Máfia de toga nem disfarça mais: tudo, menos o PT


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"Já nem fazem questão de disfarçar. A seis dias da eleição, Moro ofereceu à mídia a bala de prata da 'delação premiada' de Antonio Palocci feita à Polícia Federal há seis meses, e Toffoli sacramentou a decisão de Luís Fux para proibir Lula de dar entrevistas até o final do segundo turno. Por que será?", questiona o jornalista Ricardo Kotscho

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Estranho país, este em disritmia


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"Eu voto no Coiso", por Rui Daher
Estranho país, este. Com quem eu falo, leio ou me escreve, é geral a concordância sobre o oportunismo e achaque eleitoral contra o PT, feito pelo juiz de piso Sérgio Moro, ao divulgar poucos dias antes das eleições a delação que premia Antonio Palocci e nada prova.
Por que estranho? Porque segundos após reconhecerem a torpeza do fato, caem na risada e anunciam voto no Coiso. Entendem as raízes da corrupção?
Mais: da mesma forma, aceitam o país e suas próprias vidas melhores durante os dois governos Lula e o primeiro mandato de Dilma. Vão além, muitos opinam que Lula deveria ter se candidatado contra Aécio, impedindo Dilma errar tanto no segundo mandato.
Aqui, não me refiro aos riquinhos-SUV-camisa-polo-imenso escudo no peito ou, se mulheres, as desesperadas “bandido bom é bandido morto”, que pedem segurança para suas Tiffany Jewels. Deles sei cagarem para a distribuição de renda, a preservarem o atraso brasileiro causado por perverso Acordo Secular de Elites.
Falo de gente trabalhadora, pobre ou de classe média. De funcionários em loja brega que, forçados por um empresário careca, imbecil e falido, fantasiam-se de Coiso para não perderem o emprego. Quem irá denunciar o crápula na Justiça do Trabalho? Trata-se de escravidão e dano moral. Resta-nos boicotá-lo a quebrar de vez.
Até quando continuaremos rindo de nossa própria desgraça? Viajo, ando, converso, só uso transporte coletivo, e cada vez mais ouço declarações de voto no mais abominável candidato a presidente que já surgiu no País. Credite-se isso ao afinco com que Judiciário e folhas e telas cotidianas trabalharam para colar o rótulo da corrupção apenas no PT e Lula, quando não em seus filhos. Sem provas, detalhe de menor importância.
Agora vêm com o papo de extremos. Cuma? Estamos falando de um partido, que se pecou foi por se entregar a um insano presidencialismo de coalizão, abandonando os movimentos sociais que depois se mostraram sua mais combativa face.
Projeto de poder totalitário? Que merda é essa? Nem precisam ir a Adorno, fiquem em Hannah Arendt. É a leitura faltante, estúpidos.
Continuem assim e verão o que é viver num país continuamente sendo explorados pelos mais ricos. Desculpem, mas pra burrice não há remédio.
Estranho país, este em disritmia.
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Ricardo Kotscho: Esquema Globo-Ibope-Moro-Palocci fecha o cerco ao PT. Começou a guerra


