Mas, vai explicar isso para Moros e sacripantas, por Armando Rodrigues Coelho Neto

Estamos em tempos de Farsa Jato, uma história que somente pesquisadores sérios poderão explicar no futuro, quiçá com auxílio de arqueólogos e escafandristas. Tempos nos quais não é possível distinguir um marqueteiro mal formado, um aprendiz de Power Point de um representante do Ministério Público Federal. Impossível distinguir um juiz no exercício da função de um cabo eleitoral caçando votos num rincão de analfabetos. Aliás, qual o sentido hoje das escolas de Direito e Jornalismo?

Escrevo em estado de convicção sem provas e o faço a propósito de um telefonema que recebi de um repórter de um... digamos, "grande jornal". Aliás, um bom profissional que conhece meu perfil humano e de servidor público. Ele queria saber a razão pela qual "o senhor está contra a Lava Jato". Aqui peço desculpas ao leitor, pois prefiro a expressão "Farsa Jato". E perguntou: "como fica o senhor perante seus colegas?".

Sem ser textual, disseminação reporte que, respeitadas as exceções, enquanto a Polícia Federal e seus capitães do mato não explicarem se são incompetentes ou coniventes para investigar a verdadeira quadrilha que manda neste país, jamais me contentarei com as grandiloquências, pirotecnias, escandalizações policiais tão criticadas pelo juiz Gilmar Mendes, hoje silente sobre elas. A propósito, lembro que houve até decisões e ou enunciados da cúpula do Judiciário, proibindo e ou sugerindo que os juízes não adotassem os nomes espetaculosos das operações da Polícia Federal em suas falas, sentenças, etc. Aliás, consta em lei também, que juiz não deve se manifestar sobre feitos nos quais oficiam.

Não estou contra a operação em si, disse ao repórter. Tenho ou tinha colegas honrados que nela trabalham. Eu estou contra vocês e a dita "grande mídia"; estou contra as violências jurídicas; contra a seletividade; depoimentos sob coação (prisões); pau-de-arara eletrônico. Sim, os delegados foram escolhidos pelos dentes (elite), mas entre zelos e derrapagens, estão cumprindo ordens. Quem sou eu para lembrá-los que entre o Direito e a Justiça fiquem com a Justiça. Eles não podem desobedecer à ordem legal, mas não estão impedidos de pensar, refletir, contextualizar nem de preservar a dignidade. Afinal, são concursados de nível e não xerifes nomeados ou jagunços.

Na conversa, lembrei ao repórter que numa pós-campanha eleitoral, um candidato a deputado me contou que um grande banco havia doado R$ 50 mil para sua campanha, mas queria recibo de R$ 500 mil. Terei que dar R$ 450 mil de notas frias? Outro denunciou que pessoas ligadas à empresa de segurança privada estariam fazendo o mesmo. Sem contar aquele que dentro ou próximo do Edifício Joelma (Centro – São Paulo) recebeu dinheiro e foi impedido de declarar. Quantos nessa situação?

Dei orientação legal, mas desconheço o desfecho. Eis o modelo corrupto, esclerosado e cancerígeno que a sociedade se recusa a debater - reeditado nas eleições atuais. O ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva e a legítima presidenta do Brasil Dilma Rousseff (Fora Temer!) não foram eleitos com dinheiro da venda de estrelinhas do Partido dos Trabalhadores. O dinheiro das campanhas, obviamente, e não só as desses dois políticos ou partido, têm como origem o setor privado. Não existe capitalismo samaritano e empresário não faz doação: investe. Sem contar que o Vaticano não financia campanhas políticas. Eis a reflexão primária, intocável, inexorável e inadiável.

Nesse contexto, quem pensa que sou comunista, que tenho que ir para Cuba (por tentar debater o modelo sujo) sugiro que vá para o Haiti, que é capitalista. Não existe combate à corrupção; não existem juiz, delegado, procurador, repórter. Vislumbro cabos eleitorais golpistas, absolutamente descomprometidos com a democracia. Estão perdendo a oportunidade de passar o Brasil a limpo, em que pese todo instrumental jurídico-legal que a legítima Presidenta Dilma Rousseff (Fora Temer!) lhes colocou à disposição. Ou se reflete sobre isso ou tudo não passará de uma farsa policialesca, ministerialiesca e judicialesca sem precedentes.

