Delação premiada e dedurismo, faces da mesma merda


Na ditadura Temer, a volta do dedurismo

Os mais jovens não sabem disso mas os que pegaram a ditadura sabem o que significa a sigla DSI: Divisão de Segurança e Informação, uma unidade de dedurismo que havia em cada ministério para entregar ao SNI nomes de funcionários suspeitos de serem subversivos ou criticarem o regime. Era o maccarthismo institucionalizado.

Agora, na ditadura civil de Temer, as DSIs estão de volta, embora informalmente. Em todos os ministérios funciona uma máquina de delação de colegas suspeitos de ligações com o PT e de serem contra o governo interino. Se o denunciado tem cargo comissionado, é sumariamente dispensado.

As delações funcionaram na EBC, no Minc e no Ministério da Saúde para ajudar os superiores na montagem das listas de demitidos. O próprio embaixador Fernando Igreja foi destituído da chefia do Cerimonial do Itamaraty esta semana, nas vésperas das Olimpíadas, por ter feito postagens em tom crítico ao processo de impeachment. E ainda que não tivesse feito, era conhecida sua identificação com a política externa anterior.

Triste o país que nada aprende com a História. A ditadura passou e o SNI ficou para a História como uma de suas faces mais perversas. Temer passará carregando na biografia a marca do golpe, do desmonte de políticas sociais e do retorno das práticas autoritárias como o expurgo e perseguição dos que exercitam o sagrado direito de divergir.

por Tereza Cruvinel

Wenden, lava jato não tem nada a vê com combate a corrupção

por Weden

A turma de Curitiba e a PGR veem alimentada a própria vaidade, quando comparam a Lava Jato com a operação Mãos Limpas, ocorrida na Itália, nos anos 90. Essa comparação deve ficar para os entusiastas; possivelmente, parte da população menos informada, setores da mídia e facções políticas beneficiadas com a atuação do juiz Sérgio Moro, MPF e Polícia Federal.

Em nenhum momento, a operação Mãos Limpas teve tendências partidárias. Muito pelo contrário. Ela devastou o quadro político italiano justamente porque não escolheu agremiação.

A LJ deve ser vista como realmente é: uma operação política que teve como álibi o combate à corrupção. È incrível como até os críticos da atuação da República de Curitiba acabam incorrendo na mesma comparação ingênua.

O modelo mais apropriado para se compreender a LJ é a Comissão Geral de Investigações, criada logo após o golpe de 1964 e, depois de breve pausa, recriada em 1968.

A CGI, que teve como primeiro chefe o general Oscar Luis da Silva, nasceu com o suposto objetivo de combate à corrupção. Tal qual a LJ. Mas da mesma forma visava em última instância banir opositores ao regime. A diferença está no fato de que a LJ visa destruir não opositores, mas o próprio governo e um partido, ou principalmente seu maior nome.

A sabotagem sobre os contratos da Petrobras, com prejuízos imensos ao país, a invasão de privacidade da família do ex-presidente, as gravações ilegais no gabinete de Dilma, os vazamentos seletivos, a preferência por personagens do PT, como marqueteiros, tesoureiro de campanha etc. Tudo isso mostra que a LJ é uma operação especialmente política, até pelos expurgos que fez, poupando outros partidos e personagens.

Em 2014, O Globo trouxe uma reportagem em que relata como essa bandeira anti-corrupção acabou resultando em contas devassadas e sigilos quebrados ilegalmente daqueles vistos como políticos pouco confiáveis ao regime, como Juscelino Kubitschek, dada sua força eleitoral. Mas não deixou de preservar a reputação de nomes amigos da ditadura. 

A perseguição a JK , sem que nada provasse, manteve o político mineiro sobre pressão a partir de numerosos inquéritos. Era uma forma de evitar que ele tivesse "maiores ambições políticas", como chegaram a declarar membros da CGI. Tal qual faz agora o juiz Sérgio Moro, com Lula.

O ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola foi outro que teve sua vida revirada em busca de qualquer deslize que pudesse servir de álibi para uma condenação. Tanto quanto hoje com Lula.