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Para mim e os leitores que me acompanham no modesto Balaio, alguns há mais de 10 anos, nada do que aconteceu nesta noite de segunda-feira foi surpresa.
Escrevi logo cedo sobre o cenário político na fase decisiva do primeiro turno, baseado em conversas no final de semana:
“Nas atuais condições de tempo e temperatura, tudo ainda pode acontecer, se Fernando Haddad continuar subindo nas pesquisas e a sua vitória se tornar inevitável pelas atuais regras do jogo.
Afinal, não foi para devolver o poder ao PT que eles fizeram a Operação Lava Jato, deram o golpe e prenderam o Lula”. À tarde, escrevi outra coluna com este título:
“Haddad, mire-se no exemplo de Lula em 1989: a última semana é guerra”.
As duas entidades e os dois personagens citados no título acima não estão reunidos ali por acaso.
Diante do fracasso das candidaturas reformistas de “centro”, o Grupo Globo resolveu apoiar, na falta de outra opção mais confiável, o capitão reformado Jair Bolsonaro, único candidato com chances de derrotar o PT, o inimigo a ser abatido.
Com Haddad crescendo sem parar e Bolsonaro estacionado ou começando a cair, era preciso agir rápido.
No sábado, a cobertura torta e manipulada das magníficas manifestações da mulherada do #EleNão pelo Brasil inteiro, as maiores desde as Diretas Já, dando a elas o mesmo destaque das carreatas pró-Bolsonaro, foi a primeira indicação de que o jogo agora era para valer.
Variadas matérias sobre Bolsonaro, incluindo uma entrevista exclusiva no avião que o levou ao Rio, e o depoimento da ex-mulher negando todas as acusações que havia feito contra ele, publicadas pela revista Veja, ocuparam a maior parte do tempo do Jornal Nacional.
Na segunda-feira, estava prevista a divulgação de uma nova pesquisa do Ibope.
Fontes bem informadas já me asseguravam que Bolsonaro iria subir na pesquisa e poderia até ganhar no primeiro turno.
Achei que era chute, bazófia de torcedor do capitão, mas me enganei.
No final da tarde, antes do Jornal Nacional, a Globo News já deitou e rolou em cima de uma “delação premiada” do ex-ministro Antonio Palocci, feita em abril à Polícia Federal, e liberada pelo juiz Sérgio Moro só agora, a seis dias da eleição, depois de ser rejeitada pelo Ministério Público Federal por falta de provas.
As acusações de Palocci contra Lula, Dilma e o PT foram dadas como fato consumado, transitado em julgado.
Tudo seguiu o script: o JN abriu com o crescimento de 4 pontos de Bolsonaro no Ibope, chegando a 31%, e Haddad estacionado em 21%, vendo sua rejeição disparar para 38% em poucos dias, a apenas 6 pontos abaixo de Bolsonaro.
Para o segundo turno, em que Haddad levava ampla vantagem, foi apontado o empate em 42%.
Como é que o capitão conseguiu subir tanto no período em que choveram denúncias contra ele e boa parte do Brasil foi às ruas protestar contra a sua candidatura?
Os números podem ser todos verdadeiros, baseados em métodos científicos, mas é difícil de entender.
A seguir, logo depois dos comerciais, como se já estivesse tudo planejado desde cedo, entrou o bombardeio contra o PT embrulhado no pacote entregue por Moro com a delação de Palocci, que William Bonner apresentou como a bala de prata tão aguardada.
Ali nada acontece de graça, e só têm o direito de surpreender os mais jovens que não viveram a campanha presidencial de 1989, na primeira eleição direta para presidente depois do golpe de 1964.
Naquela eleição, eu era assessor de imprensa de Lula e quando vi entrar na sala em que se acertariam as regras para o segundo debate, um assessor de Fernando Collor, conversando alegremente com Alberico Souza Cruz, diretor da Globo, pensei comigo: estamos perdidos.
Por acaso, como me disseram, os dois pegaram o mesmo avião do Rio para São Paulo.
As baixarias de Collor na véspera, envolvendo a família de Lula, as denúncias acusando o PT como autor do sequestro do empresário Abílio Diniz (ainda não se falava em fake news) e a indecente edição do debate decisivo para favorecer Collor no Jornal Nacional _ tudo me voltou à lembrança nesta reta final da campanha de 2018 (ver dois posts anteriores).
É justo reconhecer: eles são profissionais e não brincam em serviço.
Mas não podiam esperar que Lula, mesmo preso numa solitária em Curitiba, há quase seis meses, transformasse Fernando Haddad no candidato favorito, em apenas duas semanas, como apontavam as pesquisas anteriores.
Era preciso virar este jogo que parecia perdido. E são tantos os interesses daqui e de fora que estão em jogo nesse momento que os eleitores nem podem imaginar.
Mesmo quebrado, humilhado e vilipendiado, o Brasil ainda é um país muito importante na geopolítica mundial.
“Fortes emoções ainda nos aguardam”, escrevi pela manhã, mas não podia imaginar que fossem tantas, e tão rápidas.
São emoções e informações demais para um velho repórter, que trabalha sozinho em casa, e só tem um celular e um computador à mão, para tentar entender e explicar o que está em jogo neste momento.
Já são 11 da noite, e amanhã tem mais.
Vida que segue.
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Frase de Paulo Freire cai como uma luva para Ciro Gomes


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Que é mesmo a minha neutralidade senão a maneira cômoda, talvez, mais hipócrita de esconder minha opção ou meu medo de acusar a injustiça? Lavar as mãos em face da opressão é reforçar o poder do opressor, é optar por ele.
(Paulo Freira)

