Qual a dor maior , da família de Eduardo ou da do Thomas?

Acho que não se deveria comparar nada disso, pois qualquer morte é lamentável, mas uma morte precoce de uma criança e vitima da violência é inaceitável!

Considero assassinatos por arma de fogo e outros como pura covardia, seja da policia que nesse caso é bandida ou do bandido sem farda, agora quando é de um policial é bem mais covarde, a morte desse menino é inaceitável, a do filho do Governador foi uma fatalidade, um acidente, já a do menino foi covardia, violência pura!

Aires Bento  Weslei

Concordo. Em termos de dor, não há que comparar, ambos os casos são de muito sofrimento, e lamentáveis como você disse. Há, no entanto, uma diferença: a morte do menino Jesus não é só lamentável, é também revoltante. A polícia vive matando pobres à bala, e os Governadores que têm o comando delas, que fazem? Entra um sai outro, tudo igual. Há quem diga que é preciso desmilitarizar a polícia. Será mesmo esse o problema? Ora, vejo a mesma truculência nos não fardados. O que é preciso mesmo é humanizar a polícia.

Kiko Cheroso

Morte é morte. Não há comparações. Ambos pais devem estar sofrendo demaais nesse exato momento. Talvez a grande diferença é que o menino Eduardo foi morto pelo Estado. Foi morto pelas políticas implementadas há anos nesse Estado burguês. Foi morto pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Quem deveria o proteger. O menino foi ASSASSINADO! Foi mais um, dos que são assassinados diariamente pela fascista polícia militar brasileira.

Rogerio

Triste mesmo é ver os cariocas postando que nordestino tem mesmo é que morrer porque "99% das favelas são nordestino que não querem trabalhar e vão para o Rio enfeiar a cidade".

Pior que recebem dezenas de apoio ao postar isso.

Luciana Genro: “Nenhum setor da burguesia quer de fato o impeachment ou muito menos um golpe”

O Brasil caminha para a direita?

Há muito espaço para a esquerda crescer e ser a força mais dinâmica, mas ela precisa ser uma esquerda autêntica, que não tenha medo de dizer seu nome.

Esta pergunta angustia muitos ativistas e segmentos progressistas da sociedade, que temem que o resultado da crise política e econômica seja um golpe ou um processo de impeachment contra Dilma, capitaneado pelo PSDB.

Para tentar responder a esta questão é preciso olhar o presente de forma dialética, isto é, tentando organizar as contradições aparentes, buscando a essência dos fenômenos e sabendo que o presente não é apenas o instante, que ele ressoa experiências passadas, e também, é claro, projeta o futuro.

Então voltemos a junho de 2013, pois aquele evento colocou o Brasil na rota mundial da indignação, fenômeno que se expressou na Primavera Árabe e nas lutas sociais ocorridas naEuropa, principalmente na Espanha e na Grécia.

Não é difícil perceber que os resultados podem ser bem distintos. Mas antes de falar das conclusões, olhemos mais de perto o Brasil.

O levante de junho foi uma explosão juvenil e popular que revelou o desgaste profundo das instituições políticas, dos partidos e dos políticos.

Despertou uma simpatia generalizada na sociedade, desde os setores mais populares até a classe média que voltou às ruas no dia 15 de março. Desde junho não cessaram as lutas sociais. Um setor de massas mais consciente, ainda minoritário em relação à população mas capaz de alterar o cenário político, irrompeu na cena pública e se expressou inclusive no processo eleitoral, principalmente na votação do PSOL.

Foi com este setor que Dilma buscou dialogar no segundo turno, polarizando com Aécio Neves, com um discurso que alguns acreditavam expressar a possibilidade de uma guinada à esquerda no governo. Isso obviamente não se materializou.

Ao contrário, como dissemos na campanha, qualquer um que vencer vai aumentar o preço da gasolina, da luz e fazer um forte ajuste nas costas do povo. Assim foi, assim está sendo. O reajuste das tarifas, o descontrole da inflação nos preços de alugueis, utensílios básicos e alimentos elevaram o mal-estar social.

O sentimento de frustração experimentado pelos que acreditaram em Dilma se revelou na grande ausência de massas populares no dia 13 de março.