Tudo muito primário e de clareza cristalina. Mas, vai tentar explicar isso para Sérgio Moro, sacripantas e sevandijas...

Michê prende e arrebenta, quando vai prender Cunha?

O Ministro (sic) Moraes foi fazer boca de urna em Ribeirão Preto e prendeu o Palocci num comício.

O ex-ministro Aragão, que desmontou oscastelos teóricos, do Dallagnol, um idiota, classificou o ato de Moraes de irresponsável ou incompetente.

A verdade é que Moraes demonstra inequivocamente que a Polícia Federal voltou a ter chefe.

Não tinha chefe quando o Ministro da Justiça era o  e, ex-advogado de Daniel Dantas, dela era refém.

Tanto que o Daiello, chefe da PF do zé, é o chefe da PF do Moraes.

Precisa desenhar, amigo navegante?

Tanto tem a PF um chefe que nela manda e desmanda que, outro dia, ele foi a Curitiba, saiu numa photo opportunity (êpa! Opportunity!) com a Lava Jato e o Conversa Afiada perguntou singelamente: será que ele foi dizer que a mulher do Cunha não deve ser presa?

Uma dúvida procedente!

O Dr. Moro não achava o endereço da mulher do Cunha.

E até hoje a moça desfila no Rio, entre restaurantes e shopping centers, a comprar bolsas e sapatos.

A detonar a grana da corrupa!

Porque, afinal, seguiria esse irresponsável raciocínio, não se pode atiçar o ódio do Cunha…

Quem sabe ele ele cospe os feijões do Traíra?

Como diz o Ciro Gomes, os dois, Cunha e Traíra, eram sócios na instalação de jabutis em Medidas Provisórias…

Finalmente, temos uma PF com chefe!

Viva a República!

Porque polícia sem chefe era a do Delegado Fleury - e a do zé!

Depois reclama de ter levado um Golpe pelas costas!

Em tempo: Moraes foi advogado do Cunha até ser nomeado Secretário de Segurança Pública do "Governo" Alckmin.

Que coincidência!

PHA


Moraes, ex-advogado de Cunha, ao lado dos lavajateiros (Moro usa capa preta).

Pô Fernando Haddad, assim fica quase impossível votar em você

Da coluna de Gregório Duvivier na Folha:

De tudo o que escrevi por aqui, o que mais gerou revolta foi falar bem de São Paulo. Cariocas ficaram revoltados com um carioca elogiando outra cidade que não o Rio. Paulistanos ficaram revoltados com um carioca elogiando a cidade deles. "Falar bem de São Paulo é fácil!", gritavam. "Quero ver morar aqui!"

Na Redação da Folha me explicaram que quebrei um acordo tácito: aqui não se fala bem de São Paulo. Acho que foi o Juca Kfouri que me ensinou: "O que a imprensa carioca e a paulista têm em comum é que a imprensa carioca odeia São Paulo e a imprensa paulista odeia São Paulo".

Só mesmo essa falta de autoestima explica a maneira como tratam o Haddad. A decepção do paulistano com o prefeito me lembra da tristeza de uma amiga que reclamava do namorado fofo demais. Suspirava: "Se ao menos descobrisse que ele me trai…". Todo dia entrava no Facebook dele e nada. Nem uma cutucada.

Tenho certeza de que todo dia o paulistano abre o jornal ansiando por um escândalo de corrupção envolvendo o prefeito. Algo que fizesse jus à expectativa. Bastava um desviozinho pra paixão voltar com tudo! Mas nada. Enquanto isso, Doria e Russomanno só fazem subir nas pesquisas –na mesma proporção em que pipocam escândalos envolvendo os mesmos.

Tenho a impressão de que os paulistanos votaram em Haddad da primeira vez por causa do sobrenome. Pensaram: "Kassab, Maluf, Temer, Alckmin… Deve ser da turma deles". (Ainda vão explicar a onipresença libanesa na política brasileira).