Aliás, justamente, por não perceber que a LJ não era uma operação como a Mãos Limpas, mas sim como a CGI, é que nem Dilma nem Lula tomaram maiores cuidados. 

A operação Mãos Limpas não cometeu arbitrariedades, não quebrou sigilos ilegalmente, não escolheu partidos. Quem fez isso, de alguma forma, mesmo no quadro político-partidário mais restrito da ditadura, foi a CGI. Esse é o modelo da LJ. Esta talvez um simulacro piorado, porque mais arbitrário, em plena democracia.

Aulas de corrupção

O TSE está fazendo propaganda nas TVs como nunca dantes feita.

Quem é o tucano atualmente presidente desse Tribunal?

***

A mais de três anos a revista(?) Veja não tinha tanta propaganda.

Quem é o Traíra que está bancando?

Primeiro: não vou dizer que Gilmar Mendes está presidindo o TSE.

Segundo: não vou dizer que Michel  Temer está presidindo o Brasil.

Antes de tudo digo:

Volta Dilma.

Volta Democracia.

Exigimos: Volta Dilma

A Frente Povo Sem Medo iniciou hoje (31) à tarde uma manifestação em defesa da presidenta afastada Dilma Rousseff, na capital paulista. Os manifestantes começaram a se reunir às 14h no Largo da Batata, zona oeste da cidade. Por volta das 16h15, eles saíram em caminhada, na direção da Praça Panamericana, local próximo à casa do presidente interino Michel Temer, no bairro Alto de Pinheiros.

O tema do ato é "Fora Temer! O povo deve decidir! Defender nossos direitos, radicalizar a democracia!". Segundo a Frente Povo Sem Medo, que considera o impeachment de Dilma um golpe, "não precisou nem dois meses para que as máscaras caíssem e as razões do golpe fossem expostas em praça pública", citando a queda de três ministros de Temer em um mês.

Representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que integra a Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos explicou que o ato tem três frentes: a destituição do presidente interino, a defesa dos direitos sociais e o direito de o povo decidir os rumos do país.

Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil

Moro, prende o Lula, por favor


O ansioso blogueiro abatia uma pizza na privilegiada companhia dos professores Gilberto Bercovici e José Francisco Siqueira Neto, quetentaram salvar as empresas que o Moro vai enterrar na mesma cova em que depositará osossos dos bancos.

Falávamos da sinuca de bico em que o Lulameteu o Senado, o Moro e o Supremo, com orecurso à ONU para não ser "justiçado" no Brasil, como diz o professor Luiz Moreira.

Tacada de mestre!
Internacionalizar o Golpe.
Traduzir o Golpe para o Inglês.

E só Lula podia fazer isso: botar o bum-bum do Golpe (e do Moro) na vitrine do mundo.

Mostrar que o rei está nu.

A pizza adquiria, então, sabores adicionais.

Até que se discutiu se, diante da janela da ONU, o Moro – ou algum juiz alucinado – teria a coragem de prender o Lula.

E se admitiu a hipótese de isso ser uma boa ideia!

Apenas uma hipótese!

O Moro prender o Lula é uma ótima ideia, pensando bem.

O Dr. Moro, quando estudou nos Estados Unidos, deve ter aprendido sobre o Partido Revolucionário Institucional – um oxímoro em si mesmo -, o PRI, que governou o México de 1929 a 1982, e construiu a incorporação definitiva do México aos Estados Unidos.

O PRI voltou ao poder em 2012, com Peña Nieto, e a primeira coisa que ele fez foi entregar a PEMEX às empresas petroliferas americanas, como fez o Pedro Parente, aqui: vendeu por 8 o que valia 22, como demonstrou o Fernando Brito.

É tudo a mesma sopa, diria o Mino.

Mas, o Dr. Moro deve ter aprendido também, lá nos Estados Unidos, como é que funcionavam as eleiçoes no México.

Com o "dedazo".

O presidente escolhia o sucessor: é este!

Apontava o dedo e não perdia uma eleição (na verdade, ganhava com 70% dos "votos".)