Convocado pelos velhos aparatos sindicais e pelo MST para ser um contraponto ao 15, acabou por demonstrar a fragilidade do governo, fato também confirmado pelas pesquisas de opinião que apontam uma mínima histórica para os índices de popularidade de Dilma: 64,8% consideram ruim ou péssimo o seu governo e apenas 10,8% consideram bom ou ótimo.

A situação defensiva dos governos, inclusive dos Estados, se evidencia com o crescimento das greves, principalmente do funcionalismo público. A corrupção revelada pela segunda etapa da operação Lava Jato, na qual aparecem nomes importantes do PT, como o seu tesoureiro nacional, agudiza a crise política.

A burguesia sente que é hora de agir. O desgaste não é só do governo, é de todo o regime.

O dia 15 de março foi então manejado pela Rede Globo, principal partido da classe dominante, para evitar qualquer possibilidade de um novo junho.

Tomou as ruas a mesma classe média que aderiu a junho na sua segunda etapa, na ocasião simbolizada no Movimento Cansei e na pauta da PEC 37, junto com grupos minoritário de direita que atuam nas Redes Sociais, insuflados pela Globo, pelo PSDB e pelas burguesias estaduais.

No imediato, esta nova conjuntura aberta pelo dia 15 de março pode inibir ações de massas pela esquerda, devido ao temor de setores da vanguarda de se confundir com a direita e a sua pauta do impeachment. Isso pode afastar do horizonte mais próximo ações mais fortes, como uma greve geral, mas não impedirá que as lutas sociais continuem pelas demandas concretas da classe trabalhadora, como salário e moradia, com destaque para o funcionalismo público e o MTST.

Os atos do dia 26 de março demonstraram também que uma ampla vanguarda juvenil está disposta a seguir nas ruas contra os cortes na educação, a precariedade e o alto custo do transporte público.

Além disso, apesar da natureza reacionária do dia 15, a corrupção enfurece todo o povo e, somada à crise econômica, torna a conjuntura explosiva.

A classe média não tem um projeto próprio. Ela pode ir a reboque da burguesia, e seus segmentos mais abonados em geral seguem um curso mais reacionário.

As franjas mais populares, entretanto, podem ser disputadas para um projeto de esquerda, por isso a denúncia da corrupção e a luta pelo confisco e cadeia para os corruptos, o Fora Renan e Eduardo Cunha não são bandeiras menores.

O novo escândalo envolvendo grandes grupos econômicos e midiáticos, como Gerdau e RBS, fará com que cada vez menos esta seja uma pauta da burguesia e da grande mídia.

Nenhum setor da burguesia quer de fato o impeachment ou muito menos um golpe.

Eles gostariam de ter derrotado o PT nas eleições, pois este partido já não consegue mais cumprir o papel de freio às lutas sociais, sua maior utilidade para garantir a aplicação dos planos econômicos capitalistas.

O filho legítimo da burguesia, Aécio Neves, era o escolhido para gerenciar os interesses do capital esta nova etapa. Mas ele perdeu, e agora a instabilidade política gerada por um processo de impeachment não interessa à burguesia. O que eles precisam é de um governo completamente rendido, que aplique a fundo o ajuste. E isto eles já tem.

Isto não significa que a queda de Dilma esteja descartada. As ruas muitas vezes vão além do que querem os seus dirigentes.

O fato é que a bandeira do impeachment, pelas mãos de Bolsonaro, Agripino Maia ou Aécio não tem potencial para arrastar multidões.

A falta de credibilidade do Congresso e o envolvimento na corrupção do segundo e do terceiro na linha sucessória colocam a necessidade de um eventual impeachment ser acompanhado de novas eleições. Isso a burguesia não quer, pois atrapalharia muito a aplicação do ajuste.

Imaginem agora, depois de tudo o que ocorreu, um novo processo eleitoral no qual os candidatos teriam que se posicionar sobre as medidas impopulares que Dilma vem tomando. Seria um desastre para o regime.

O PSOL não está pelo impeachment, pois não anda a reboque do reacionarismo. Mas também não estamos na defesa do governo. Muito pelo contrário: há momentos em que não dizer algo é manter a sua força em latência.