Ledo engano. Haddad fez corredor de ônibus, levou cinema pra periferia, priorizou a bicicleta, reduziu acidentes, empregou travestis, cuidou dos crackudos, fechou a Paulista pra pedestre, fechou o Minhocão mais cedo aos sábados pras famílias, e nem uma pontezinha superfaturada. Nada. Nem um peculatozinho.

Poxa, Haddad, aí fica difícil te defender.

A Operação Lava Jato entrará para a história como uma praga

(...) como flagelo que afundou um país que ia bem na economia, na democracia e no equacionamento de seus problemas sociais e que mergulhou no caos político, econômico e institucional por moto próprio.

Ainda não é possível enxergar quanto de ruim será dito contra essa iniciativa ditatorial, farsesca, vigarista mesmo, que, para atingir objetivos eminentemente políticos, destruiu a economia, soterrou a democracia e desmoralizou as instituições.

Mas será. Todos enxergarão isso no espaço de alguns poucos anos, após a poeira amainar.

Essa quadrilha formada por agentes públicos, que infringe a lei e o Estado de Direito com fins escancaradamente políticos, antes mesmo de o tempo se assenhorar da razão já está sendo questionada por seus excessos menores.

E as vozes dos questionadores estão longe de ser oriundas da esquerda, alvo prioritário da guerra política em curso no país. Antiesquerdistas hidrófobos como um Reinaldo Azevedo (colunista da Folha de São Paulo e da revista Veja) estremecem com os erros cômicos da Lava Jato.

Na sexta-feira retrasada, Azevedo – mau caráter, mas inteligente – quase teve uma síncope ao ver a pataquada da denúncia do MP contra Lula. Seu artigo na Folha deixava pingar ódio contra a burrice do procurador midiático Deltan Dallagnol.

Azevedo não estava preocupado com o Estado de Direito, mas com o fato de que uma denúncia tão fraca, que só tinha tabelas em power point em lugar de evidências e provas, desmoraliza a campanha para impedir Lula de disputar a Presidência em 2018.

Tucano manda, PF abana o rabo e obedece. Corja!


O ex-ministro Antonio Palocci foi preso durante a 35ª da Operação Lava Jato.

Ontem, em Ribeirão Preto (SP), cidade natal de Palocci, o ministro da Justiça Alexandre de Moraes fez campanha por Duarte Nogueira, do PSDB, e antecipou que haveria "mais Lava Jato" nesta semana.

"Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", disse o tucano ministro.

O governo começa a usar a Polícia Federal com fins eleitoreiros.

PF perde autonomia sob governo Golpista

Descarada ameaça do ministro da Justiça revela seletividade criminosa da lava jato. Golpistas usam PF para #BocaDeUrna contra o PT", tuitou o deputado Paulo Pimenta; "Ministro da Justiça sabe agora com antecedência as operações da PF na Lava Jato? Pode isso? Cadê a autonomia da PF? Só funcionou com Dilma e Lula", completou a senadora Gleisi Hoffmann.

Durante um evento de campanha do PSDB em Ribeirão Preto, ministro Alexandre Moraes disse que Lava Jato vai voltar às ruas na véspera das eleições municipais de 2 de outubro; "Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", discursou.

É pior que o 7x1

Não é possível, e em escala muito mais grave, esconder o sentimento de vergonha ao ver um tribunal referendar, por 13 votos a um, a ação ilegal de um magistrado, como foi a de Sergio Moro ao divulgar as escutas ilegais que recebeu da Polícia Federal, onde não apenas extrapolou aquilo que tinha autorizado , mas coonestou a escuta ilegal do telefone da então Presidenta da república, Dilma Rousseff.

No entanto, foi o que fizeram os desembargadores federais do TRF-4, dando licença para que, a critério de Moro, este possa decidir agir ilegalmente quando achar que isso é para "o bem" da Lava Jato. Ou, melhor dizendo, para o bem dos seus inescondíveis desejos políticos.

