Quando a gente vai embora

*QUANDO A GENTE VAI EMBORA*

"A GENTE VAI EMBORA... e fica tudo aí, os planos a longo prazo e as tarefas de casa, as dívidas com o banco, as parcelas do carro novo que a gente comprou pra ter status.
A GENTE VAI EMBORA... sem sequer guardar as comidas na geladeira, tudo apodrece, a roupa fica no varal.
A GENTE VAI EMBORA... se dissolve e some toda a importância que pensávamos que tínhamos, a vida continua, as pessoas superam e seguem suas rotinas normalmente.
A GENTE VAI EMBORA... as brigas, as grosserias, a impaciência, serviram para nos afastar de quem nos trazia felicidade e amor.
A GENTE VAI EMBORA... e todos os grandes problemas que achávamos que tínhamos se transformam em um imenso vazio, não existem problemas. Os problemas moram dentro de nós. As coisas têm a energia que colocamos nelas e exercem em nós a influência que permitimos.
A GENTE VAI EMBORA... e o mundo continua normal , como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença. Na verdade, não faz. Somos pequenos, porém, prepotentes. Vivemos nos esquecendo de que a morte anda sempre à espreita.
A GENTE VAI EMBORA... pois é. É bem assim: Piscou, a vida se vai... O cachorro é doado e se apega aos novos donos.
Os viúvos se casam novamente, andam de mãos dadas e vão ao cinema.
A GENTE VAI EMBORA... e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos na empresa. As coisas que sequer emprestávamos são doadas, algumas jogadas fora. Quando menos se espera...
A GENTE VAI EMBORA. Aliás, quem espera morrer?
Se a gente esperasse pela morte, talvez a gente vivesse melhor.
Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, talvez a gente comesse a sobremesa antes do almoço. Talvez a gente esperasse menos dos outros...
Se a gente esperasse pela morte, talvez perdoasse mais, risse mais, saísse à tarde para ver o mar, o pôr do sol, talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro.
Quem sabe, a gente entendesse que não vale a pena se entristecer com as coisas banais, ouvisse mais música e dançasse mesmo sem saber.
O tempo voa. A partir do momento que a gente nasce, começa a viagem veloz com destino ao fim - e ainda há aqueles que vivem com pressa! Sem se dar o presente de reparar que cada dia a mais é um dia a menos, porque...
A GENTE VAI EMBORA o tempo todo, aos poucos e um pouco mais a cada segundo que passa.
O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM O POUCO TEMPO que lhe resta?!

Que possamos ser cada dia melhores, amorosos, humildes, e que saibamos reconhecer o que realmente importa nessa passagem pela Terra!!!

Até porque... A GENTE VAI EMBORA..."

Canal do espiritismo 

O teste da banheira

Durante a visita a um hospital psiquiátrico, um dos visitantes perguntou ao diretor:
- Qual é o critério pelo qual eles decidem quem precisa ser hospitalizado aqui?

O diretor respondeu:

- Enchemos uma banheira com água e oferecemos ao paciente uma colher, um copo e um balde e pedimos que esvazie. De acordo com a maneira como ele decide esvaziá-lo, decidimos se o internaremos ou não.

Ah! Já entendi.
- Uma pessoa normal usaria o balde, que é maior que o copo e a colher, disse o visitante.

Não! - respondeu o diretor.
- Uma pessoa normal removeria o tampão do esgoto.
O que você prefere?
Quarto privado ou compartilhado?

Às vezes a vida tem mais opções do que as oferecidas, basta olhar para elas.

Agora diga a verdade ...

Você também escolheu o balde, certo?
Eu já sabia ... somos todos loucos.