Então, retomando a pergunta inicial, acredito que não, em dinâmica o Brasil não está caminhando para a direita. Mas os processos que ocorreram ao redor do mundo demonstram que o desfecho das situações de crise e revolta social nem sempre se dão imediatamente de forma positiva.

A Primavera Árabe não conseguiu produzir, pelo menos de forma visível, uma alternativa de esquerda. Já na Grécia e na Espanha estamos assistindo processos muito mais vivos e progressivos.

No Brasil a degeneração do PT e sua utilização indecente do nome da esquerda empurra uma parte do povo para a confusão total sobre os conceitos de esquerda e direita e parcelas da classe media para a direita mesmo.

Mas há protestos sociais, categorias que lutam, cultura viva, movimentos por direitos civis que empurram para a defesa dos interesses populares e para a defesa da igualdade, para usar um termo genérico que é definidor da esquerda autêntica. E felizmente há o PSOL, que foi fundado quando os primeiros sinais da traição petista surgiram, quando ainda a imensa maioria apostava no PT.

Surgiu contra corrente, inspirado em revolucionários da história como Leon Trotsky, que também soube nadar contra a corrente quando muitos diziam que o stalinismo era o socialismo.

Por isso a pergunta não tem uma resposta definida. Dependerá da luta.

As condições da esquerda são favoráveis por que tivemos junho de 2013. Mas o legado de junho precisa ser honrado. Há muito espaço para a esquerda crescer e ser a força mais dinâmica, mas precisa ser uma esquerda autêntica, como diz Vladimir Safatle, uma esquerda que não tenha medo de dizer seu nome, e que, portanto, não tenha nada que ver com este governo que gerencia os interesses dos capitalistas e aplica um ajuste fiscal contra o povo.

Nosso desafio é construir um terceiro campo na política nacional.

O campo dos que não tem relação com as empreiteiras, contas secretas na Suíça e nem se beneficiam de manobras para sonegação fiscal.

O campo dos que querem conquistar uma democracia real, na qual o povo tenha as rédeas do país e a política econômica seja um instrumento para fazer justiça social e não para garantir o lucro dos bancos e o pagamento de juros aos especuladores.

O campo fiel às bandeiras de junho e à luta por mais direitos.

É: Neno Cavalcante

Esperar e conferir
Está praticamente assegurado que a redução da maioridade penal dos 18 para 16 anos será aprovada por esse atual Congresso, cuja maioria acha que só existe solução para a criminalidade com cadeia e até morte, caso dos que defendem também a adoção da pena de morte. É igualmente certo que tanto a primeira medida quanto a segunda, por si próprias, não resolverão o problema, como imaginam os socialmente míopes, entre os quais se incluem os integrantes da suspeitíssima e raivosa bancada da bala, situada à direita do Capiroto.

Mamãe eu quero!
Os meus parabéns aos ilustres conselheiros do Tribunal de Contas do Ceará que recebem R$ 800,00 por mês na rubrica de auxílio alimentação, com direito a embolsar ainda os valores de 2011 a 2013. Quem fiscaliza as contas do TCM?

De acordo total
A maior mentira do 1º de abril é relativa a um acontecimento da própria data no ano de 1964. Ora, quem chama de revolução o golpe militar-civil daquele ano, das duas, uma: não sabe o que é revolução ou, por outra, mente pra caramba.

Foram os outros
Homem toca a campainha e é recebido pela dona da casa. Ele se identifica: "Sou Epaminondas, o afinador de pianos". A mulher fica surpresa e não entende nada. Ela diz ao visitante:
- Meu caro senhor, aqui em casa ninguém chamou um afinador de pianos!
- Mas os vizinhos chamaram. justificou o homem.

