Caiu na rede

Lula: "Ciro viaja para Paris, FHC anula o voto e eles vêm dizer que o PT elegeu Bolsonaro?"...

Frente Ampla, por Luiz Fernando Verissimo

O abismo está aí

Foi bom ver a Marina Silva, o Fernando Henrique e o Ciro Gomes, entrevistados pela Míriam Leitão, falando na TV sobre uma frente ampla para enfrentar o caos, que é como estão chamando o governo do Brasil lá fora. 

Também foi bom ver manifestantes na rua desfilando pela democracia e contra a ameaça fascista — uma ameaça que aumentou alguns pontos depois que o último general de fatiota moderado, o Mourão, deixou cair a máscara, ou pelo menos deixou de ser moderado.

Não se sabe bem o que representam hoje, em matéria de poder de mobilização, os entrevistados da Míriam. Se não representam muito, politicamente, pelo menos representam a resistência que muita gente já julgava natimorta, e que mostrou que não apenas existe como se manifesta, ou começa a se manifestar.

"Frentes amplas" não têm uma história muito inspiradora, no Brasil. A última a que prestei atenção reuniria, veja só, o Juscelino, o Lacerda e outros descontentes com os rumos da "Revolução" de 64, alguns frustrados por terem ficado de fora, outros por sincero desencanto com o golpe. 

A frente, se me lembro bem, não chegou a se criar e terminou com a morte do Juscelino num acidente de carro. Até hoje tem gente que diz que o acidente não foi tão acidental assim.

A Marina, o Fernando Henrique e o Ciro Gomes merecem todos os elogios por se recusarem a aceitar o abismo para o qual estão querendo nos arrastar, esperneando, e por darem o exemplo, atraindo mais manifestantes para uma frente ampla e viável.

Não querendo ser chato: lembremo-nos de que na eleição do Bolsonaro & Filhos, gente que sabia o que viria preferiu se omitir a resistir. 

Não faria muita diferença, o impensável aconteceria de qualquer maneira, mas quem se omitiu deveria ter pensado melhor na sua própria biografia. Pode-se dizer tudo de Bolsonaro & Filhos, menos que alguma vez esconderam o que pensam e o que pretendem.

Uma frente ampla, unida por uma indignação comum pelo que estão fazendo com a terra da gente, é possível. O abismo está aí.

Extirminem a serpente que criaram, por Wilson Maejima

Nos realmente somos a grande maioria , mais de setenta porcento contra os nazi fascistas, psicopatas, milicianos , dementes sem caráter a extrema direita e o gado doido e amalucado !
Somos estimadamente 170 milhões de brasileiros contra os 40 milhões restantes !
Mas vocês foram coniventes com o Golpe de Estado contra o governo do PT , forjaram um Impeachment da limpa ,ilibada e altiva presidenta Dilma Roussef !
Que não conseguiu governar no seu segundo e legitimo mandato .
Em dezembro de 2014, tínhamos pleno emprego , 380 bilhões de reservas cambiais , 3,5 de PIB , PETROBRAS e seus royalties direcionados a Educação e Saúde , Embraer , Alcântara , Industria Naval e Construção Civil em plena expansão e desenvolvimento !
Mesmo com FAKE FACADA ,vocês conseguiram colocar este doido maluco psicopata no poder !
Agora vamos sangrar democraticamente até 2022 , se o Bozo e sua família de marginais , neste período não conseguir seu intento diário , de se transformar no HITLER TUPUNIQUIM e destruir uma elite e políticos egoístas , a mídia golpista , irresponsáveis inconseqüentes. parasitas , agiotas , que vivem da escravização , exploração e usurpação do povo trabalhador !
Não sabem assentar um tijolo, a madame não sabe fritar um ovo !
Se o pobre sair da sua ignorância e descobrir que é ele , os pobres que sustentam o Sistema e o Estado e
paga os salários de todos os salafrários !
Que a mão do pobre que a tudo faz , na Saúde, na Educação ,na Seguranca , no Comércio !
É a mão do pobre que acende e apaga as luzes e as máquinas nas indústrias !
Se despertar , o povo vai fazer mudanças !
Chega de sustentar banqueiros políticos vagabundos, parasitas , agiotas, rentistas, militares vira latas e lambe botas e uma elite podre , racista e insana !
Se cuidem , haja sangue até 2022 !
Ou exterminem a serpente que criaram !
Boa sorte !

Se

Se o teu ódio pelo PT te faz apoiar 
a tortura
O racismo
A homofobia 
O desemprego
E o aumento da miséria 
O problema não é do partido 
O problema com certeza é teu.