Vale a pena ler.
Para saber quantas pessoas loucas existem por aqui
Recebi por email 

Estão todos nus

Bolsonaro deixou os generais nus e pôs abaixo o mito da honra militar.
As repercussões acerca do vídeo da chamada "reunião macabra" em que Bolsonaro teria deixado claro para todo o seu corpo ministerial que a troca do diretor-geral da PF atendia a uma, digamos, necessidade familiar, estremeceram os alicerces de Brasília.
Já se fala em uma "bala de prata" que pode derrubar definitivamente o presidente mais estúpido e inconsequente de toda a história.
Trechos da reunião, dizem várias fontes que tiveram acesso à íntegra do vídeo, deixam inequívocas a intenção declarada do chefe do executivo nacional em interferir diretamente na PF para blindar seus filhos das investigações em curso.
A coisa toda toma contornos dramáticos para um sujeito que, para além de tudo, ainda vê sua rejeição aumentar à medida que fica cada vez mais evidente a sua completa incapacidade de liderar um país com a nossa complexidade, sobretudo em meio ao que já é considerada a maior crise mundial do século.
Some-se a tudo os estragos que podem advir dos ataques diplomáticas a parceiros comerciais importantíssimos como a China e os insultos impublicáveis dirigidos aos ministros do STF, e teremos daí uma tempestade perfeita produzida numa única mísera reunião no Palácio do Planalto.
Mas nada disso, por mais grotesco que possa parecer, representa exatamente uma surpresa para quem tanto lutou para evitar esse desastre de proporções continentais.
Absolutamente ninguém com um mínimo de decência política e um pingo de honestidade intelectual poderia esperar que um protofascista como Bolsonaro que parasitou na política por três décadas de pura inoperância parlamentar e farto histórico de falcatruas pudesse ser a mais remota solução para os estruturais problemas brasileiros.
Muito pelo contrário, a acelerada destruição de todos os mais básicos fundamentos de nossa sociedade resulta de uma gestão muito bem-sucedida para aquilo que se propôs.
Esse é fidedignamente o Bolsonaro que elegeram e tudo o que ele representa.
Tudo posto, sua insensibilidade, incompetência e desonestidade, no entanto, serviram pelo menos para pôr abaixo o que talvez seja o último mito defendido por aqueles que um dia acreditaram em mamadeiras eróticas.
Para melhor compreensão, aqui é preciso voltarmos alguns dias.
Quando da saída espetaculosa de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e sua posterior divulgação de mensagens em que já deixava clara a pressão do presidente para intervir na PF, os generais militares que integram o seu governo, com as caras mais lavadas do mundo, fingiram surpresa, indignação e até um certo horror.
Escandalizados com a mínima possibilidade do que poderia vir a ser uma traição cometida pelo capitão à tão alardeada honestidade militar, não faltou quem avaliasse abandonar o governo em nome da honra da instituição.
Sabido agora que já há muito todos os generais tinham plena ciência do que se passava no seio do governo a ponto de terem presenciado em plena reunião ministerial toda a desonestidade do presidente da República, a única certeza que fica é que nas Forças Armadas honra nenhuma há para se defender.
Totalmente coniventes com o que o comandante-em-chefe de ocasião fez durante todo esse tempo, já não se sustenta a tese de Bolsonaro ter sido apenas uma peça da engrenagem que deu errada, uma maçã podre devidamente retirada do cesto militar, por assim dizer.
Certo mesmo é que a julgar pelos velhos de fraldas verde-oliva que ora pululam na Esplanada dos Ministérios, o atual Presidente da República do Brasil não é outra coisa senão o menor e mais incapaz dos corruptos forjados nas Forças Armadas.
Por Carlos Fernandes

Fernando Brito: a lei é para todos? Então prendam o churrasqueiro da morte

A Polícia do Distrito Federal e o Ministério Público estão desafiados hoje a provar que "a lei é para todos".

A confirmar-se o "churrascão" presidencial, agora com "uns três mil" estará havendo a violação, flagrante, ao artigo 268 do Código Penal:

Art. 268 – Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa.

É crime e seu anúncio – aliás, o próprio Bolsonaro definiu-se, em suposta ironia, como "criminoso" é razão suficiente para justificar a entrada no domicílio presidencial – como seria num clube ou numa quadra de comunidade pobre – para dissolver a festa criminosa e responsabilizar seus promotores.

Se, na madrugada de quarta-feira, duas pessoas foram detidas ali perto, no Guará, por estarem promovendo um festa de aniversário com 30 pessoas, porque nada se fará com uma aglomeração cem vezes maior?

Aliás, por tratar-se de crime contra a ordem social, a Polícia Federal também tem o dever de agir.

Ou será que nossos valentes agentes da lei, os nossos intocáveis, vão incorrer em omissão que os mesmo Código Pena, (art.13) diz que "é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado".