Leitorado
Concordo que devemos fazer a nossa parte (É..., 01/04). Se não, ficaremos com os maus exemplos de pais que "educam" os filhos em escolas caras, mas cometem abusos ao buzinar e parar indevidamente, sem respeito aos demais. (Aristênio Mendes, por i ½)

Picles
1 - Cinco dias após a expulsão, Adão verificou que o pecado original já não era tão original assim. 2 - Era tão mentiroso que, em alguns dias, só para enganar a gente, não mentia. (Abdias Lima). 3 - Escreveu não leu é semianalfabeto. (Aldu)

"A esperança é a exigência antológica dos seres humanos"
Paulo Freire
Educador pernambucano e universal

Sobremesa
Dois homens conversam e o primeiro pergunta:
- "Você acha que os jornais virtuais vão substituir os jornais de papel"?
- Isso é um absurdo! - respondeu o segundo. Você não pode matar moscas com um computador.

Conhecido político cearense indagou a Chico Capote, valendo-se de frase do ótimo Mino:
- Quer dizer que você me acha perfeito? O bodegueiro e benfeitor do Alto do Bode Chico rechaçou, também recorrendo ao talento do Mino:
- Acho-o um perfeito canalha, um idiota quase perfeito e um mentiroso mais que perfeito.

Fecho a edição com o escritor viçosense F. Silveira Souza:
"Esse negócio de brilhar à custa do sacrifício alheio não é cristão nem humano".

Gilmar Dantas é denunciado por engavetar processo

- Engavetamento de processos é uma especialidade tucana -

O grupo Brigadas Populares protocolou ação no Senado Federal pelo crime de responsabilidade contra o ministro

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi denunciado por postergar, há mais de 1 ano, a conclusão do julgamento de ação que pede o fim do financiamento empresarial de campanha.

O grupo Brigadas Populares protocolou, na quarta-feira (1º), uma ação no Senado Federal pelo crime de responsabilidade contra o ministro. A entidade fundamenta a denúncia na Lei 1.079/50, que estabelece crime de responsabilidade, cometido por ministros do STF, "ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo".

Segundo a ação, Gilmar Mendes descumpre também seu dever de magistrado, previsto na Lei Orgânica da Magistratura. "Não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar", define o art. 35, II.

A denúncia judicial questiona a interrupção, com um pedido de vistas, do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4650), proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (AOB). O processo pede que seja declarado inconstitucional o financiamento empresarial de campanhas eleitorais.

"A razão está clara para o Brasil inteiro: o Ministro Gilmar prolonga deliberadamente o pedido de vista, motivado por preferências pessoais e segundo uma estratégia ilegal e antidemocrática de obstrução da decisão tomada pela maioria do STF", afirma a organização Brigadas Populares, em nota publicada em seu site oficial.

O texto afirma ainda que a estratégia do ministro é aguardar uma um desfecho para a questão da "atual composição conservadora do Congresso Nacional", que pretende incluir na Constituição o "retrocesso" de permitir as doações de empresas a partidos e campanhas eleitorais.

Fouché, Pmdb e Zelotes: a política como ela é

Fouché, por Fernanda Torres
Radicalismos recíprocos, mágoas políticas, pobres versus ricos, morte à burguesia, arrocho financeiro, convocações, marchas, seca, escândalos, delações, a coisa tá preta.

Em meio à intempérie, dois livros têm me servido de guia: as biografias de Napoleão Bonaparte, a de Alan Schom e a de Andrew Roberts.

Sou artista e burguesa, mas não defendo o impeachment.

Os franceses deceparam a cabeça de Luís 16, enfrentaram uma década de horror e acabaram nas mãos de um general que se auto coroou imperador. Quem nos garante um futuro melhor?

Dilma está longe de ser Luís 16, mas a insatisfação popular, o isolamento, a corrupção, o revertério climático e a ruína de sua base partidária guardam paralelo com as desventuras que levaram o rei à guilhotina.