Luiz Manfre

Mal consigo respirar, por Frei Betto

"NÃO POSSO RESPIRAR"

Frei Betto

😢🌿"Foram as últimas palavras de George Floyd: "Não posso respirar". Eu também. Não consigo respirar neste Brasil (des)governado por militares que ameaçam as instituições democráticas e exaltam o golpe de Estado de 1964, que implantou 21 anos de ditadura; elogiam torturadores e milicianos; acertam o "toma lá, dá cá" com notórios corruptos do Centrão; plagiam ostensivamente os nazistas; manipulam símbolos judaicos; tramam, em reuniões ministeriais, agir ao arrepio da lei; proferem palavrões em reuniões oficiais, como se estivessem num antro de facínoras; debocham de quem observa os protocolos de prevenção à pandemia e saem às ruas, indiferentes aos 30 mil mortos e suas famílias, como a celebrar tamanha letalidade.
"Não posso respirar" quando vejo a democracia asfixiada; a Polícia Militar proteger neofascistas e atacar quem defende a democracia; o presidente mais interessado em liberar armas e munições que recursos para combater a pandemia; o ministério da Educação dirigido por um semianalfabeto que ameaça reprisar a "noite dos cristais" dos nazistas, proclama odiar povos indígenas e propõe prender os "vagabundos" do Supremo Tribunal Federal.
"Não posso respirar" ao ver os comandantes das Forças Armadas calados diante de um presidente destemperado que não esconde ter como prioridade de governo a sua proteção e a de seus filhos, todos suspeitos de graves crimes e cumplicidade com assassinos profissionais.
"Não posso respirar" diante da inércia dos partidos ditos progressistas, enquanto a sociedade civil se mobiliza em contundentes manifestos de indignação e pela defesa da democracia.
"Não posso respirar" diante desse empresariado que, de olho nos lucros e indiferente às vítimas da pandemia, pressiona para a abertura imediata de seus negócios, enquanto os leitos hospitalares estão lotados e covas rasas se multiplicam nos cemitérios quais gengivas desdentadas de Tânatos.
"Não posso respirar" quando, no Brasil e nos EUA, cidadãos são agredidos, presos, torturados e assassinados pelo "crime" de serem negros e, portanto, "suspeitos". Falta-me ar ao ver João Pedro, um garoto de 14 anos, perder a vida dentro de casa ao levar um tiro de fuzil pelas costas, enquanto brincava com amigos. Ou entregadores de encomendas serem assassinados por policiais que nos consideram imbecis ao tentar justificar a morte de tantos civis desarmados.
"Não posso respirar" ao pensar que o bárbaro crime cometido contra George Floyd se repete todos os dias e permanecem impunes por não haver ali uma câmera capaz de flagrar assassinatos semelhantes. Ou ao ver Trump, do alto de sua arrogância, reagir aos protestos antirracistas ameaçando calar os manifestantes com o indiciamento deles como terroristas e a intervenção de tropas do exército.
Como oxigenar minha cidadania, meu espírito democrático, minha tolerância, ao me ver cercado por mimólogos da Ku Klux Klan; generais improvisados em ministros da Saúde em plena tragédia sanitária; manifestantes infringirem, impunes, a lei de segurança nacional; e a Bolsa de Valores subir, enquanto milhares de caixões baixam nas tumbas que recebem as vítimas da pandemia?
Preciso respirar! Não deixar que sufoquem a sociedade civil, a mídia, a liberdade de expressão, a arte, os direitos civis, o futuro dessa geração condenada a viver esse presente nefasto.
Respiro, apesar de tudo, quando leio o que o estilista Marc Jacobs postou no Instagram depois de ter uma de suas lojas destruída pelos protestos em Los Angeles: 

"Nunca deixe que eles te convençam que vidro quebrado ou saque é violência. Fome é violência. Morar na rua é violência. Guerra é violência. Jogar bomba nas pessoas é violência. Racismo é violência. Supremacia branca é violência. Nenhum cuidado de saúde é violência. Pobreza é violência. Contaminar fontes de água para obter lucro é violência. Uma propriedade pode ser recuperada, vidas não."

Faço meus os versos de Cora Coralina: quero "mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros"."