Muito embora pareça uma jogada a mais no marketing macabro que o psicopata presidencial, há a notícia pública de um crime e não há explicação para que o Ministério Público não ingresse com uma medida cautelar urgente para impedir que um evento criminoso seja preparado e realizado num próprio público, o palácio presidencial.

Será que temos de implorar para que Bolsonaro não se faça símbolo de um Brasil satânico?

Caiu na rede

"Aldir Blanc não morreu de tristeza, como Flávio Migliaccio, mas quem disse que ele não estava triste? Para quem viu suas canções cantadas por um país que um dia sonhou que era feliz, é difícil acreditar que morreu de qualquer outra coisa, que não de tristeza. No Brasil de hoje, o difícil é entender como gente como Caetano, Gil, Betânia, Gal e Chico ainda estão vivos, porque morrer de tristeza deveria ser o destino de toda arte, de toda a poesia, num país tomado pelo fascismo. Nessa altura me contento em saber que Vinícius e Elis se foram há tantos anos, porque assim eu não me obrigo a pensar como poderiam viver num país governado por amantes da ditadura, da tortura e fascistas obscurantistas. Das coisas mais tristes em saber que o Brasil chegou a este ponto é lembrar que um dia cantei O bêbado e o equilibrista e tantas outras canções com gente cuja lembrança neste momento quase me causa asco. Se direito tivesse de fazer alguma lei, se um único decreto eu pudesse estabelecer e nenhuma mais, eu proibiria qualquer pessoa que votou em Bolsonaro e que todo dia nos mata um pouco de tristeza de cantar qualquer das músicas que um dia foram feitas para derrotar a ditadura e celebrar a liberdade e depois cantada por gente que ousou sonhar. Ninguém que apoia o fascismo devia ter direito a poesia. Nenhuma arte, nenhuma canção devia ser permitida a quem ajudou a matar Aldir Blanc, Flávio Migliaccio e todos nós que morremos um pouco hoje, junto com este país que está a procura de um leito na UTI."

Carlos Zacarias
Professor da UFBa
Dr. em História

o Operário em Construção

Era ele que erguia casas 
Onde antes só havia chão. 
Como um pássaro sem asas 
Ele subia com as casas 
Que lhe brotavam da mão. 
Mas tudo desconhecia 
De sua grande missão: 
Não sabia, por exemplo 
Que a casa de um homem é um templo 
Um templo sem religião 
Como tampouco sabia 
Que a casa que ele fazia 
Sendo a sua liberdade 
Era a sua escravidão. 

De fato, como podia 
Um operário em construção 
Compreender por que um tijolo 
Valia mais do que um pão? 
Tijolos ele empilhava 
Com pá, cimento e esquadria 
Quanto ao pão, ele o comia... 
Mas fosse comer tijolo! 
E assim o operário ia 
Com suor e com cimento 
Erguendo uma casa aqui 
Adiante um apartamento 
Além uma igreja, à frente 
Um quartel e uma prisão: 
Prisão de que sofreria 
Não fosse, eventualmente 
Um operário em construção. 

Mas ele desconhecia 
Esse fato extraordinário: 
Que o operário faz a coisa 
E a coisa faz o operário. 
De forma que, certo dia 
À mesa, ao cortar o pão 
O operário foi tomado 
De uma súbita emoção 
Ao constatar assombrado 
Que tudo naquela mesa 
- Garrafa, prato, facão - 
Era ele quem os fazia 
Ele, um humilde operário, 
Um operário em construção. 
Olhou em torno: gamela 
Banco, enxerga, caldeirão 
Vidro, parede, janela 
Casa, cidade, nação! 
Tudo, tudo o que existia 
Era ele quem o fazia 
Ele, um humilde operário 
Um operário que sabia 
Exercer a profissão. 

Ah, homens de pensamento 
Não sabereis nunca o quanto 
Aquele humilde operário 
Soube naquele momento! 
Naquela casa vazia 
Que ele mesmo levantara 
Um mundo novo nascia 
De que sequer suspeitava. 
O operário emocionado 
Olhou sua própria mão 
Sua rude mão de operário 
De operário em construção 
E olhando bem para ela 
Teve um segundo a impressão 
De que não havia no mundo 
Coisa que fosse mais bela. 