Era a "ditadura perfeita", a que se referiu o Vargas Llosa.

A expressão "dedazo" adquiriu carater pejorativo, é claro, mas, num contexto diverso, descreve o que acontece no Brasil.

O "dedazo" do Lula escolheu a Dilma, porque as possibilidades originais, Palocci e Dirceu, foram detonadas pelo Golpe PiG-Judiciário e, de certa forma, os dois se destruíram mutuamente.

O "dedazo" fez a Dilma.

E fará de novo, com muito mais precisão e garantia.

De dentro da cadeia, Lula vai dizer "é este"!

A mobilização popular será gigantesca – diante do "justiciamento" do Lula -  e o Lula elegerá quem escolher.

A dedo!

Por isso que os Golpistas preparam o Golpe doGilmar (PSDB-MT).

Dar o poder ao Padim Pade Cerra, indiretamente.

E eles acham que o povo não vai perceber …

(E o povo vai tomar chopp de graça!) 

PHA

Carta aberta a Cristovam Buarque

Senador a quem pensa que engana, falando em "nova esquerda" e votando com a caduca, imunda, imoral e corrupta direita?

Talvez engane o Papa ou Donald Trump que são mais tolinhos que você, não é verdade?

A povo brasileiro tu não engana.

***

Biografia no lixo

Esta é mais uma da série das Cartas Abertas aos Golpistas. O destinatário agora é Cristovam Buarque. No futuro, as cartas poderão ser reunidas num livro que recapitule o golpe de 2016.

Caro Cristovam:

Li outro dia o senhor falando numa “nova esquerda”. Senador: o senhor não tem vergonha de falar em “nova esquerda” quando se aliou ao que existe de mais putrefato na velha direita brasileira num golpe que destruiu 54 milhões de votos e, com eles, a democracia?

Como o senhor dorme, senador? A consciência não lhe pesa? Que mentiras o senhor conta a si mesmo para conviver com tamanha ignomínia?

Já tivemos tempo para verificar qual foi o real propósito do golpe. Os ricos são favorecidos e os pobres castigados. É assim que funciona, desde sempre, a plutocracia brasileira.

Por isso somos uma das sociedades mais desiguais e mais abjetas do mundo.

E o senhor está ao lado dessa calamidade. Contribuiu, com seu voto, para mais uma vitória da plutocracia que, no passado, matou GV e derrubou Jango.

Vou citar o nome de alguns de seus companheiros de jornada.

Eduardo Cunha. Bolsonaro. Malafaia. Todos aqueles deputados federais que viraram piada no mundo na sessão do impeachment. Janaína Paschoal.

Os irmãos Marinhos da Globo. A família Frias da Globo. Os Civitas da Abril.

Michel Temer. Renan Calheiros. Collor. Gilmar Mendes.

Todos os analfabetos políticos que, manipulados pela mídia plutocrata, vestiram a camisa da CBF e foram às ruas bradar pelo golpe. Os idiotas que bateram panelas, igualmente induzidos pela imprensa.

Os comentaristas e editores recrutados pelas empresas de mídia em seu jornalismo de guerra. Todos eles.

É uma amostra da escória aos quais o senhor se juntou, senador.

Como homem da Educação, o senhor bem sabe o valor dos livros. Qual o papel que os livros lhe reservarão no futuro?

É uma pergunta fácil de responder. O de um fâmulo da plutocracia. O de um golpista.

O senhor atirou sua biografia no lixo. Seus descentes serão obrigados a conviver com a infâmia de um antepassado que optou pelos privilegiados em detrimento dos miseráveis com argumentos cínicos.

E o senhor ainda ousa falar em “nova esquerda”. A quem o senhor engana, senador? Nem ao senhor, presumo. O senhor não é tão mentecapto para acreditar em tamanho disparate.

Sinceramente.

Paulo

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

A confissão


A confissão não é dizer aquilo que os outros não sabem.

A confissão não é reclamar, e se lamentar dos erros.


A confissão não é culpar o próximo e apontar o dedo.


A confissão é se confessar!