Frei Betto é escritor, autor do romance histórico "Minas de Ouro" (Rocco), entre outros livros. Site: www.freibetto.org Twitter: @freibetto
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Googlando sobre o Covid 19

Não gosto de falar sem conhecimento do assunto por isso fui pesquisar no Google sobre os gastos dos governos Lula e Dilma para combater o coronavirus. Pasmem, sabe o que descobri?
Em 16 anos os governos petistas  (Lula e Dilma) não gastaram hum centavo para combater a pandemia.
Pois não é que agora criticam o presidente Bolsonaro?
Essa gentalha não tem jeito. 

Manifesto, manifestos, manifesta, por Aderbal Freire Filho

O Manifesto Estamos Juntos é um manifesto, não pretende ser o manifesto definitivo. Impedidos de ir à rua, essa é a hora dos manifestos, de vários manifestos. A festa das ruas, sem sair de casa.
Cada manifesto tem sua cara, seus propósitos, seu jeito.
O que deve unir todos, nessa festa de manifestos, é salvar o Brasil deste momento obscurantista, do nazi-fascismo que se instala cada dia mais no país, liderado por um presidente repugnante, secundado pelas estupidezes de seus filhos, todos orientados por um astrólogo que se diz filósofo e protegidos por militares que ressuscitam a linha-dura do regime militar.
O propósito do Manifesto Estamos Juntos, pelo que entendo dele, é reunir o mais amplo espectro de brasileiros de diferentes e até opostas tendências, que compartilhem desse objetivo comum. Assim como o Manifesto Basta é o de reunir juristas de diferentes campos ideológicos. Assim como o Manifesto Anti-Fascista, reúne sobretudo acadêmicos a partir de um texto original de Luís Eduardo Soares. E tantos mais.
A partir desta premissa, quero olhar para o Manifesto Estamos Juntos.
Até onde podemos nos juntar?
Com o Gabeira, com quem já abracei a Lagoa, de tão antigo que sou, eu por muito tempo não me juntaria. Hoje ele escreve, com sabedoria, para dizer que a pandemia ensinou aos democratas que ninguém deve perder tempo culpando o outro pela chegada do coronavírus.
Eu diria que o Gabeira e muitos dos seus colegas da mídia autoproclamada imparcial não pensavam assim até ontem, quando repetiam sem parar o mantra do mea culpa que Lula e o PT deviam fazer. Bom, justiça seja feita, eles não pediam o mea culpa de mais ninguém, do PSDB nem pensar. Logo, se fosse uma pesquisa de opinião com jornalistas dos jornalões, para saber quem eles querem que assuma suas culpas e quem não querem que assuma, percentualmente eles são muito mais a favor de não procurar culpados.
Hoje, diante da ameaça fascista, eu outra vez abraçaria a Lagoa com o Gabeira. É verdade que se soubesse que ele estava ali pelo lado do Leblon, eu preferia ficar mais perto do Humaitá, Fonte da Saudade, naquelas bandas.
Então, até onde podemos nos juntar?
Saindo de uma impossível lista nominal, eu digo que, assim como hoje abraçaria o Gabeira, superei o critério que tinha definido antes como limite de alianças. Até ontem, quando pensava em frente ampla, o que me orientava era a experiência do meu entrañable Uruguai. Pensava numa frente de esquerda e estabelecia como fronteira – daqui pra lá, impossível – reconhecer que o chamado "impeachment" de 2016 foi um golpe. Ou seja, Felipe Neto, sim; Vera Magalhães, não. Todos os sofismas, tipo: ah, o Brasil vivia um caos econômico; ah, o Supremo apoiou; ah, pedaladas fiscais; todos eles são agravantes para minha repulsa. Caos econômico? Ué, mas essa não foi a razão que o Supremo apoiou. Pedaladas fiscais? Quando isso foi razão para impeachment no Brasil? E respondo com outras questões: porque a justiça segurou o bandido Eduardo Cunha comandando as ações até a aprovação do "impeachment", se tinha razões legais? Porque a justiça não se manifestou no voto criminoso daquele então insignificante deputado, glorificando a tortura e um repugnante torturador? Porque não atentaram para as revelações de conversas ("com Congresso, com tudo", etc) entre Romero Jucá, Sergio Machado, Temer, Aécio, pelo menos para reconhecer depois que foi golpe?
Então... então, até onde podemos nos juntar?
Agora é preciso estarmos juntos, não só numa frente ampla de esquerda, mas em movimentos que sejam ações imediatas para salvar a democracia. Agora é preciso unir ingleses, americanos e soviéticos para combater os nazistas alemães e os fascistas italianos. Agora, aliados! Depois... bom, depois será outro momento.