Napoleão surgiu no vácuo da turbulência que se seguiu à queda da Bastilha. Cabeças rolaram em série, primeiro a do monarca, depois a dos nobres, dos ricos, dos católicos, dos moderados girondinos e, por fim, dos extremados jacobinos. Leia mais>>>



Renan Calheiros e Pmdb querem menos Ministérios...para os outros

Renan Calheiros e o PMDB querem menos ministérios (para os outros), por Josias de Souza

Renan Calheiros tornou-se um personagem paradoxal. Sob refletores, o presidente do Senado defende obstinadamente o enxugamento da Esplanada. Longe dos holofotes, guerreia vigorosamente para manter sob seus domínios o Ministério do Turismo, impedindo que o correligionário Henrique Eduardo Alves seja acomodado na pasta. E o que parecia solução virou mais um problema para Dilma Rousseff nas suas já conturbadas relações com o PMDB. Leia mais>>>


Por que a oposição e a grande mídia não pedi a cpi da Zelotes?
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Estranha o fato de que até o momento nenhum congressista da oposição se movimente para colher assinaturas e pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para aprofundar detalhes dos R$ 19 bilhões sonegados ao Fisco, descobertos pela Operação Zelotes; operação da Polícia Federal expôs figurões do pensamento liberal, como Jorge Gerdau, suspeito de pagar R$ 50 milhões para cancelar uma dívida tributária de R$ 4 bilhões; a RBS, afiliada da Globo e que tem como sócio Armínio Fraga, também foi fisgada numa propina de R$ 15 milhões para abater dívida de R$ 150 milhões; apesar dos números, a avaliação entre os líderes oposicionistas no Congresso é que não há disposição de desnudar grandes bancos, empresas e grandes doadores
Comentário:
Eu estranharia se a tucanalhada tivesse pedido essa cpi. A corja ser investigada? Nem pensar! 247: Leia mais>>>

Fouché, por Fernanda Torres

Radicalismos recíprocos, mágoas políticas, pobres versus ricos, morte à burguesia, arrocho financeiro, convocações, marchas, seca, escândalos, delações, a coisa tá preta.

Em meio à intempérie, dois livros têm me servido de guia: as biografias de Napoleão Bonaparte, a de Alan Schom e a de Andrew Roberts.

Sou artista e burguesa, mas não defendo o impeachment.

Os franceses deceparam a cabeça de Luís 16, enfrentaram uma década de horror e acabaram nas mãos de um general que se auto coroou imperador. Quem nos garante um futuro melhor?

Dilma está longe de ser Luís 16, mas a insatisfação popular, o isolamento, a corrupção, o revertério climático e a ruína de sua base partidária guardam paralelo com as desventuras que levaram o rei à guilhotina.

Napoleão surgiu no vácuo da turbulência que se seguiu à queda da Bastilha. Cabeças rolaram em série, primeiro a do monarca, depois a dos nobres, dos ricos, dos católicos, dos moderados girondinos e, por fim, dos extremados jacobinos.

É curioso notar o quão rápido o "em nome do povo" se transforma no "em nome dos meus". Povo é um termo genérico, palavra retórica, usada de maneira indiscriminada pelos que almejam (ou detêm) o poder.

A campanha eleitoral que levou Dilma à reeleição é, hoje, seu maior inimigo. O feijão voando do prato dos menos favorecidos, a garantia de que não elevaria os juros e nem deixaria o trabalhador pagar pelo desajuste econômico vêm, agora, cobrar o preço da propaganda.

Existe, de fato, um erro de comunicação por parte do governo, mas ele não está no abandono da militância nas redes, como afirma estudo recente, mas, sim, no fato da reeleição ter obrigado o Planalto a adiar ajustes que deveriam ter sido feitos ao longo dos últimos anos.

Hélio de La Peña diz que a elite branca de todas as cores e ricos de todas as classes sociais foram às ruas no dia 15.

A oposição estava lá, não há dúvida, e também uma direita saudosa da ditadura, cujo crescimento preocupa não apenas no Brasil.

Se Dilma não resistir, a quem estaremos entregues?

A Revolução Francesa tem coadjuvantes tão, ou mais, interessantes do que Luís 16, Danton, Robespierre e Napoleão.

Dentre todos os que sobreviveram às mudanças abruptas da virada do século 18, Tayllerand, Sieyès, destaco aquele que entrou para a história como o Judas da Revolução.

Joseph Fouché era um plebeu, filho de marinheiros e comerciantes bem-sucedidos.

Formado em física e matemática no seminário dos Oratorianos, esteve perto de se ordenar padre, mas preferiu o magistério. Teve alunos influentes e desenvolveu estreitos laços com Robespierre --homens que, mais tarde, o ajudariam na sua ascensão política.