Foi dentro da compreensão 
Desse instante solitário 
Que, tal sua construção 
Cresceu também o operário. 
Cresceu em alto e profundo 
Em largo e no coração 
E como tudo que cresce 
Ele não cresceu em vão 
Pois além do que sabia 
- Exercer a profissão - 
O operário adquiriu 
Uma nova dimensão: 
A dimensão da poesia. 

E um fato novo se viu 
Que a todos admirava: 
O que o operário dizia 
Outro operário escutava. 

E foi assim que o operário 
Do edifício em construção 
Que sempre dizia sim 
Começou a dizer não. 
E aprendeu a notar coisas 
A que não dava atenção: 

Notou que sua marmita 
Era o prato do patrão 
Que sua cerveja preta 
Era o uísque do patrão 
Que seu macacão de zuarte 
Era o terno do patrão 
Que o casebre onde morava 
Era a mansão do patrão 
Que seus dois pés andarilhos 
Eram as rodas do patrão 
Que a dureza do seu dia 
Era a noite do patrão 
Que sua imensa fadiga 
Era amiga do patrão. 

E o operário disse: Não! 
E o operário fez-se forte 
Na sua resolução. 

Como era de se esperar 
As bocas da delação 
Começaram a dizer coisas 
Aos ouvidos do patrão. 
Mas o patrão não queria 
Nenhuma preocupação 
- "Convençam-no" do contrário - 
Disse ele sobre o operário 
E ao dizer isso sorria. 

Dia seguinte, o operário 
Ao sair da construção 
Viu-se súbito cercado 
Dos homens da delação 
E sofreu, por destinado 
Sua primeira agressão. 
Teve seu rosto cuspido 
Teve seu braço quebrado 
Mas quando foi perguntado 
O operário disse: Não! 

Em vão sofrera o operário 
Sua primeira agressão 
Muitas outras se seguiram 
Muitas outras seguirão. 
Porém, por imprescindível 
Ao edifício em construção 
Seu trabalho prosseguia 
E todo o seu sofrimento 
Misturava-se ao cimento 
Da construção que crescia. 

Sentindo que a violência 
Não dobraria o operário 
Um dia tentou o patrão 
Dobrá-lo de modo vário. 
De sorte que o foi levando 
Ao alto da construção 
E num momento de tempo 
Mostrou-lhe toda a região 
E apontando-a ao operário 
Fez-lhe esta declaração: 
- Dar-te-ei todo esse poder 
E a sua satisfação 
Porque a mim me foi entregue 
E dou-o a quem bem quiser. 
Dou-te tempo de lazer 
Dou-te tempo de mulher. 
Portanto, tudo o que vês 
Será teu se me adorares 
E, ainda mais, se abandonares 
O que te faz dizer não. 

Disse, e fitou o operário 
Que olhava e que refletia 
Mas o que via o operário 
O patrão nunca veria. 
O operário via as casas 
E dentro das estruturas 
Via coisas, objetos 
Produtos, manufaturas. 
Via tudo o que fazia 
O lucro do seu patrão 
E em cada coisa que via 
Misteriosamente havia 
A marca de sua mão. 
E o operário disse: Não! 

- Loucura! - gritou o patrão 
Não vês o que te dou eu? 
- Mentira! - disse o operário 
Não podes dar-me o que é meu. 

E um grande silêncio fez-se 
Dentro do seu coração 
Um silêncio de martírios 
Um silêncio de prisão. 
Um silêncio povoado 
De pedidos de perdão 
Um silêncio apavorado 
Com o medo em solidão. 

Um silêncio de torturas 
E gritos de maldição 
Um silêncio de fraturas 
A se arrastarem no chão. 
E o operário ouviu a voz 
De todos os seus irmãos 
Os seus irmãos que morreram 
Por outros que viverão. 
Uma esperança sincera 
Cresceu no seu coração 
E dentro da tarde mansa 
Agigantou-se a razão 
De um homem pobre e esquecido 
Razão porém que fizera 
Em operário construído 
O operário em construção.

[Vinícius de Moraes - Rio de Janeiro , 1959]

E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo: 
- Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu. 
E Jesus, respondendo, disse-lhe: 
- Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás. 
Lucas, cap. V, vs. 5-8.