autônomos e harmônicos. Isso quer dizer que a presidência da República, o Congresso e o STF atuam em suas respectivas esferas de competência e respeitam a atuação dos demais. É assim que nós podemos imaginar, com um grau razoável de certeza, qual a opinião de Dilma Rousseff sobre o julgamento. Nunca ouviremos, no entanto, uma palavra da presidente sobre o que se passou no STF. Por que? Porque existe a autonomia entre poderes, e não cabe a quem chefia o Executivo interferir em decisões do Judiciário. Não lhe cabe, sequer, emitir publicamente sua opinião a respeito.

 Agindo conforme a máxima de Oliver Holmes, jurista norte-americano que certa vez disse que "a Constituição é aquilo que o Supremo diz que ela é", repetida tantas vezes durante o julgamento, o STF avançou sobre áreas de outros poderes, porém.

A definição sobre perda de mandato, que a Constituição reserva ao Congresso, foi questionada. A decisão de julgar cidadãos que tinham direito a um duplo grau de jurisdição, como apontou Dalmo Dallari, e que também foi questionada no seu devido momento pelo ex-ministro Marcio Thomaz Bastos, vai na mesma direção. Envolve uma deliberação soberana de representantes eleitos pelo povo, questionada pelos ministros.  Quem se recorda dos debates entre ministros, não deixará de lembrar dos momentos em que eles faziam críticas diretas – pela TV -- ao sistema político, ao Partido dos Trabalhadores, ao governo Lula e assim por diante.

O presidente do STF Carlos Ayres Britto chegou a definir que o mensalão era um instrumento do governo para perpetuar-se por meios ilegítimos no poder de Estado,  "um projeto de poder quadrienalmente quadruplicado. Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto".

 Minha opinião é que essa postura do STF contribuiu para que o Brasil chegasse a uma situação política particular depois do julgamento. Criou um ambiente de conflito entre poderes que ajuda a entender uma situação exótica e intrigante, que se assistiu durante os protestos de junho. Embora a maioria dos brasileiros tenha direito a uma situação positiva no emprego, na distribuição de renda e no consumo, uma massa enorme de cidadãos foi as ruas protestar como se estivesse na Grécia, na Espanha e outros países onde a economia desaba, os empregos desapareceram e o consumo virou privilégio de turista estrangeiro. Vários observadores estrangeiros admitiram sua perplexidade diante do que ocorria no país.

 Defendi, no programa, que esse atrito – ou choque, confronto, ou simples tensão entre poderes -- ajuda a explicar a dimensão desproporcional assumida pelos protestos, numa situação propícia a deslocamentos que já foi vista em outros momentos da história, inclusive sob o regime militar, quando havia conflitos entre o Legislativo e o Executivo.

 A partir do julgamento, muitas vezes o STF assumiu uma postura politica oposicionista aberta, num movimento que criou estímulos pelo alto aos adversários do governo Dilma. Até porque o STF não limitou-se a agir assim na ação penal 470. Interrompeu – e o caso segue parado até hoje – a votação sobre partilha dos royalties do petróleo, que cabe ao Congresso resolver, no pleno exercício de suas atribuições constitucionais. Em várias oportunidades, sem voto popular para avançar  propostas de governo, a oposição procura auxílio no STF para encaminhar seus projetos, reforçando a visão de que o Supremo é um poder acima dos outros.

http://www.blogdacidadania.com.br/2013/12/dalmo-dallari-e-paulo-moreira-leite-falam-sobre-mensalao-ao-programa-contraponto/