IPVA para iates, helicóptero, jatinhos e lanchas de luxo, é justiça social

Ricardo Semler: colegas de elite, acordem


"Colegas de elite, acordem. Não se vota com bílis. O PT errou sem parar nos 12 anos, mas talvez queira e possa mostrar, num segundo ciclo, que ainda é melhor do que o Centrão megacorrupto ou uma ditadura autoritária. Foi assim que a Europa inteira se tornou civilizada. Precisamos de tempo, como nação, para espantar a ignorância e aprendermos a ser estáveis. Não vamos deixar o pavor instruir nossas escolhas", pontuou.
 
Semler lembra que, quando foi vice de Mario Amato na Fiesp, por volta dos seus 27 anos, convidaram diferentes figuras políticas para conversas informais, independentes da posição político-ideológica. "Chamei o FHC, que estava na mídia com a pecha de maconheiro. Chamamos os 112 presidentes de sindicato, vieram 8. Ninguém topava falar com "comunista"".
 
Para validar que suas análises políticas não costumam dar errado, o empresário lembra que, antes da eleição de Collor, foi entrevistado no Roda Viva e alertou o  país contar o caçador de marajás, o então "queridinho passional das elites".
 
Do mesmo modo, Semler buscou prevenir as elites contra a ida à Paulista para derrubar Dilma, quando já dizia que seria o mesmo que "eleger Temer e seus 40 amigos": 
 
"Ninguém da elite quis ir às ruas para pedir antecipação de eleições. Erraram feito, como no passado, ou como quando deram as chaves da cidade ao Doria. Quanta ingenuidade", reflete.
 
O ex-professor visitante da Harvard Law School e de liderança no MIT (EUA) afirma agora que estremece ao ouvir pessoas próximas, como metade da família, sócios e amigos "aceitando a tese de que qualquer coisa é melhor do que o PT", arrematando a falta de visão histórica que vem acompanhado as classes dominantes em toda no país.
 
"As elites avisaram que 800 mil empresários iriam para o aeroporto assim que Lula ganhasse. Em seguida, alguns dos principais empresários viraram conselheiros próximos do homem". Do mesmo modo, avalia, Haddad vencendo, "boa parte da Faria Lima e da Globo se recordará subitamente que foi amiga de infância do Fernandinho".
 
Semler acredita que a ignorante reação de medo e horror da esquerda é repetida pelo candidato Ciro Gomes. Ele mesmo, apesar de  não compartilhar dos pressupostos ideológicos do PT, sendo filiado até pouco tempo ao PSDB, reforça a necessidade de uma reflexão clara para desmanchar a nuvem de gás que torna o Partido dos Trabalhadores algo que, na realidade, não representa.
 
"Vivemos, nós da elite, atrás de muros, cercados de arames farpados e vidros blindados, contratando os bonzinhos das comunidades para nos proteger contra favelados. Oras, trocar vigias com pistolas por seguranças com fuzis é um avanço? Ou é melhor aceitar que o país é profundamente injusto e um lugar vergonhoso para mostrarmos para amigos estrangeiros?", questiona reconhecendo que as elites brasileiras "sempre foram atrasadas, desde antes da ditadura", nada fazendo para evitar o sistema de castas estrutural na sociedade brasileira.
 
"Nenhum de nós sabe o que é comprar na C&A e ser seguido por um segurança para ver se estamos para roubar, por sermos de outra cor de pele. Todos nós nos anestesiamos contra os barracos que passamos a caminho de GRU [Aeroporto Internacional de Guarulhos], com destino à Champs Élysées", concluindo que o Brasil precisa de “um governo para quem tem pouco", que é a quase totalidade dos cidadãos.
 
"Nós da elite, aliás, sabemos nos defender. Depois do susto, o dólar cai, a Bolsa sobe, e voltamos a crescer. Estou começando três negócios novos neste mês". Para ler o artigo na íntegra, na Folha, clique aqui. 
Pitaco do Briguilino:
A elite prefere perder os dedos a entregar os anéis.

Felicidade e simplicidade, faces da mesma moeda

Foto

Quem vive com simplicidade 
Desfruta de prazeres que a maioria nem conhece.
Lembre:
A felicidade pertence a quem acredita na força dos seus sonhos