Ao menos, embora de pouco consolo sirva, houve o "gol de honra" – honra, mesmo – de um único desembargador, que não se vergou à ditadura linchatória que parece ter se instalado no Judiciário. O desembargador federal Rogério Favreto,  único membro da Corte Especial daquele tribunal  a votar pela abertura de processo disciplinar contra o juiz Sergio Moro, merece, por isso, ter trechos do seu voto solitário transcritos, com grifos meus.

Para que, pelo menos, a gente possa achar que ainda há juízes no Brasil.

O magistrado [Sergio Moro], como se vê, defende posição contrária à proibição em abstrato da divulgação de dados colhidos em investigações. Todavia, essa tese, conquanto possa ser sustentada em sede doutrinária, não encontra respaldo no ordenamento jurídico pátrio no tocante a conversas telefônicas interceptadas, cuja publicização é vedada expressamente pelos arts. 8º e 9º da Lei 9.296/1996

O debate doutrinário é saudável. Todavia, não pode, porém, converter em decisão judicial, com todos os drásticos efeitos que dela decorrem, uma tese que não encontra fundamento na legislação nacional.

Ao assim agir deliberadamente, pode o magistrado ter transgredido o art. 35, I, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional.

Outrossim, a tentativa de justificar os atos processuais com base na relevância excepcional do tema investigado na comentada operação, para submeter a atuação da Administração Pública e de seus agentes ao escrutínio público,também se afasta do objeto e objetivos da investigação criminal, mormente porque decisão judicial deve obediência aos preceitos legais, e não ao propósito de satisfazer a opinião pública.

Um segundo fator externo ao processo e estranho ao procedimento hermenêutico que pode ter motivado a decisão tem índole política. Mesmo sem juízo definitivo, posto que se está diante de elementos iniciais para abertura de procedimento disciplinar, entendo que seria precipitado descartar de plano a possibilidade de que o magistrado tenha agido instigado pelo contexto socio­político da época em que proferida a decisão de levantamento do sigilo de conversas telefônicas interceptadas.

São conhecidas as participações do magistrado em eventos públicos liderados pelo Sr. João Dória Junior, atual candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB e opositor notável ao governo da ex-­Presidente Dilma Rousseff.

Vale rememorar, ainda, que a decisão foi prolatada no dia 16 de março, três dias após grandes mobilizações populares e no mesmo dia em que o ex­-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi nomeado para o cargo de Ministro da Casa Civil.

Além disso, a decisão, no quadro em que proferida, teve o condão de convulsionar a sociedade brasileira e suas disputas políticas. Aliás, no dia dos protestos contra o Governo da Ex-­Presidente Dilma (13/03/2016), o próprio magistrado enviou carta pessoal à Rede Globo e postou nota no seu blog, manifestando ter ficado "tocado" pelas manifestações da população e destacando ser "importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas".

Ora, esse comportamento denota parcialidade, na medida em que se posiciona politicamente em manifestações contrários ao Governo Federal e, ao mesmo tempo, capta e divulga ilegalmente conversas telefônicas de autoridades estranhas à sua competência jurisdicional.O Poder Judiciário, ao qual é própria a função de pacificar as relações sociais, converteu-­se em catalizador de conflitos.

Não é atributo do Poder Judiciário avaliar o relevo social e político de conversas captadas em interceptação e submetê-­las ao escrutínio popular. Ao fazê-­lo, o Judiciário abdica da imparcialidade, despe-­se da toga e veste-­se de militante político.

Com efeito, o resultado da divulgação dos diálogos ­ possibilitada sobretudo pela retirada do segredo de Justiça dos autos, ­ foi a submissão dos interlocutores a um escrutínio político e a uma indevida exposição da intimidade e privacidade. Mais ainda, quando em curso processo de impedimento da Presidenta da República,gerando efeitos políticos junto ao Legislativo que apreciava o seu afastamento.

Penso que não é esse o papel do Poder Judiciário, que deve, ao contrário, resguardar a intimidade e a dignidade das pessoas, velando pela imprescindível serenidade.