Prometendo lutar pela liberdade e pela igualdade, ou morrer defendendo-as, Fouché se tornou um jacobino fervoroso.

Votou a favor da decapitação de Luís 16 e promoveu a execração pública da Igreja que o formou e da nobreza que ajudou a formar.

Transmutou-se num homem do povo, laico, defensor do terror salutar. Em missão no interior do país, ainda relutante quanto às benesses da Revolução, aterrorizou Lyon, ordenando a invasão de 1.600 residências e a execução de 1.905 cidadãos, na sua maioria nobres e cultos.

Quando os jacobinos se transformaram em ameaça para o Diretório, o camaleão assumiu o cargo de ministro da Polícia, censurou jornais, prendeu jornalistas e perseguiu os radicais que, um dia, foram seus aliados.

Em seguida, tramaria com o general Bonaparte, recém-chegado do Egito, o bem-sucedido golpe de estado do "18 Brumário", que daria cabo do Diretório, colocando um ponto final na Revolução Francesa.

Napoleão se tornaria primeiro cônsul e, numa eleição forjada, imperador. O temido Fouché preservaria o cargo de ministro da Polícia, com poder suficiente para investigar todo e qualquer cidadão, a família Bonaparte incluída.

Numa discussão acalorada, Napoleão pergunta ao ministro que atitude tomaria, caso o império caísse em desgraça.

Calmo, Fouché responde que faria tudo para apagar seu histórico bonapartista, procurando servir àquele que alcançasse o poder.

"É assim que se faz política!", conclui Napoleão, com um sorriso admirado.

Pedir a cabeça Dilma é fácil, difícil é se livrar dos Fouchés.



Por que a oposição e a grande mídia não pedi a cpi da Zelotes


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Estranha o fato de que até o momento nenhum congressista da oposição se movimente para colher assinaturas e pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para aprofundar detalhes dos R$ 19 bilhões sonegados ao Fisco, descobertos pela Operação Zelotes; operação da Polícia Federal expôs figurões do pensamento liberal, como Jorge Gerdau, suspeito de pagar R$ 50 milhões para cancelar uma dívida tributária de R$ 4 bilhões; a RBS, afiliada da Globo e que tem como sócio Armínio Fraga, também foi fisgada numa propina de R$ 15 milhões para abater dívida de R$ 150 milhões; apesar dos números, a avaliação entre os líderes oposicionistas no Congresso é que não há disposição de desnudar grandes bancos, empresas e grandes doadores
Comentário:
Eu estranharia se a tucanalhada tivesse pedido essa cpi. A corja ser investigada? Nem pensar!

247: Até o momento, nenhum partido da oposição apresentou algum pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para aprofundar o que já se sabe da Operação Zelotes, da Polícia Federal, que investiga comercialização de decisões do Conselho Administrativo de Recurso Tributários (Carf) da Receita Federal. 

O prejuízo ao Fisco brasileiro com a sonegação de impostos é de R$ 19 bilhões, muito maior do que o descoberto na operação Lava Jato, que mantém presidentes de algumas das maiores empreiteiras do país presos há meses. Os partidos de oposição, que poderiam aumentar sua 'intifada' contra o governo e amplificando investigações contra os cofres públicos, até o momento não se manifestaram.
Nesta sexta-feira, 3, uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo revelou que o grupo Gerdau, do empresário Jorge Gerdau, é suspeito de pagar a maior propina da Operação Zelotes: R$ 50 milhões para cancelar uma dívida tributária de R$ 4 bilhões. Um "bom negócio", com o pagamento de um real para cada 80 devidos (saiba mais aqui).
Além de Gerdau, outros nomes ligados à oposição foram desnudados pela Operação Zelotes. A RBS, afiliada da Globo na Região Sul, comandada por Eduardo Sirotsky, é acusada de ter pago uma propina de R$ 15 milhões para abater uma dívida de R$ 150 milhões. A RBS é sócia de ninguém menos que o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso e ex-futuro ministro da Fazenda de Aécio Neves, presidente do PSDB.
Avaliação entre os líderes oposicionistas no Congresso é que não há disposição de desnudar grandes bancos, empresas e grandes doadores.