O que temos mais que esperar? Há muito tempo se repetem crimes e mais crimes, a mesma imprensa que ajudou a eleger os milicianos faz acusações diárias contra Bolsonaro e suas tropas, aponta todas suas armas, colunistas, editoriais e... nada. O Supremo começa a acolher ações e... ainda nada. Uma reunião ministerial em que ministros de estado ameaçam de morte governadores e prefeitos, pedem a prisão dos "vagabundos" juízes do Supremo, falam em botar granada nos bolsos dos pobres e aproveitar a pandemia para destruir as florestas e... nada. Dois médicos ministros da saúde são afastados e um general é indicado para o posto de matar milhões e milhões de brasileiros, indicando remédios mortais, contrariando as atitudes sanitárias de defesa adotadas no mundo inteiro e... nada.
Agora...
As diferenças com FHC, com o PSDB paulista que cobra dos outros partidos alternância de poder, menos lá em casa, que se desmancha no ar e substitui os retratos na parede de Franco Montoro e Mário Covas pelo de João Dória... agora essas diferenças eu, pessoalmente, vou superar para lutar contra as aberrações que estão nos esmagando. Preciso primeiro parar de vomitar, para depois seguir meu rumo. O cinismo, os crimes do neoliberalismo, as privatizações incluídas, não digo que são coisas do passado, mas que são do futuro.
Admiro muitos artistas, intelectuais, jornalistas, políticos brasileiros que não querem estar juntos numa frente tão ampla, que vai tão à direita e respeito a opinião deles. Admiro especialmente Lula, o brasileiro. Votei nele sempre, votarei nele sempre. E digo a outros companheiros que, na es-quer-da, estão defendendo a tese de não insistir em Lula, que meu candidato nas próximas eleições é Lula. Não me canso de repetir com mestre Ariano Suassuna que Lula é desses gênios que a misturadíssima raça brasileira produz de tempos em tempos, um Pelé da política. Assim como acharia absurdo Pelé estar fora da seleção de 70, acho absurdo Lula estar fora da seleção de 2022. Citei Suassuna, mas esse reconhecimento é universal: os inúmeros títulos de doutor honoris causa em tantos países, o respeito e a admiração de líderes, de acadêmicos, de pensadores no mundo todo confirmam. Lula saiu da prisão e foi recebido pelo Papa, por líderes de diferentes campos, de Sarkozys a Hollandes, alemães e italianos, recebeu o título de cidadão de Paris... A imprensa brasileira ignorou: eu que sou radical ao estar com Lula, ao lado desses fatos, desses líderes, desses acadêmicos, desses intelectuais e da imprensa estrangeira? Para mim, radical é o colunista anti-lulista que se irritou porque numa fala no Teatro Casa Grande citei...sei lá, cinco vezes... o Noam Chomski?
Mas agora...
Agora é hora de tirar do poder o nazismo dos copos de leite, das declarações goebellianas, dos símbolos neo-nazis, de combater a escalada rumo a uma república de milicianos apoiados por militares.
Agora...
Meu lugar é no manifesto Estamos Juntos. Com uns tantos empresários, outros tantos economistas neoliberais, muitos jornalistas de direita e muita gente mais. Sei que estou junto com muitos com quem só tenho hoje a afinidade de lutar contra o fascismo, que estou junto de muitos que também só me aceitam agora. E que têm interesses opostos aos meus nessa ação.
Mas sei também que estou junto de muitíssima gente que admiro, estou junto do Veríssimo, da Conceição Evaristo, da... nem dá para citar tantos. Estou junto de quem admiro e de companheiros com quem minhas diferenças, quando existem, são poucas. Por exemplo, do Juca Kfoury: nossa maior divergência é que ele é Corintians e, em São Paulo, eu sou Linense, em solidariedade ao Mário Prata; como o Mario, no Ceará, é Ferroviário, em solidariedade a mim. Estou junto de políticas e políticos por quem tenho profunda admiração, estou junto do Celso Amorim e do Haddad, do Tarso Genro, da Jandira e da Manuela, do Flávio Dino, do Freixo e do Molon.
E estou junto porque acredito no grupo diversificado, inteligente, plural, amoroso e ético de pessoas que se reuniu e criou esse movimento. Certamente tenho diferenças de opiniões politicas com alguns deles. Eu os admiro como artistas, intelectuais, cidadãs e cidadãos (o Antonio Prata, por exemplo, admiro desde que nasceu).
A vida é assim, urgente, e agora, com nossa gente morrendo, com os pobres mais vulneráveis, agora essa é mais uma esperança de vida. Sem contar que, no horizonte, cresce a opção de uma guerra civil.
 
Aderbal Freire-Filho junho 2020